Aurora
Minha Itabaiana , minha pedra que dança
Na aurora , com sua claridade as vezes avermelhada e outras um tanto amarela , minha mãe alertava :
" Olha a hora menino !!! "
Pronto , era o bastante pra levantar da cama cheirosa , macia e começar mais um dia ...
Ainda sonolento eu ouvia minha mãe cantarolando enquanto meu pai escutava Narrima Xavier, no rádio despertador , dando as notícias políticas e polícias.
Eu tinha um ritual particular , todo meu ...
Já com a escova de dentes na mão , contrariando minha mãe , eu me dirigia a porta da cozinha de nossa casa no alto dos currais , descia os batentes que ladeavam a cisterna e junto a uma bananeira eu iniciava a escovação e aproveitava aquele tempinho para contemplar o amadurecer dos cachos de banana .
Aquele momento mágico , emoldurado pelo muro chapiscado de cimento grosso que trazia do lado esquerdo , meio que encoberto , o sol que esquentava o clima frio do amanhecer , trazia prazeres que nunca vou esquecer . Mal terminava o escovar e eu já era dominado pelo cheiro do café feito em um bule de alumínio comprado a Zé de Belo , cheiro que se confundia com o do cuscuz que jogava na cozinha uma fumaça de fofura e sabor, um pratinho com fatias de queijo de coalho assados e um copo de coalhada adoçado com açúcar mascavo .
Banho tomado , alimentado , agora era hora de vestir a roupa com cheiro de mainha , passada a ferro , irretocável . Era a farda do Colégio Nossa Senhora da Conceição onde terminei o primeiro grau .
" Aqui quem menos anda , voa !!! " ( Irmã Deuzuita )
" Podemos vermos " ( Suzete )
E o violão de Cornélio nas aulas de inglês !!!
Agora era hora de voltar pra casa , mas antes e religiosamente uma parada para tomar um sorvete de Mário , ou de côco ou de morango , aliás , o de morango era o mesmo de côco , só que Mário acrescentava um corante e mexia .
Em frente ao carrinho de Mário , um fiteiro, onde comprava um salgadinho em saquinho de dindin, frito em óleo , que dava o contraste com o doce do sorvete .
Casa , banho , almoço e hora de trabalhar no escritório de emplacamento e auto escola de meu velho pai. Localizado na rua do pau grosso , por traz do fórum , na " beira do rio Paraíba" . Uma máquina de datilografia onde eu habilidosamente preenchia os documentos dos carros , e digo habilidosamente sem nenhuma falsa modéstia , afinal de contas eu havia sido diplomado no curso de datilografia pela escola de Beto de Zé de Paula , com a professora Pití.
Fim da tarde , ao som de Ave Maria , tocada nas cornetas da difusora de Zé do bode , era hora de voltar pra casa .
Passávamos na padaria de seu João , onde comprava , além dos pães , o bolachão ( pão de festa ) e umas variedades de biscoitos de engordar qualquer um .
A noite , já perfumado com Mens Club, vestido com camisas de seda javanesa , chegava ao cinema de propriedade da família de George gatão , onde deliravamos com os grandes filmes de Bruce Lee e o repetido e tradicional " paixão de Cristo ".
Fim do filme , a parada obrigatória no cachorro quente de Biu , uma passada no pirulito , vizinho a igreja matriz e algumas paradas na casa de dona Nel, mãe de Nói , ou em Biu de Nequim.
Em alguns casos sonhos se tornam realidade, no meu , minhas realidades se tornaram sonhos !!!
Sonho meu , vai buscar quem mora longe , sonho meu ...
Que Deus nos abençoe e proteja sempre...
Que possamos ver o sol nascer pela manhã aurora... e as manhãs branquinhas de Inverno... e as amenas Primaveras...
A diferença entre a pessoa que você gosta e a aurora boreal é que um deles é um fenômeno natural tão lindo e facinante algo que você nao consegue explicar com meras palavras...o outro é só umas luzinhas no céu...
Trago no olhar os matizes da aurora, as tonalidades da gratidão, as nuances da poesia. Trago no olhar essa aquarela do novo, da vida desabrochando em dégradé, esse arco-íris de cores que nasce com um novo dia.
Entre a aurora e as 7 já lhe dexei a descansar, nesses prazos e outros não conseguia o destino mudar.
Em meu pensamento só me vinha o próximo final de semana, que era a data que podia ter a possibilidade de te encontrar.
Entre o carro vermelho e nosso sentimento, existia a força principal que nos fez acreditar, entre medos e sorrisos abertos eu via um futuro incerto que me fazia acreditar, que aquele simples ingresso me daria alguém para poder amar.
Hoje estou aqui sendo feliz e dizendo que o passado me abençoou e que meu destino caprichou, pois está apaixonado sempre será a melhor dádiva do Amor.
"Quando a aurora parou de ameaçar a manhã nasceu, assim como sua opinião: mudou como se nada fosse".
O Tempo é o Senhor da Razão.
Não percamos tempo, no tempo de uma nova aurora
Não percamos tempo na estrada do já passado tempo
Não percamos tempo na postura arredia do passado
Não percamos tempo no medo de fantoches que a mascara enxerga e disfarça
Não percamos tempo nas inseguranças das amarras de um porto insípido
Não percamos tempo nessa perda de tempo
Não percamos tempo no tempo da solidão que nos abraça e nos acorrenta, nos porões da escuridão
Não percamos tempo, pois o tempo é o caminho e o Senhor da Razão
Não percamos tempo, pois o tempo adormeceu no tempo e aqui vive e dorme para sempre!
Bill Brasil
As cores da aurora é uma prece que o amanhecer faz para agradecer ao universo pelo milagre de um novo dia.
A aurora não me trará a noite passada,
Nem o crepúsculo o dia vivido,
Que por certo acabará em paz,
Não voltando jamais.
Versejo
No verso que trago na alma
escrevo o amor em versões
Na aurora que traz o dia
Na flor que o aroma irradia
No velho que resmunga suas dores
Na criança que grita de alegria
Em tudo que se faz vida
Em tudo se faz poesia
Impossível ficarmos indiferente diante da aurora boreal, onde esta se acende como um sol á noite, propiciando mais um dos espetáculos inigualáveis da natureza.
Depois desta visão, principalmente se visto pela primeira vez, com certeza nossos conceitos sobre a grandeza Divina
passa a ser mais robusta.
E este fenômeno, como muitos outros, pelo mundo a fora, só poderia nos inspirar a catalogar tais sinais como parte daquilo que Ele quer nos mostrar, como que nos apresentando a imensidão de Sua criação para nosso deleite.
(Teorilang)
O que saudade que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais.
#Vida #triste #é #a #minha...
Que hoje vou contar...
Desde quando aurora anuncia...
O dia a começar...
Passam os minutos...
Seguem as horas...
Sob céu azul anil...
Olho as nuvens e me ponho a sonhar...
Em tardes douradas...
A primeira estrela que vejo...
Sonho mais alto ainda...
E faço um desejo...
A rotina tão maçante...
Das flores do jardim cuidar...
Alimentar as aves...
Que gorjeiam em toda minha casa...
Em todo lugar...
O perfume de manjericão me inebria...
Disputa com o alecrim...
As orquídeas se abrindo...
Também se comportam assim...
O girassol despeitado...
Meu brilho quer roubar...
Sempre é ele o primeiro...
O sol a cumprimentar...
As rosas soberbas...
Acreditam serem rainhas...
Coitadas delas...
Vaidosas aos extremos...
Acho que vou cortar...
Só escolher um vaso...
E minha mesa enfeitar...
Se deito na rede e me ponho a balançar...
Logo aparece um sabiá...
Fazendo-se de louco...
Começa a cantar...
Quer atrapalhar meu sono...
Até meu meditar...
Beia-flores me importunan o tempo inteiro...
De lá para cá...
Não se cansam eles de tanto voar?
Quero ler um pouco...
Bem sossegado na sombra...
Sento debaixo da jabuticabeira...
E dezenas de pássaros põe-se a reclamar...
Gorjeios, trinados irritantes...
Ah se pego só uma fruta do meu quintal...
Revolução se instaura...
Até o jacú feio...
De mim vem reclamar...
Não sei mais o que fazer ...
Como devo proceder...
Vou comer um pouquinho...
E disso tudo me esconder...
Trancar portão...
Campainha desligar...
Tirar fone do gancho...
Celular "não pertubar".
Sandro Paschoal Nogueira
— em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.
Reflita na força ressurgindo no raiar da aurora, renascendo como som da musica nos olhares, de tambores da felicidade desta harmonia por nome vida.
Sem que se perceba
Vem a madrugada
Com sutis encantos
De sonhos dourados
Rompendo à aurora
Dos amantes férteis
Onde a brisa passa
Faz do astro Sol
Um novo amanhecer...
E o amor sonhado
A realidade
Do qual viu nascer!
Minha Natureza
Te vejo enigmática e surpreendente, com a mesma intensidade de cores da aurora boreal,
Te admiro com os mesmos olhares e desejos de poder tocar no arco-íris provocado por uma bela e refrescante chuva fina de uma cachoeira,
Te vejo passar como a corrente de um rio forte e puro cortando a natureza,
Te sinto como o vento soprando trazendo os cheiros das rosas, o frescor das brisas das manhãs e dos entardecer,
Te vejo, te sinto, te respiro, te quero, você é minha natureza.
hoje entes do raiar da aurora [claridade que aponta o início da manhã], independente do dia chuvoso,nevado.quente lindo ,cinza ,escuro ,de tudo já agradecemos por mais essa oportunidade de estarmos vivos contemplando a vida antes de pedimos algo a nosso criador supremo ,devemos ser grato por tudo .
A menina selvagem veio da aurora
acompanhada de pássaros,
estrelas-marinhas
e seixos.
Traz uma tinta de magnólia escorrida
nas faces.
Seus cabelos, molhados de orvalho e
tocados de musgo,
cascateiam brincando
com o vento.
A menina selvagem carrega punhados
de renda,
sacode soltas espumas.
Alimenta peixes ariscos e renitentes papagaios.
E há de relance, no seu riso,
gume de aço e polpa de amora.
Reis Magos, é tempo!
Oferecei bosques, várzeas e campos
à menina selvagem:
ela veio atrás das libélulas.
AURORA NO CERRADO (soneto)
Admirar-te enlevado na tua hora
És parida no horizonte do cerrado
És tu oh virginal e formosa aurora
Silenciosa no céu titã e encarnado
Entre nuvens forasteiras, senhora
Alavam-me pensamentos tão alado
Na áurea nascente que me aflora
Anuindo devaneio pro encantado
Num arpejo de harpa por ti sonora
Aos olhos, num observar alumiado
Surgis em glórias e sem penhora
E a emoção neste plural batizado
Saúda, pois ufanar lhe é anáfora
No teu fulgor angelical pavonado
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 17/05, 04'35"
Cerrado goiano