Amor de Primavera
FIM DA PRIMAVERA
Foi num alvor assim. Sussurrava o vento
E o meu coração apático sentia a aragem
No céu carmesim, do raiar em nascimento
O sol lumiava a manhã, tão bela imagem
Desfolhava o odor do jardim, doce alento
A derradeira rosa, aparatava a paisagem
Na aurora do cerrado, lustroso momento
E o meu pensamento em ilusória tiragem
E eu, sonhando, ali sonhava pela metade
Duma saudade sentida, o sentir saudade
E tendo junto de mim o amor em espera
E as flores derradeiras, no espaço solto
Num murmurar, tu disseste: vou e volto
E não voltaste! Foste com a primavera!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2021, 06’01” – Araguari, MG
"Ela era o ar da primavera,
por onde passava, refrescava a alma.
Mas, como o vento, ela foi brisa leve,
e, no céu do outono, a brisa argélida,
que traz o frio, o inverno e a impermanência,
passou e foi embora.
Deixou saudades:
saudade do que foi
e do que poderia ter sido.
Mas ela era o vento,
que assoprou em minha direção.
Apesar do pouco tempo,
passa-se igual a um furacão,
deixando marcas, sonhos e imaginação.
Foste tão rápido,
tão rápido como a eternidade.
E assim foi:
foi a amizade que não cabia no amor.
Todavia, deixaste um ponto final
em nossa história.
Queria que fosse eterno,
como a amizade,
mas o destino quis que fosse assim,
tão breve, tão passageiro...
Nossa história:
um poema sem final,
que levo comigo,
em cada verso,
em cada memória,
em cada batida do meu coração."
E a primavera me puxou pelo braço...e a noite me pegou sorrindo. Tão belo feito o dia, tão lindo quanto o mar...são ventos, flores e poesias. Me entrego, me dou...sem medidas, sem hora, sem caso certo faço amor.
A primavera é chamada de primavera porque ela é uma prima legítima e sincera. Mas na verdade o nome dela é Vera, prima Vera.
Era um dia de primavera num dia que ficaria para a história das nossas vidas, dos nossos avós, dos nossos pais e da nossa geração um dia que só tem um nome LIBERDADE.
Era um Abril de amigo Abril de trigo.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus e amor e aventura.
Abril de novos ritmos novos rumos pelas estradas, pelos céus e pelos mares.
Era um Abril comigo Abril contigo e com o povo português.
Ainda só ardor e sem ardil mas muito amor e alegria.
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Uma primavera de cravos e vinhos e fado.
Era um Abril na praça Abril de massas ouvindo os fadistas e os copos de vinho a tocarem de forma cintilante.
Era um Abril na rua Abril a rodos pelas ruas de Portugal.
Abril de sol que nasce para todos e todo o nosso encanto.
Abril de vinhos e sonhos em nossas taças.
Era um Abril de clava Abril em acto.
Em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo e aventureiro.
Abril de boca a abrir-se Abril palavra e gritando ao mundo VIVA A LIBERDADE VIVA A LIBERDADE.
Esse Abril em que Abril se libertava pelos mares e pelos céus.
Era um Abril de clava Abril de cravo e vinho e amor.
Abril de mão na mão e sem fantasmas mas sim de anjos e deuses.
Esse Abril em que Abril floriu nas armas e nas garrafais.
Este dia é um canteiro de obras do amor e aventura.
Com flores todo o ano a encantar Lisboa e Portugal.
E veleiros lá ao largo do amor.
Navegando a todo o pano e beijando o amor.
E assim se lembra outro dia febril de prazer e excitação pela LIBERDADE.
Que em tempos mudou a história das nossas vidas.
Numa madrugada de Abril,
Quando os meninos de hoje já são homens e guerreiro e heróis.
Ainda não tinham nascido e já eram heróis e guerreiros.
E a nossa LIBERDADE.
Era um fruto prometido,
Tantas vezes proibido mas vamos festejar.
Que tinha o sabor secreto da LIBERDADE.
Da esperança e do afeto da LIBERDADE.
E dos amigos todos juntos a gritarem LIBERDADE.
Dbaixo do mesmo teto.
Nós temos sempre necessidade de pertencer à alguma coisa; e a liberdade plena seria a de não pertencer a coisa nenhuma mas sim de termos o prazer de desfrutar a vida.
Mas como é que se pode não pertencer à língua que se aprendeu, à língua com que se comunica, e neste caso, a língua com que se escreve e grita se LIBERDADE.
Se o leitor, o leitor de livros da LIBERDADE E DO AMOR E AVENTURA; aquele que gosta de ler, não se limitar à quilo que se faz agora, se ele andar pra traz e começar do principio, e poder ler os primitivos e os grandes cronistas e depois os grandes poetas românticos e aventureiros, a língua passa a ser algo mais que um mero instrumento de comunicação, transformando-se numa mina inesgotável de beleza e valor, de amor e numa só palavra LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
Era um dia de primavera num dia que ficaria para a história das nossas vidas, dos nossos avós, dos nossos pais e da nossa geração um dia que só tem um nome LIBERDADE.
Era um Abril de amigo Abril de trigo.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus e amor e aventura. Abril de novos ritmos novos rumos pelas estradas, pelos céus e pelos mares.
Uma primavera de cravos, vinhos e fado.
A primavera lá não passa,
É jovem para sempre,
Eterna e suprema
A monja blanca recatada
Não menos esplendorosa;
Brilhante estrela radiosa
Que ilumina
A rota determinada:
- Rumo a Guatemala!
A primavera sendo eterna,
Possui o sorriso cândido
Da estrela ali plantada,
Deste alvor que me fascina
Protejo-a com poesia encantada.
A primavera sendo terra:
Respira aurora perfumada.
Da flor caída do céu,
Com o candor que abraça
Reverenciando a Monja Blanca.
Inaugurada a primavera,
Proponho deixar para trás
Aquilo que falta não faz.
Intenciono é trazer a tona
Somente o quê liberta,
Porque só a paz agrega.
Centaura verdade que une,
Prisão de consciência
Que nos desassossega.
Ausência da Justiça
Que nos desilude,
Insistimos por uma Nova Era.
Olhaste para trás e percebeste que eu
fui a primavera em tua vida,
Lembraste que nunca deixei-te,
mas sempre fui a favorita;
Olhaste para frente sem me ver,
as tuas mãos nada podem,
e sequer um pouco tocar-me.
Relembraste que és verão,
e sentiu vontade de resgatar-me:
a primavera que não passa
Reclamaste no peito o amor
que nunca mais recebeste,
Relembraste que sou flor
digna de poesia, canção e louvor;
e ainda sente falta de embalar-me.
Estende os braços nas Alturas,
- sem a minha presença -
Mil inquietações viram loucuras,
- sem a minha foz -
A tua boca reclama as securas,
os teus lábios criam rachaduras,
Permaneço forte dentro de ti,
os meus ledos são teus segredos,
Sou o tempo rugindo no peito,
o amor vadio e imperfeito,
A primavera com todas as cores
trazendo novos tons ao outono,
O triunfo de um amor inteiro.
Entrando na tua vida
- bem devagar
Eu sou a primavera,
A alma que te espera,
O Farol que beija o mar.
Um farol perdidamente
No estreito e a frente,
Quanta loucura para contar...
Iluminando o teu barco,
Primavera potente,
Farol perdido, não ilhado,
Com muita história a te contar
E um amor profundo para te dar.
Florescem na primavera cubana várias flores,
Flores de matizes multicores,
Florescidas estão o ano todo as flores brancas,
Mães, Avós, Sobrinhas, Primas, Irmãs, Esposas e Filhas,
Mulheres de corações partidos,
Prisioneiras da liberdade de consciência,
Pedindo a anistia para que pedaço de seus
corações lhe sejam devolvidos,
Pais, Avôs, Maridos, Sobrinhos, Primos, Esposos e Filhos,
Para que as multicores de suas vidas que lhe
foram desaparecidas sejam libertadas e entregues
ainda com vida e ainda em vida.
Ainda que sejam Damas de Branco,
Flores de uma primavera e todos os amores,
Florescidas em liberdade e na tristeza desconsideradas,
Por um coração que nunca se permitiu abrir a porta para
a primavera e se inundar pelas emoções mais estreladas,
Talvez ele se esqueceu que foi Filho, Primo, Sobrinho e até
mesmo que é esposo,
E que o espírito feminino não vive sem carinho e longe
do seu amor a vida se transforma em total desgosto,
Espero que ele não tente mais deturpar, e não transforme em
suspeito e suposto, que a alma feminina que marcha de branco
não seja feita de outra coisa a não ser de amor.
Florescem as cicatrizes expostas: da distância, da cama vazia,
do espaço vago durante as refeições, das reuniões familiares
aos domingos, da falta do colo do Pai depois de uma febre,
da mocinha esperando pelo Pai na saída de um baile,
da irmã que está sem o irmão para confidenciar,
da mulher que está sem o ombro do marido para apoiar a cabeça,
da Mãe que está longe do filho para a cabeça em
seu colo repousar,
da presença masculina que faz falta
eu um lar...
Existem uns e outros que são capazes de duvidar,
Mas a essência da liberdade é feminina,
Ela é sagaz, penetrante e altiva,
Chegará um momento que ninguém mais conseguirá sufocar,
Ela chegará carinhosa, em passos de salsa e irá reinar,
Chegará num amanhecer - e para sempre há de ficar!...
Meu bem, alonga a tua [visão:
Estou em tuas mãos.
Sou primavera em qualquer
[estação,
Vamos dançar a valsa nos
Passos marcados pelo [coração.
Porque eu também ser
Samba e ser canção,
Depende como conduz a sua [mão...
Um pedaço de papel para
Escrever um samba [emoção,
Sou um jardim no teu [coração.
Agora vivo toda contente,
Buscaste um jeito de estar presente,
Perfumaste-me com o aroma da [paixão,
Os meus dias já não são mais os mesmos,
Eles têm sido de auroras e poentes intensos,
Você virou o meu sorriso sem motivo,
Um motivo para eu ser ainda mais calma,
E cultivar a minha [devoção].
É tarde de Primavera, e cá estou,
Carrego um coração que insiste,
Um coração que jamais desiste,
Que por amor sempre persiste...
É tarde de Primavera, e lá vou eu
Recitadora de versos que abalam,
Dona dos poemas que te tocam,
Que por amor jamais se sufocam ...
É tarde de Primavera, e cá estou,
Respirando os aromas doces dos florais,
Embalando os nossos detalhes fundamentais,
Que por amor traça caminhos transcendentais...
É tarde de Primavera, e lá vou eu
Trovadora do amor, que sempre insiste;
Dona da esperança que não desiste,
Que por teu amor, enfrenta tudo - persiste.
Esperando você chegar com a primavera
E subindo em direção à serra
A mente girando feito um carrousel
Aonde foi o meu coração e todo o seu mel?
Imagino-te com a doce entrega...
Nasceu um manso regato
Sou água cristalina
Brotou em Santa Catarina
O mais belo verso intimista
Você está sendo esperado, o mel está guardado
Quero que sejas todo meu - namorado
O coração vai dando tom com as batidas
Admirando a revoada das cotovias
O teu amor aqui está enfeitiçado...
Lá no alto da serra
Estou a tua espera
Que venhas, logo!
O teu amor e a primavera.
O teu jeitinho da terra
Empolga de alegria
Amo esse teu jeito macio
No fundo você é um menino
Eu te vejo no meio das araucárias
Sei que é coisa imaginária
O coração sempre sonha
Que o amor não seja orbe lendária,
As estrelas serão as nossas luminárias...
A primavera está se aproximando plena,
E trazendo a sabedoria em primazia;
Pertencemos a nós dois, e está escrita
- a nossa poesia serena -
Nos mais altos dos céus.
Os meus olhos se perderam por um tempo,
Enfim, puder ver que tudo era escuridão;
Só que o amor trouxe o clarão:
Descobri que te quero é no meu coração,
És todo o meu chão...
Como bem sabes, e eu também sei
Que o amor é primavera que não passa;
O amor é a alma de toda a revolução
- escrevendo a nossa canção -
Decidi esperar por nosso amor, então.
Quem ama traz consigo uma constelação,
Nunca abandona o estado de oração,
Vive intensamente a emoção
- respira só paixão -
E se entrega de coração.
Anunciam-se escritos no universo,
- Versos intimistas
De uma primavera que não cessa;
Tens no colo a tua pantera,
Celebrando o amor da primavera anunciada.
E quando reparares que eu existo em teu peito, Será chegada a sagração da primavera, E a quimera derrotada.
A sua sensualidade esbanja intensidade tal qual a sagração da primavera - o teu conjunto faz música para os meus sentidos...