As Dores do Mundo
A Universidade é salva
Curitiba! no segundo em que louva
O pé de um tirano devasso, ganha um prêmio vil:
a voz aprisionada na Gruta das encantadas, o acorrentado se encolherá.
Banido o espírito divino,
Contempla o futuro de infâmia do reino ébrio.
Como aquelas profecias dos sonhos
Falam na escuridão em voz alta;
E suas palavras ameaçadoras,
Suas palavras, cuja luz brilha do soberbo e altivo coração, segurando uma espada na noite.
Elas emocionarão o Paço da Liberdade,
E a Rua das Flores,
E o cabelo das árvores, dos ipês amarelos
E o céu como amigo;
A alma suja da corrupção
Vampiros da sociedade causam pobreza
Nas obras do mundo, simulam justiça.
Amam somente os mandos da riqueza
Fraudulentos gestos que sempre atiça.
Leis em favor do ouro se estabelecem,
As em favor do povo só perecem.
A corrupção veste uma insana fantasia.
Em todos os lugares, está presente.
Administra prazeres com força e valentia.
Em nenhum lugar, deseja estar ausente.
Homens, mulheres, líderes e subordinados;
Ofertam ao rei ímpio tesouros corroídos
Nos tristes caminhos do engano trilhados.
A espada do espírito imaculado é inimiga.
A voz do oprimido, sua desgraça.
A corrupção fere a verdade, ao justo castiga.
Enfraquece nações, não há quem desfaça.
Embriaga corpos e ilude almas
mergulha em um drama sombrio.
Oh, corrupção, metamorfose perigosa:
deputados em covardes, astutos em tolos.
É evidente que gangrena a Presidência.
Prospera nas Comissões
e mesmo na Assembleia, com promoção.
Desperta paixões desenfreadas na nação.
Tenho dor no meu corpo e na minha alma.
Por todo o meu ser, a justiça clama.
Corrupção, vampira da minha sociedade;
seduz as mentes em um estado de enfermidade.
Ela se familiarizou com a Justiça;
e lucra, em abundância, onde semeia iniquidade.
Não há mais promotores, nenhum magistrado,
juiz, instrutor ou advogado,
para dizer o que é direito e novamente fazê-lo;
em esterilidade de dádivas, preferem falsificá-lo.
A corrupção veste a Justiça com ouro e prata.
Interrompe o equilíbrio, certidão de virtude aristocrata.
Elação do injusto e lasso do oprimido.
Ela brilha em sua alma e mergulha em um drama banal.
Isso distorce o campo da saúde,
os métodos pet-scan morrem antes da doença infernal,
onde a noção de qualidade é a quantidade sem virtude.
O juramento de Hipócrates vazio, e a saúde do paciente formalidade.
QUEIROZ, Suelen. As dores do mundo: A alma suja da corrupção. In: QUEIROZ, Suelen . As dores do mundo. 1. ed. Florianópolis: Bookess, 2017. cap. 1, p. 14-16. v. 1.
A vida de Camila
Quem inspira a jovem guarda da Pátria?
O anjo de asas, a muralha do Brasil.
Contempla o vulto sagrado da bandeira latria.
E o grito de guerra, nação gentil?
Disciplina, amor e coragem
Cortam o ar como um pássaro selvagem.
A fé dos compatriotas não foi enganada;
Em sua farda, toda a esperança da brava gente.
Mas o poder dos injustos quebra sob sua espada os capacetes de bronze reluzente?
Que se espalhe pelo Universo,
Os seus sublimes feitos cantados em verso.
O alvorecer do dia vê brilhar sua armadura,
O aço pesado cobre seu cabelo,
E na luta cumpre a missão com bravura.
Tantos climas experimentados para um mundo sem flagelo.
Quem te inspirou a deixar o porto seguro
Para preferir o mar dos campos de batalha impuro.
Deus quem o quis, é o deus dos exércitos,
Quem olha com piedade, as lágrimas dos soldados,
Ele entregou nossos vastos inimigos aflitos,
Sob o peso de um jugo rigoroso para os vilipendiados;
O sol nascente vê primeiro
As façanhas no seu escudo derradeiro.
O anjo exterminador abençoa a terra do Cruzeiro do Sul;
Ele colocou em seu sotaque um som ameno
A esperança nos seus olhos sinceros, a força em seu braço tardo
E disse à ovelha com passo pequeno: Rasgará o leopardo.
Um novo ramo florescente da árvore de Cristo Mais amada que nenhuma nascida no Ocidente benquisto.
Camila, corajosa guerreira, que a próspera vitória
Siga seus passos nas batalhas onerosas
Cubra-a com seus escudos de glória;
Cubra-a com obras valorosas.
Soldado da justiça, é a esperança da pátria amada.
Que seu comandante, com gesto soberano,
Caminhe quando a voz da verdade é chamada rumo à vitória contra o tirano.
A Universidade é salva
Curitiba! no segundo em que louva
O pé de um tirano devasso, ganha um prêmio vil:
a voz aprisionada na Gruta das encantadas, o acorrentado se encolherá.
Banido o espírito divino,
Contempla o futuro de infâmia do reino ébrio.
Como aquelas profecias dos sonhos
Falam na escuridão em voz alta;
E suas palavras ameaçadoras,
Suas palavras, cuja luz brilha do soberbo e altivo coração, segurando uma espada na noite.
Elas emocionarão o Paço da Liberdade,
E a Rua das Flores,
E o cabelo das árvores, dos ipês amarelos
E o céu como amigo;
Será a verdade que não se nega,
O grito que persegue os pardais,
A respiração desconhecida que estremece a lâmina da grama nos funerais;
Eles gritarão: vergonha do infame,
Para os opressores, para os assassinos!
E as almas que as estrelas acompanhavam
Serão chamadas de guerreiras!
Nas vidas errantes que estão se transformando,
Uma tempestade escura, irá pairar;
E se aqueles que morrem dormem,
Aqueles que estão mortos acordarão.
Navegantes
A pobre casa de taipa adormece em Guamaré.
De barro e madeira, cheia de hóspedes.
Guardiã das tristes estrelas na alta maré.
As redes de pescadores penduradas nas paredes.
Nas tábuas de um aparador desbotado,
Onde humildes pratos repousam como amigos.
Uma grande rede, com cores de um tempo passado,
Estende-se perto do colchão sobre velhos bancos.
Há nove crianças, almas jogadas ao vento.
O fogão de lenha cheio de chamas nos trópicos,
Curva-se diante do teto escuro e sem mantimento.
Uma mulher de joelhos reza para Santa Conceição.
É a mãe. E lá fora, redemoinhos de poeira dançam.
No céu, os ventos, as rochas, as dunas, o coração.
Na sombra, as ondas sinistras do mar soluçam.
II
Um homem no mar. Desde criança marinheiro,
Seu corpo se lança na batalha rumo ao acaso.
Na máquina do Mundo, ele deve ir primeiro
Porque seus filhos estão com fome, sem atraso.
A água sobe os degraus da ventura humana,
Sozinho, governa seu barco com quatro velas.
A mulher está em casa, costurando a lona insana,
Remontando as redes, tudo prepara sob as estrelas. Observando a lareira onde o caldo de peixe ferve.
As crianças dormem, a fome é um injusto castigo.
O marinheiro quebra as ondas que a vida lhe serve.
Os ventos sombrios respiram sem receio do perigo.
Trabalho árduo! tudo está frio; nada brilha.
No alto mar, entre os olhares da esperança,
A procura da boa pesca no dilúvio da maravilha, em movimento, caprichoso, sempre de mudança.
No labirinto das águas, há um ponto de fertilidade
De peixes prateados onde o mar hospedava.
Caminho do alvorecer de tanta miséria e adversidade
Nesse sertão iluminado enquanto o Sol descansava.
O refresco na chuva e na névoa, em dezembro,
Para conhecer este ponto no deserto em movimento,
Como combinar as manobras certas sem assombro?
É necessário calcular a maré e o vento!
Cobras venenosas ao longo dos córregos,
E horrorizam o barco amedrontado.
O abismo tem caminhos com perigos cegos.
Ele pensa em Valdeci quando enfrenta o mar irado.
A mulher chorando o chama, seus pensamentos
Cruzam a noite, pássaros divinos sem aposentos.
III
Ela pensa, ela sonha. – Canta o cardeal do nordeste.
Seus filhos ficam descalços no verão determinado.
Não há pão de trigo. Comemos mumgunzá do agreste.
- Oh Deus! o vento rugiu como um metal forjado.
Constelações, bailarinas do sertão peregrino
Por testemunho, em nome de Jesus crucificado,
Dançarina alegre é a hora de rir, espírito divino.
Sob os olhos iluminados do lobo armado.
Na hora da meia-noite, o ladrão misterioso,
Velado com sombra, chuva, já postos em cilada.
Tomam a face do pobre marinheiro furioso.
De repente, as dunas veem a dama desejada. Horror!
O homem uiva, voz humana extinta.
O edifício da bondade que mergulha, afunda.
Ele sente a sombra e o abismo abaixo dele, levanta.
Rumo ao porto de Santos onde a luz abunda.
Essas visões tristes perturbam seu coração.
Valdeci chora com um adeus a embarcação.
IV
Foge para Macau, com um grito e zombando
O indesejável ciúme, entre o amor em pranto,
O oceano a assusta e memórias vai lançando.
Na mente: marinheiro, o mar chorou tanto.
Levado pela raiva das ondas; pelo ódio
E em sua peixeira, o sangue na artéria, fato eterno.
O relógio bate frio, jogando as horas no mistério,
Gotejando o tempo, clima, verão, inverno.
E cada batida no universo, de cometas trémulos,
Abrem a ferida do sagrado cadáver materno.
De um lado, os berços e, do outro, túmulos.
No caminho tão árduo das mentes sem governo.
V
Senhor da morte, Pescador de almas!
Segura os braços gelados de sua mãe que partiu,
Criança Navegante, filha do sertão, sem palmas.
Neste caos! coração, sangue. Deus permitiu.
Céus! Pior que a prisão das ondas é ser a presa do desatino.
A água salgada cura todos os maus pensamentos.
O engano em figura de paz, manda o assassino.
Da felicidade infantil ao mundo de sombrios elementos.
O vento soprando destrói sua trança, põe por terra doces ilusões.
E vendo tanta injustiça, alma desamparada, foge atormentada.
Tanto vitupério que o Céu se revolta nesta hora de opressões.
Para enfrentar este mar de sofrimentos, trovoada.
Todos os abismos onde nenhuma estrela brilha,
O escudo da luz divina surge na fronte marítima
Acolhe um fraco humano que se humilha.
Corre a esperança na entranha da vítima.
Tem dias que me recolho
Eu não escolho ficar assim
E nesses dias parece
Que as dores do mundo
Pesam muito sobre mim.
Dores de mundo ausente disperso...
Pelo o ador reluzente do tenso terror.
Que se expande passivamente
Entre entrelinhas da escuridão.
Claramente desejo o destino.
Ausente de tudo para todos.
Revolto sentimentos por sua vez é única...
Barreira que pretende desejo puro do amor.
Sinto como se todas as dores do mundo estivessem em um homem, não as vejo no espelho, mais sei que todas elas estão em mim, e as vezes elas se esvaem em forma de lágrima.
Abdicar da crença nas divindades nos leva a compreender as
dores do mundo, e não se conformar com tanto sofrimento ao invés de cruzar os braços e dizer que são inevitáveis e que fazem parte de um plano divino.
Saudades do tempo quando o rock gritava as dores o mundo, das atitudes do estilo de vida de um roqueiro instigando os jovens encorajando-os a não sofrerem calado com aquilo que a sociedade tentava enfiar goela abaixo... Hoje não existe mais atitudes, só ficaram espaços para reclamações sem sentidos e um mundo de ilusões coloridas. Medo do futuro.
Não tenha fé nas dores do mundo,tenha fé em Deus e deixa ir tudo que te fere a alma para bem longe de ti.Liberte-se !
Uma mulher bonita e segura de si tem o incrível poder de suportar todas as dores do mundo sem deixar de sorrir. Sorria sempre, linda e especial garota, pois é só assim que as dores ficarão menos doídas!
Eu sabia no fundo de mim que uma das piores dores do mundo era de um coração despedaçado. Agora sei que a de um coração vazio é quase o mesmo que um coração morto. Sem dor, mas sem vida, sem amor.
Acredito que as piores dores do mundo, são aquelas que matam lentamente e ninguém pode cessar em você; aquelas que conseguem desabar o seu mundo, e o de mais ninguém.
Não é um sinal de fraqueza sentir as dores do mundo e chorar por elas. Fraqueza é não levantar quando a mão lhe é estendida. O que move a vida é isso: Saber que alguma coisa está lá, em algum lugar, a nossa espera. E trilhar o caminho, ainda que tropece...
Quando você se comover com as dores do mundo, Deus aliviará a sua, e quantas vezes cair o Senhor te levantará.
QUEBRADIÇO'
Nas cicatrizes levanta-se
Abraçando as dores do mundo
Fitando ruas...
Fez dos fantasmas amigos
E da solidão crua
Razão para celebrar...
Sem cogitar
Triturou paralelepípedos agudos
Acenando esperanças...
Sem perfeição
E sabor agridoce nas veias
Afogou-se em desesperos...
A rua é imensidão
Futuro desolado
Generoso nas horas incertas...
Mas sempre compartilha o pouco pão nas intempéries
E faz da vida ilusão
Ópticas várias no amanhecer...
É criança sem reação a transbordar
Ansioso por respostas
Descrenças...
Quebradiço
Ele espera lá fora
Veemente por casulos...
[novas ausências]
Não quero falar só das minhas dores
O mundo tem derramado lágrimas demais
Chorando pelas suas percas