As Três Marias
AS MARIAS
Há Maria de todo tipo na minha vida,
Há Maria da vida que sorria maquiada,
Que é ajuda o cão de rua e fala palavrão.
Há a Maria beata que tem cara fechada
Que não está bem com a vida e faz uma oração.
Tem Maria composta e Maria simples,
Como tem a culta e tem a dita culta,
Tem a Maria simples e tem a Dona Maria.
Tem preta velha com nome de Mãe Maria,
Como tem pombo gira chamada Maria,
Tem Santa católica como nome de Maria,
E a mãe de Jesus também era Maria.
Sou cercado de Marias, são brancas e pretas,
Marias gulosas, faceiras e femininas.
Marias masculinas, corajosas e assumidas.
Como também há homem com o nome de Maria.
Vixe, como há Maria ao meu redor.
Maria que significa a mulher que ocupa o seu lugar
Salve as Marias seja qual delas for.
Assim como Salve as mulheres,
Seja em qual corpo for,
Pois o importante nessa vida é ocupar o seu lugar.
André Zanarella 25-03-2013
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4755648
Que força é essa que nós, mulheres, carregamos dentro de nós?
Que força é essa que tantas Marias, Marinas, Milas, Helenas, Manuelas, Lúcias, Giovannas, Léias, Thaíses possuem?
De onde vem essa garra, essa fé na vida, essa vontade de vencer os obstáculos? Como o Condor que luta sozinho?
Eu direi...é de nós mesmas...nasce conosco essa esperança, que mesmo quando o mundo nos diz: Não! Teimamos em dizer de volta: Sim! (Marilina Baccarat De Almeida Leão.
TANTAS MARIAS
Mara maravilhosa Maria
Maria que diz ser flor
Profunda à sua cor
Maria de madalena, que não tem problema
Fruto proibido é a Maria
Aquela da Silva, vai conforme o ritmo
Dança noite e dia
Essa mulher só fala no grito
Forte, a Maria sorri
Vive feliz
Ela é a Maria de Jatobá
A princesa do arraiá
Ainda tem a Maria mulher
Que diz ter caído do céu
Corpo violão, Maria tem
Dizem que sua boca tem gosto de mel
É tanta Maria nesse meu Brasil
Marias do amanhecer, nos faz enlouquecer
São de salgar um dia sem sal
Liberam uma energia tão alto astral
Mas.. o que Maria tem que as outras não tem?
Talvez Maria dos perfumes tenha aquele cheiro
Porque nasceu num jardim bem tratado
Esse nome me persegue, me dá até medo
Silêncio.. a Maria vem aí
Ela vem chegando para destruir meus sentimentos
Não porque Maria é brava
Mas porque ela sempre me abraça.
A minha poesia
Vive todas vidas que a mim foi cabida
De muitas Marias e Joões que são lidas
Nos versos lidos e escritos em rimas
Em todos eles minha morte é falida
Pois as palavras são liturgia em minha vida
O poema, um doce abraço de alegria
Das muitas vidas que li, delas todas aprendi
Que a morte já não se aplica aqui
Vaguei por universos escritos, cantados e vi
A vida é sempre muito mais do que agora e aqui
Vivo a vida tão viva que ela me alegra assim
Não desdenhando o amanhã, longe de mim
Antes o contrário pressupondo que hoje
É só uma parte do que amanhã a de vir
Henrique júnior da Silva
Não espere por Morfeu, faça como eu, reze um Pai - Nosso, três Ave - Marias e durma bastante de noite ou de dia! Beijos.
NOBRE POBRE
"Cidade satélite, um bairro sideral. Morada de (q)uês, (n)adas e (M)arias. Lotes amplos, harém retangular. Área nobre, de reis e abacaxis. Nesse, nove quartos de dormir. Banheiros equivalentes, suítes para todos os dezoito que ali residem. Os que ali residem: condôminos. Assinantes fiéis de faixas amarelas que anunciam, mensalmente, aluguéis. Desfrutam, uma vez ao dia, de seus chuveiros mornos. Jornada nas estrelas com mais de 12 horas - desfrutando o chuveiro dos próprios poros. Suor sem racionamento. Domingo, quinta e sábado não tem água. E a desafortunada que carrega o subúrbio na sua genética, em seu extinto de sobrevivência, sempre soube o que era economizar água e choro. A esmoleira de Direitos, generosamente, se põe a exemplo. Amanhã, acordará cedo, pegará os caminhos do carma. A água voltará meio dia, mas na casa da patroa vai dar para enxaguar os olhos. 'Clarinha' - a cadelinha - vai pro banho-tosa e as crianças para a natação. Com mais três giros no terço, logo Ave Maria manda a noite e voltemos para o nosso barracão. Lugar onde o luxo é ilícito e, água, também entrou pra oração."
Se tem vida Severina tem morte repentina
Se tem Marias...Josés ou João
Tem sempre um Severino precisando do pão
Cada um nasce de um berço
Na esperança de um novo começo
Vida ou morte é a cina
Matutina ou vespertina
Todos na luta
cada um com seu bordão
Mesmo em terra seca...
em meio ao sertão
ainda colhe seu grão
Andando nas ruas é sempre um mistério
Sabendo que mais cedo ou mais tarde
Seu destino é o cemitério
Morrer de sede...
Morrer de fome...
É isso é muito sério
seja qual morte for
Me assusto de horror...
Se tem vida ou está na lida
Cada dia a alma vibra
Pois mais um dia nasce e a morte se dibra...
Sou maria..
Somos todas marias..
Maria das dores..
Maria das gracas...
Maria da penha...
Maria que luta..
Maria que batalha..
Maria que sofre...
Maria que chora.. que sorri...
Somos todas marias...
Como as 3 marias das estrelas..
Como as marias sem nome...
Sem memoria.. marias..
Tantas por ai... tantas que ja se foram..
Somos todas marias..
Pois todas somos mulheres..
Todas somos batalhadoras..
Mais uma entre tantas MARIAS
trás as marcas de luta na mão
guerreia nas trincheiras da vida
cultiva,
'alimentando a utopia
de democratizar e cultivar cidades'
edificando comunidades
Ainda que o desânimo tente nos abater, não podemos deixar de continuar fazendo outras Marias Eduardas sonharem!
PENÚRIA
Menina pobre
boneca de pano
cinco marias... Pode,
ter fé em seus planos.
Pobre menina
sem rima sem cheia
misera clareia
toda a sua teia.
Viaduto calçada
morada na ponte
não tem horizonte
não pensa em nada.
A fome se expande
no dia apos dia
menina seu bonde
não tem alegria.
Seus vôos são passos
pêndulos na calçadas
seus sonhos, embaraços
seu prato é fada.
Menina pobre
Pobre menina
mesa sem café
sofrer é sua sina.
Antonio Montes
Existem pessoas com cara de Trakinas por achar que somos Passatempo. Existem Marias vencidas que se acham o último Calipso do pacote.
Maria,
De poucas, de muitas Marias
Maria de dia, à noite de meio Marias
Ai se dos devaneios da vida fosse viver! Maria
Sentir Maria
Ser Maria
E ter no mínimo a resiliência
Em ser essência
A metade do que Foste tu
Pega a espingarda, Bonita Maria
Faz da tua arma a extensão
Da Labuta
Da lida
Do suor do chão
Do fim reluz do sol o brilho do sertão
É Maria! a esposa de Lampião
E com a finitude deste pequeno refrão, eu grito!
Viva a Maria, a rainha do sertão!
Ciranda e Marias
Na ciranda
Cirandei-os ,
Cirandinha,
Cirandar.
No pais onde vivo,
Só quero aproveitar.
Ciranda da minha vida,
Só que me relaxar,
Curtir a paz eterna,
Que desejo alcançar.
Ciranda do desejo,
Só que me pirar,
Viver uma vida atoa,
Assim não dá .
Ciranda das lembranças,
Que me relembrar,
Lembrar da esperança
De um dia te encontrar.
Tem muitas cirandas,
No meio da festa,
Não vejo você
isso é o que me resta.
Da parte de uma ciranda,
Não posso lhe contar,
Pois tanto que te amo,
Não consigo recordar.
Maria,
Marias,
Do meu coração,
Não faça comigo,
Muita solidão.
Verdade Ciranda,
Tem muita festança,
O mundo desanda,
Esqueça da dança.
Converse comigo Maria,
Tem muitas de você,
Sei que não aviso,
O previsto a conhecer.
No meio da dança,
A rua ciranda,
Começa a agitação,
Sem medo na escuridão.
Desculpe Maria,
Não pude ligar,
Porque nesta data,
Precisei descansar.
Sinto muito,
Deus eterno,
Envie a mensagem,
Que caia do céu.
Nesta noite vi anjos,
Você o principal,
Parece uma novela,
Que não muda de canal.
Abençoe a Maria,
Isso é o que desejo,
Com muita saudade,
De abraços e beijos.
Ciranda querida,
Desculpe atrapalhar,
Tenho medo dos cavalos,
Prefiro caminhar.
Serenata de amor,
Com muito carinho,
Entregue esta flor,
Ao meu benzinho.
Pra terminar,
Me dê a tua ciranda,
Caminhe mais perto,
Sem a tal dança.
Adeus Maria,
Adeus ciranda,
É um belo dia,
Só não desanda.
Amanhã será o dia das Marias, Josefas , Cristinas enfim de todas mulheres mães, Amanhã sera o dia dos filhos das mães lembrar cada qual da sua mãe .
Amanhã sera o dia em que deveríamos lembrar que todos os dias é dia da mãe, e que Mãe escreve co letra maiuscula , seu filho da Mãe!
Marias
No encanto de seus dias
juntaram-se todas as marias
desfazendo-se de seus medos
e de profundos segredos...
Enlaçaram-se sem mazelas
rodopiando como donzelas
junto ao burburinho do vento
junção de puros sentimentos...
Tal como flores desabrochando
as amarguras foram deixando
espalhando suas sementes
a quem estivesse presente...
Marias em ciranda ambulante
formando uma roda gigante
com cânticos perfume e flor
somente entoando amor...
mel - ((*_*))
Tão amável avó Maria...
Meu nome é Maria como tantas outras Marias
Antes só alegria; hoje só melancolia
Viúva muito cedo com minha filha eu sempre morei
Então ela se casou e com ela na luta eu continuei
Lembro-me do nascimento do meu primeiro netinho
Emocionei-me muito quando coloquei
em meus braços aquele anjinho
Todo mundo sabe que pelos netos
as avós sentem o dobro de carinho
Eu só tive uma filha, feliz eu fiquei de ver nascer dela
aquele frágil homenzinho
Ele chorava de noite e logo diziam:
- Chamem a vovó Maria!
Eu chegava com meu amor de avó
e transformava o choro em calmaria
Enquanto a minha filha trabalhava,
todos os dias do meu neto eu cuidava
Fui a muitos passeios com eles
e sempre nos meus braços ele estava
Então o menino cresceu
e da vovó Maria ele já não mais precisava
Comecei a sentir uma estranha mudança,
antes eu era importante naquele lar
Já não me levavam aos passeios,
a razão era porque andava muito devagar
Na sala eu me sentia isolada,
ninguém do meu lado queria sentar
Até nas conversas não tinham paciência de ouvir
o que eu tinha para falar
Diziam: -Deixe a avô Maria maluca para lá,
já está caduca ou vai caducar!
Eles não entendiam que o que eu mais queria
era um pouco de atenção
Eu queria dar para eles o meu amor de avó
e de mãe que eu carregava no fundo meu coração!
Eu nunca deixei eles verem as minhas lágrimas,
eles nunca me viram chorar
Ingratidão de neto e de filha é muito triste,
não queiram imaginar
Num dia bem cedinho pegaram a minhas coisas
e levaram para um quartinho
Quarto que se guardam tranqueiras,
meu coração ficou triste e apertadinho
Não me deram se quer uma única explicação,
para eles a minha solidão seria a solução!
Foi á noite mais triste da minha vida,
doeu muito àquela separação!
Não tinha acesso mais a cozinha
e nem podia ir á sala ver televisão
Estava no quarto das tranqueiras,
das coisas velhas curtindo a minha aflição
Um dia criei coragem e do meu sofrer
para minha filha eu fui falar
Então no meu rosto ela me deu um tapa,
vi naquela hora o meu mundo desabar
Depois deste dia era normal a minha filha me agredir
Muitas vezes sentindo muito medo eu pensei até em fugir
Mas seria loucura eu não tinha para onde ir!
O meu quarto sempre foi solitário e úmido, tive então como
resultado um reumatismo que passou a me consumir
Era só o começo do pesadelo que estava por vir
A doença me jogou numa cama,
então contrataram uma mulher para cuidar da avó Maria!
Agora sim ficou muito pior,
de dia eu apanho da mulher e a noite da minha filha!
Estou num desespero, esperando a morte me levar
Mataram em mim todos os sonhos
até o direito de existir e amar!
Sou tranqueira jogada num canto,
a minha vida hoje é tão triste e vazia
Mais durmo do que acordo,
eu me entreguei a este ambiente de melancolia...
Às vezes na minha insanidade
surgem imagens antigas,
me fazendo lembrar
que um dia
eu fui para eles...
à tão amável avó Maria
As Marias da Graça ganharam seus narizes vermelhos em julho de 1991 e resolveron formar um grupo de mulheres palhaças, algo totalmente novo no país.
São mulheres que trabalham o riso e escolheram a arte da palhaça para expressar o cotidiano feminino. Interferem assim, na visão tradicional deste universo artístico.
O grupo optou por uma atuação popular e estar presente em diversos pontos da cidade. Em seus projetos procuram sempre diversificar os locais de apresentação - do Leme ao calçadão de Bangu. Acreditam que todos tenham acesso à cultura.
Utilizam o teatro como um meio de socializar e educar. Através do Teatro Popular participam do processo de fortalecimento da identidade cultural da cidade, assim como, fortalecem a sua identidade artística.
Os 13 anos de teatro de rua, palcos e projetos possibilitaram ao grupo a formação de uma platéia que as prestigia independente do espaço, local ou proposta de encenação.
Acreditam na leveza da/o palhaça/o e no riso como um instrumento poderoso na renovação social. Não pensam na tragédia ou no drama como uma linguagem sua. As Marias da Graça são palhaças, cariocas e bem humoradas, compromissadas com o humor, a brasilidade, a mulher, o teatro de rua e de grupo, e que agora com mais de doze anos de estrada, reitera seu compromisso com a arte como uma das melhores contribuições para uma sociedade mais justa e feliz.
As Marias da Graça Associação de Mulheres Palhaças
Em 2003 o grupo fundou a Associação de Mulheres Palhaças As Marias da Graça. Fazem parte dessa associação as atrizes/ palhaças: Vera Lucia Ribeiro, Geni Viegas e Karla Conká, que estão desde a fundação do grupo em 1991, e Samantha Anciães. Além disso, o grupo convida atrizes/ palhaças, para participar de oficinas, espetáculos e projetos. Em 2003, Cris Muñoz e Mônica Müller excursionaram na Mostra Sesc CBTIJ de Teatro e Cris Muñoz participou do 2º Festival Internacional de Palhaças em Andorra – Europa (maio/2003). Vânia Cardoso, residente em Londres, foi com o grupo ao 13º MOTRARÁ FESTSESI em MG e atuou no Circuito Carioca de Teatro de Rua, Circo e Folias.
Em 2003 o grupo recebeu 02 prêmios na área de gênero:
- Global Fund for Women, San Francisco, EUA
- IV Concurso de Empreendimentos Exitosos Liderados por Mulheres, Rede Mulher de Educação, São Paulo.
A metodologia do grupo consiste em ser um referencial de trabalho e aprendizado. Fomentando a arte da (o) palhaça (o), dentro da visão do feminino, a outras atrizes que trabalham ou que queiram trabalhar com esta linguagem. Cria-se assim, um banco de talentos, permitindo que as atrizes/palhaças tenham oportunidade de se apresentar ao mercado de trabalho.