Anoitece
Ao findar de cada dia anjos pegam suas aquarelas e como crianças sapecas põem-se a colorir o pôr do sol com as cores do crepúsculo.
Uma das coisas mais prazerosas da vida é colocar a cabeça no travesseiro e sentir-se abraçado pela paz que a noite sugere, dadivado pela gratidão e merecedor do descanso que o corpo pede. É a sensação de dever cumprido por saber que não evitou ou adiou nenhum compromisso, que fez exatamente o que tinha que ser feito e da melhor forma que podia. Consciência tranquila traz serenidade e é o melhor relaxante que existe, a melhor forma de terminar um dia e se preparar para um novo.
Ter vivido mais um dia com disposição e saúde sob a proteção de Deus é uma benção. Ter uma cama quentinha para descansar é uma dádiva. Ter uma família que nos acolhe é um privilégio negado a muitos. Agradeça e tenha uma noite de paz!
Por trás do mosaico de cores do arrebol vejo-te me sorrir misterioso, como um convite cifrado nos olhos indecifráveis da lua.
Que a noite chegue com o silêncio que o sono pede, com a leveza que os sonhos querem e a poesia que o luar sugere.
O sol vai se afastando de forma quase imperceptível até tornar-se uma tímida réstia de luz entre as nuvens; com ele os olhos vão pesando e as pálpebras devagarinho se fechando; o coração vai serenando, a respiração se acalmando e corpo ficando leve, leve, muito leve até que o sinto flutuar no universo mágico dos sonhos.
Fecham-se as cortinas do dia para o suntuoso espetáculo do sol. Mas o grande show não termina com a despedida do astro; por trás do rendilhar de cores do acaso surge esplendorosa a lua sob o aplausos das estrelas e o olhar curioso dos anjos toda vestida de prata.
Magnetismo de uma arte esplendorosa, que no céu se revela com lindas cores entre as nuvens e a suas formas diversas, o encantamento solar, o auge do Sol numa apresentação intensa, singular, um belíssimo pôr do sol que vem anunciar a noite como um gesto de amor.
Vem a tarde, chega à noite valsando em melancolia
Onde o vento entre as secas folhas no tardar rodopia
E o tempo e saudades no peito se fazem em sinfonia
Pra haver outra tarde, outra noite, haver outro dia...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
poente no cerrado
encarnado
sob o mesmo valsar
o dia vai sendo arrancado
por seres alados que se põe a pintar
os sons das cores ali ilustrado
pros sensores apagarem, e vir o luar
num só tom, escrevo, todo arrepiado
neste silêncio que faz poetar
o poente no cerrado...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/03/2016, 18'25" – Cerrado goiano
LETRAS
Transformo-me em textos
Há dias que sou uma palavra apenas
Em outros sou sentença
Já acho que sou mais letra que gente
Às vezes amanheço verso
Anoiteço poema
Adormeço toda prosa.
A inconstância dos fenômenos naturais
O dia passa devagar na velocidade de segundos
A luz do sol e da lua clareia a noite escura
Que chega muito rápido apesar do dia devagar
E que demora a ir para o sol não chegar
Mas ele quer raiar e reinar
Antes da noite novamente começar e a estrela brilhar
Mas se a nuvem ofuscar, a estrela apagará?
Ou ela somente sumirá no momento em que a nuvem passar?
O importante é que de novo aparecerá
E só sumirá quando o sol brilhar
Como a estrela o sol também brilha
Eles formam uma dupla separada na sua individualidade
Mas juntos no mesmo céu
E cobertos pela mesma nuvem
A nuvem que fecha e acinzenta o céu
Mas que enceta e colore o arco-íris
Que faz renascer
Desde o amanhecer ao anoitecer.
Venci mais um dia!
Obrigada Deus...
Obrigada por ter me guiado, por ter iluminado meus passos e abençoado minhas escolhas. Obrigada pelo seu amor, pela sua fidelidade e por nunca desistir de mim. Do amanhã eu confesso que não sei, mas entrego em Tuas mãos e descanso, pois tenho certeza que o Senhor há de preparar o melhor!
... é com orgulho que anuncio:
Mais uma semana vencida!
Obrigada Senhor, porque mesmo
em meio as minhas dificuldades,
problemas e angustias, eu tive
o privilégio de vencer mais sete
dias. Obrigada pela Tua fidelidade,
Teu amor e principalmente por me
guiar e me proteger todos os dias.
Gratidão é o que eu sinto ao ver o sol se pôr...
Saber que em meio a tantas dificuldades, dissabores,
conflitos, não me faltou sabedoria para driblar um
por um. Poder contemplar o findar do dia é uma
satisfação que não tem preço, ainda mais quando
se fecha um dia com a sensação de missão cumprida.
Graças te dou meu Senhor e meu Deus, que me iluminou
e me sustentou debaixo de suas asas.
(...) Mas ainda não inventaram
um recurso tecnológico para avisar
que um amor vai entrar na sua vida
e fazer o chão tremer.”
Assim diz Martha Medeiros!
E também não inventaram
um recurso tecnológico,
que nos preparam para entender
quando vamos perder esse amor.
Porque é quando arranca o
chão dos nossos pés e
nos joga num abismo.
Vem com tanto força, feito tsunamis.
Com ou sem tantos avanços tecnológicos,
o nosso coração ainda precisa
aprender a suportar as grandes alegrias
e as imensas decepções,
sem que ele pare de bater.
Há de pulsar forte!
Acelerar...
Entristecer...
Quase parar...mas jamais poderá parar!
Porque o amor é assim...
É preciso observarmos a cada amanhecer.
A cada por do sol.
A cada anoitecer.
Que eles irão se repedir dia -após- dia.
Para recuperarmos as alegrias,
ou cuidarmos das cicatrizes do amor!