Amor Próprio
Amor próprio
Arrumando as coisas...
Fiz um poema de amor.
Ele parecia colorido demais.
Coloquei nele todas as coisas especiais.
Tirei das prateleiras de cima, as empoeiradas paixões.
Ao assoprar não apenas ví, como enxerguei o bonito que nunca tinha percebido.
Para parecer coincidência, tropecei numa caixa de sapatos velha. E nela encontrei meu amor-próprio. Ele parecia bem surrado, mas era uma das poucas coisas que poderia afirmar "é meu". Resolví entitular o poema com ele.
Sentí uma brisa vinda das frestas da janela. Então a abri. O vento entrou e roubou-me um beijo. "Sedutor barato!" Pensei. Aproveitei e tornei a admirar a natureza.
Infelizmente tinha muita natureza morta. A mesma onde escrevo o poema.
Pensei. Resolvi. Percebi. Pensei "O que fazer com esta vida, afinal?" Resolvi que não pensaria mais nisso. Percebi que precisava terminar o poema.
Ao contrário, li um pouco de Schopenhauer. Lembrei que o acho engraçado. Mas esqueci o por quê. O pus de volta na estante.
Por fim, ví cartas na mesa. De amigos que nunca mais ví. De amores que já esquecí. De mentiras que nunca direi. De verdades que eu já sorrí.
Eis que a carteira cai e abre. Com a foto de uma familiar família. E por fim concluí o poema de Amor. Não totalmente concluído. Não tão cheio de amor.
Poderia lembrar de mais alguém. Que me faz neste momento tão Feliz. Então lembrei que um velho conhecido disse: "todas as cartas de amor são ridículas". E aí que isso não é uma carta. Mas sim um poema!
descobri, entre um vazio e outro, que o primeiro pressuposto do amor verdadeiro é o amor próprio (Philautia). Amar a si mesmo é não permitir intervenções que subjuguem os nossos sentimentos e façam a gente se sentir no subsolo do fundo do poço. Uma relação não precisa ser perfeita, porque não existe perfeição. Uma relação amorosa é sempre uma via de mão dupla e precisa apenas de amor e boa vontade para entender as infindáveis complexidades humanas.
Aprendi a dizer NÃO. E isso não significa egoísmo, mas amor-próprio. Se consegui dizer não, sei que agora tenho força para ESQUECER, e isso também é amor-próprio.
A falta de respeito com os outros e consigo mesmo e a falta de amor de amor próprio é um dos maiores sintomas de um viciado. Quem tem amor a vida não usa DROGA.
Amor próprio não acontece do nada. Precisamos cuidar do corpo e da mente, para nos apaixonarmos por nós mesmos.
Amor próprio em excesso destrói não só o seu relacionamento, como também a possibilidade de conhecer pessoas maravilhosas que poderiam também se tornarem suas amigas, se você deixasse, pois impor que o outro, escolha, não é amor.
AMOR PRÓPRIO
Se Deus desse a oportunidade à alguém
de trocar de vida comigo por um dia que fosse...
Esse alguém com certeza "não a devolveria
pra mim"!
Eu sei o valor que tenho!
Não confunda orgulho com amor próprio. Orgulho não te favorece em nada, amor próprio sim.
O orgulho rouba da gente, o amor próprio acrescenta.
É pelo amor próprio que o amor de fato nos seduz. Como resistir a um sentimento que embeleza o que temos de melhor ? Ainda que vivamos em Timor, a alegria é advinda de nossa individualidade e quem se ama verdadeiramente, um dia sequer sofrera por amor e consequentemente, permanecerá na abundante auto-felicidade todavia, não é fácil chegar a esse grau e quando for o caso, tornar-se-á impossível o regresso a tristeza.