Amor em Silêncio
Encontro no Silêncio
No refúgio sereno da tarde que finda,
Teus olhos buscaram o que o coração sente,
Entre murmúrios suaves, a paz nos brinda,
Um instante eterno, tão eloquente.
Os beijos furtivos, como brisa ao passar,
Escrevem histórias em lábios ardentes,
E o tempo se perde, se deixa levar,
Nos gestos que unem almas contentes.
Conversas tão doces, segredos trocados,
Palavras que dançam no ar, leves, puras,
O mundo lá fora parece calado,
Aqui só existe o que o amor conjura.
Carícias que embalam a noite a chegar,
Em toques sutis, promessas sublimes,
No calor dos abraços, me deixo ficar,
Buscando em teu peito, razões e rimes.
E agora me perco no doce desejo,
De um novo encontro, do mesmo embaraço,
De sentir novamente teu toque e teu beijo,
E de ter-te de novo, aqui, nos meus braços.
“O silêncio, muitas vezes, é a voz poderosa de Deus, tentando fazer você ouvir o que os ouvidos nem sempre estão prontos para escutar!”
Uma das coisas que mais me orgulho, mesmo em completo silencio, é que o mundo seria bem mais fácil e superficial, sem mim.
Agora sinto saudade. Mesmo em silencio a coabitação com minha mãe Edyala, nesta dimensão me dava abrigo. Hoje a percebo na eternidade, entre as estrelinha do céu e aguardando a noite feliz, de nosso reencontro.
Existe o momento, onde o silencio me conforta e diz tudo que eu preciso. Muito mais que as mil palavras de atenção e persuasão. As imagens ficam mais cores e reflexos, não se percebe o que dramaticamente querem dizer.
A solidão é nossa perpetua e fiel companheira pelos caminhos que vão alem de dentro e o silencio nossa mais forte oração. Amor, generosidade e perdão oferecem a direção.
Silêncio perverso
Ações são acontecimentos naturais,
São as previsibilidades conforme as assimetrias
Que quando passados algum tempo
Tornam-se plausíveis.
Quando a fala articula argumentos
Extravasam-se inquietudes perturbadoras
Entra-se ao final em cooperação mental
Num entendimento consensual.
A voz deve dizer o que não se quer escutar
Ao anunciar muitos dissabores
Mas, pior é o mistério e inação,
Que prepara golpes aniquiladores.
Atormenta muito, o mundano silêncio,
Feito, integro por perversão,
Porque quem cala, consente a alguém imaginação,
E nessa calada, escuta-se golfadas de intenção.
Há momentos em que a vida se torna um fardo tão pesado que o coração transborda em silêncio, e o outro, ao nosso lado, clama por algo além das palavras: clama por escuta, por acolhimento. Quando nos deparamos com a dor alheia, é um convite não para a solução imediata, não para o julgamento rápido, mas para a presença. Muitas vezes, o maior ato de amor que podemos oferecer é simplesmente estar ali, ouvir sem pressa, abraçar sem questionar, permitir que o outro sinta plenamente, sem interromper com opiniões ou conselhos impensados. A dor do outro é única, e, por mais que pensemos entender, jamais seremos capazes de medi-la com precisão.
Nosso erro, muitas vezes, está em julgar aquilo que não vivemos, em acreditar que somos senhores da razão, e que nossas soluções são universais. Esquecemos que cada alma é um mundo, e o que para nós parece pequeno, para o outro pode ser um abismo. Respeitar o sofrimento do próximo é, antes de tudo, um ato de humildade. Não cabe a nós decidir o peso do que o outro carrega, mas sim oferecer um ombro firme, um abraço acolhedor, e a paciência necessária para que o outro se sinta ouvido. Mesmo quando as palavras se tornam amargas, mesmo quando o desespero transborda em queixas contra a própria vida, devemos lembrar que o acolhimento não está nas respostas que damos, mas na escuta que oferecemos.
Assim como Jó, que enfrentou sua própria dor, seu luto e seu questionamento diante da vida e do Criador, todos nós, em algum momento, nos tornamos aquela pessoa à beira do abismo, buscando sentido no caos. E assim como os amigos de Jó, que o acompanharam em seu silêncio, há momentos em que nossas palavras se tornam desnecessárias. O que resta é a presença. A escuta atenta e compassiva, sem julgamentos. Pois a dor, como a vida, segue seus próprios caminhos, e o que o outro mais precisa, em seus momentos de vulnerabilidade, não é a certeza da razão, mas a certeza de que não está só.
Ritmo e silêncio
Eles eram como o dia e a noite, tão distintos que parecia impossível coexistirem. Ela carregava o caos das manhãs ensolaradas, cheia de energia e risos que explodiam sem aviso, como o canto de pássaros numa floresta desperta. Ele, por outro lado, era o silêncio do crepúsculo, contemplativo, com olhos que pareciam guardar segredos das estrelas.
Enquanto ela dançava pela casa, improvisando passos ao som de músicas que nem sempre ele entendia, ele a observava do sofá, com um sorriso leve, como quem encontra beleza naquilo que não se pode controlar. Quando ele lia seus livros densos, mergulhando em pensamentos profundos, ela se aproximava com uma xícara de café e o interrompia com histórias do dia que, para ela, tinham mais cor do que qualquer romance.
Eram opostos que se completavam sem esforço, como o céu que precisa do azul e das nuvens. Discutiam, é claro, pois ele amava a ordem e ela adorava o improviso. Mas mesmo nas discordâncias havia uma harmonia: ele aprendeu a apreciar o caos das risadas dela, e ela encontrou beleza no silêncio dele.
Assim, seguiam juntos, um equilíbrio improvável entre diferenças que, em vez de separá-los, os uniam. Pois, no fundo, o amor não é sobre sermos iguais, mas sobre aprender a dançar no ritmo um do outro, mesmo que a música pareça, à primeira vista, totalmente diferente.
"Na Sombra do Silêncio"
Perdido no labirinto da memória,
Na sombra da tua ausência, sem glória,
Os tempos avançam, eu, um eco só,
O vazio, um abismo, na alma um nó.
O tempo enubla o que fomos um dia,
Histórias que se desvanecem com o vento,
Desperto à noite com os uivos da agonia,
Um trovão retumba, dilacerando o tempo.
Impotência e orgulho, parceiros nesta dança,
Desilusão ecoa, no campo da lembrança,
Lutei só e perdi a esperança,
O Graal já não se alcança.
Sangro em silêncio, cada gota uma memória,
Por um amor sem vitória,
Notas etéreas ao frio, ao relento,
Nossos nomes, um grito de desalento.
Enterrados estão os nossos segredos,
Não acredito que foi tudo em vão,
Acorrentado aos sonhos e medos,
Na minha nostalgia, na escuridão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão,
No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
O horizonte ermo e noturno,
E eu aqui, desorientado, sem razão, No eco do silêncio, um coração soturno,
Estou perdido, num tempo já perdido, na solidão.
Carrego em mim
o silêncio e a jura,
mesmo sem ter
jamais te ouvido
antes na vida,
e me fixo tua.
Cabe a nós
o recato para
a preservação
daquilo que
nos espera
e faz o coração
permanecer
em sinfonia.
Quando o amor
é inevitável,
os astros dançam
no absoluto
e indomável,
em nós o paraíso
já é impenetrável.
Certa daquilo que
nos une e move
as montanhas,
venho preparando
o quê há de ser
além dos dias
e distâncias;
e assim será.
Você não
imagina,
que eu
te quero
em silêncio,
poesia
açucarada
e com o 'quê'
da mística
incidental
das flores
das dunas
que nasceram
aqui no vale,
e mesmo que eu
recatada me cale,
saiba que daqui
para frente
cada letra só
será para você.
Eu não pertenço
a esse mundo,
e sim a cena
do suave beijo
a enternecer,
e a sua mão
irreversível
que virá
por debaixo
do vestido
me fazendo
enlouquecer.
Porque eu
te quero,
e é mais forte
do que eu,
o meu desejo
cadencial
é bem assim:
repleto,
intenso,
urgencial
e cheio
de mel.
Não vai passar,
porque sem
se conhecer,
algo em ti
me reconheceu
de forma
inefável,
e te fez oceano
pacificado
para me receber,
porque de maneira
doce e inefável:
já me tens
inexplicável.
O seu silêncio não me engana,
E tampouco a tua ausência.
O teu peito sempre reclama,
E quer o meu por excelência.
A sua emoção pela vida,
E repleta de malícia.
A sua forte experiência,
E que deseja-me rendida.
O seu silêncio não me engana,
E tampouco menos escraviza.
O meu peito é cheio de liberdade
E sou feita de inteira [poesia].
A tua convicção de que só se vive
- uma vez -
É distante da minha razão que segue
A luz do amor e a voz do coração,
A minha vida é vivida com paixão.
É uma provocação nesse teu silêncio que não silencia, Eu me calo, A poesia denuncia - é assim que começa o amor e sua magia.
No silêncio do teu olhar castanho misterioso, Vamos nos desvendando um ao outro, Estamos endoidecidos com o amor e seu feitiço delicioso...
Com toda a doçura
que há no meu peito
em silêncio te espero,
e sei que me tens
ocultado do Universo.
Com toda a gravitação
que há em ti
sobre mim pairando
por savanas tropicais
e subtropicais:
a certeza sobre nós
construiu um cais.
Com toda a ternura
que há no teu peito
em silêncio te espero,
e sei que já temos
a Lua por testemunha.
Com toda a redenção
que há para nós
da loucura do mundo
e a tranquilidade
que só o amor possui:
a beleza da canção
trouxe ritmo e paixão.
Com toda a expectativa
do que está porvir
o silêncio é preparação,
e sei que já nos temos
sob a Lua e sua proteção.
Por muito tempo o silêncio foi a companhia mais leal à minha boca. Dela a palavra se perdeu. Engoli e com força o vômito, o suspiro, o choro, o rancor, a dor, a raiva. Às vezes, até mesmo a alegria. Esse medo bobo de desagradar que implantaram dentro de mim. E nesses movimentos caóticos me perdi dentro de mim mesma. Me afoguei no mar de palavras que permaneceram em tempestade, me puxando para dentro, não permitindo emergir. Esse mar que me tira a liberdade e que me faz muda diante, principalmente, daquilo que me fere a pele. E venho escolhendo todos os dias a desaprender o silêncio. A reencontrar a palavra, a não mais engoli o que me tira o sono. O que deixa na boca um sabor amargo.
Ame apesar
da violência
do desamor
do silêncio
do desprezo
da ambição
da tristeza
da loucura
da bagunça
do julgamento
das trapaças
da indiferença
da angústia
da negligência
da estupidez
do egoísmo
Continue amando até que amar seja a única coisa que resta.