Textos sobre ansiedade que resumem esse sentimento difícil

⁠O Ultraje da solidão

Um coração custodiado
Não sabe o que é aflorar-se mais
Em mansidão aparente, Um rosto tanto calmo, por dentro pandêmico, quem diria se o visse?
O exílio é perigoso, mas é onde encontro o meu eu mais próximo do gênese,
Viciante, tanto pensar, pra que me culpar?
Deveis apenas seguir o rebanho?
Só busco ascender, conectar e talvez desafrouxar os laços que me confinam ao pretérito
Porém tão fácil dizer
E difícil demais compreender cada dia minha existência
E o que tanto me amarguras

⁠Quando, através da análise, chegamos aos conflitos mais profundos de onde surgem o ódio e a ansiedade, também encontramos lá o amor.

Melanie Klein
Amor, culpa e reparação e outros trabalhos (1921-1945). Rio de Janeiro: Imago, 1996.

⁠Acostumados a ouvir, não encontramos espaço, nem coragem para falar.
O mundo parece ser tão pesado para os outros que decidimos carregar o peso do nosso sozinhos.

A lágrima cai todos os dias porque não encontrei forças para expulsar essa tristeza.

É uma luta contra os próprios pensamentos, e meu medo é um dia eles me vencerem.

Quando estiver no fundo do poço, lembre-se de todas as vezes que vc já esteve e conseguiu sair de lá.
É só mais uma fase! Não desista!

Você não está sozinho no mundo,
tem muita gente sozinha também.

⁠O amargor do crepúsculo

Novamente os sintomas da angústia explodem em meu peito, uma dor tão forte e incessante.
O ar me falta, a lua cresce, nada me desce, o frio entra, o coração padece, o dia amanhece, mais uma vez acontece, o triste ciclo da tormenta, de um ser que tanto lamenta e carece de uma nova versão de si.

ou eu romantizo o passado
ou perco tempo me preocupando com o futuro
não é à toa
que eu não me sinto viva
eu não estou vivendo
no único momento que existe

- presente

Rupi Kaur
Meu corpo minha casa. São Paulo: Planeta, 2020.

Pare de se encolher para permanecer em lugares onde você não cabe mais.

A ausência de Deus, deixando o homem responsável por si mesmo, o condena a se revoltar. “Do absurdo à revolta”, dizia Camus.

A dor d'alma dilacera em silêncio.
Vem em gotas de frustrações diárias.
Surpreende num surto em pleno ócio.
Veneno lento que esgana várias esperanças. Sem piedade, assiste ao desmoronar interno, tijolo a tijolo. Sufoca com mãos pequenas. Triste ver o corpo murchar, perder o viço, desencantar junto às rugas profundas que marcam a vida. Uma flor esquecida, sem regas. A beleza dessa dor pungente não transparece fácil, é urdida pelas mãos do poeta dormente.

Tenho medo de me olhar no espelho.
Medo de olhar para o meu rosto e encontrar apenas um vácuo escuro.
Onde antes um criança sonhadora vivera em um passado distante, medo de ver o que ela se tornou e medo de pensar sobre o que ela acharia do ser que nós nos tornamos
Parte da criança que restou dentro desta casca luta para subir a superfície, a outra parte, maior e mais forte deixa-se afundar na escuridão da mente.
Ela esta acostumada com o vazio.
É reconfortante, acolhedor e indolor; Depois de nadar contra a correnteza muitas vezes, permitindo enfim deixando-se levar, aceitando o que realmente é.

Há muitas pessoas lotadas do amanhã e vazias de hoje.

Sinta

Não há porque tentar
A fuga é inevitável
Todos os caminhos
Todas as escolhas
Nada pode evitar o único destino possível

Não importa o sentimento
Não importa o quanto doa
Você precisa fechar os olhos
Precisa viajar em você mesmo
Precisa saber
Não a porque mentir
Você precisa
Sentir

A incerteza é o pior
Ela corta o futuro
Destroe os caminhos
Queima as possibilidades

Deixo de respirar no agora
Me paraliso
Porque penso demais
Questiono demais

O 'talvez' me assusta
O 'quem sabe' me aterroriza
E me afogo em angústia
Preso no medo de um futuro que talvez nunca aconteça

Eu Devia

Não
Porque não posso
Porque não sei
Não consigo
Não devo

Respiro
Penso
Tento
Não consigo
Não devo

Paro
Engulo
Abro os olhos
Mas eu nao consigo
Nao devo

Então eu me afundo
Me derramo
Perco
E no silêncio
Eu percebo

Eu poderia
Eu sabia
Eu conseguiria
Eu devia

Então volto a respirar
Volto a ver
Volto a pensar
E as coisas são claras agora

A vida
Nada mais é que uma grande aposta
Em que um grande homem diz que você pode
Mas você vive dizendo que não
E acaba ganhando a aposta
Por medo de estar errado.

⁠Suas atitudes de hoje, são o rascunho de como será seu amanhã.

⁠Lembre-se de que assim
Como você não consegue
Falar o que sente pra ela
Pode ser que ela também
Esteja na mesma situação
Que você. Então lembre que
Você pode estar desistindo
Da pessoa que talvez não
Queria desistir de você.

Solidão

Conheci pessoas que me ajudaram
Mas que infelizmente falharam
Falharam em continuar ao meu lado
Aliás, eles ou eu sou o culpado?

Sempre com uma grande mania de insistir na coisa errada
Sempre excluído
Tô vendo que de amizade tenho mais nada
Nem eu sei mais quem tá comigo

Me sinto um lixo
"Não vou atrás" é só isso que tenho dito
A dor aumenta por causa disso
Eu choro com isso

Muitos disseram tá do meu lado
Mas mal sabiam eles que eu tenho um vício errado
De sempre me afastar do melhor
E a cada dia me senti pior

Se eu pudesse pedir desculpas?
Já tava lá, mas é uma luta
De está sozinho e do orgulho
Mas pra ter alguns de volta eu faria tudo

Hoje tô numa enorme solidão
Conhecidos que antes eram irmão
Hoje vê minha dor e tá nem aí
Já tô lá no fundo, no poço, faz tempo que cai

Mas quem tá comigo?
Hoje tô sozinho, não tenho amigo
Costumo dizer "eu por eu"
Mas só de pensar nisso, eu sinto que doeu

Eu tento aparecer forte na frente de todo mundo
Mas no meu quarto sozinho, fico mudo
Ligo o fone, boto a música, e começo a pensar
É daí que tudo começa a desabar
E ninguém tá lá pra eu desabafar

Não sei como deveria me sentir
Porque todos tem que sempre partir?
Eu me sinto um fracasso
O que mais me faz acreditar nisso é que não tenho ninguém pra dizer que tô errado...