Amargo
Foi então que me ocorreu
das memórias nunca ocorridas.
Me ocorreu, que a saudade para no tempo
e a pressa fica a somente estar...
A pressa, que me acompanhou até onde estava a calma.
Quiçá fosse nos teus braços e abraços
ou no amargo do espaço em branco.
Devaneio ideias, pensamentos que nunca tive.
Até que nasce um grande ilusão
de tamanha esperança ou o fim dela mesma.
Então não era amor?
É ai que brota dor e alívio, dor de pensar, alívio em perdoar-se.
Imaginar que todas as coisas que não puderam ser
não foram por singelo
cínico
tímido
e seco amor.
E não foram pelo que? Pelo descaso que trato meus sentimentos agora?
Pela dúvida que incrementa e rodeia.
Porque nessa ilusão de ir e vir.
Um dia, cá eu, pensei que...
isso tudo
não era
amor.
Se cura.
Rancor,
vê se se cura
de tanta secura.
Vê se adoça
essa sua amargura.
Vê se transborda
alguma doçura.
Vê se faz o amar
ser sua cura.
Observe a vida planando como uma ave, numa visão aérea, num sentimento de coragem e liberdade, mas conserve o seu ninho, você precisa dele. Todos temos nossos momentos, mas não se ature por muito tempo como um chato e ranzinza, num amargor que contamina sorrisos e distribui obstáculos. Flua como ar, o rio, a natureza. Flua com o sorriso!
Minha boca amarga já não sente o doce da sua,
Escravizada pelo silêncio
de alguém que a calou,
Pois ela me abandonou.
Meu coração já não dispara
A solidão me invade e
sinto a marca da saudade
de minha jóia rara.
Eu te quero tanto, que acabo cometendo os mesmos erros, criando novos problemas para justificar os velhos. Posso criar mil fantasias suas na minha mente, viver numa ilusão sem fim. Talvez o melhor seja a distancia, sei que nunca vou te ter pra mim. Sonho a cada minuto com você do meu lado, me fazendo rir, e nisso acabo chorando. A vida é tão amarga, e a morte seria muito bem vinda. Gostaria de pode lutar por amor, mas luto comigo todos as noites pra evitar esse sentimento, pra evitar o fato de que nunca serei seu. Se eu tivesse um desejo, seria de nunca mais sofrer por amor. Pois o amor machuca, principalmente quando ele não é na mesma medida, não é reciproco.
Serpenteia nas veias o sangue,
encadeando nervosas ligações,
inflamando os sentidos letais,
nos quais somos imparciais,
não tão normais, as vezes viscerais
em não ver além de emoção.
Saboroso é o gosto do desejo
embora amargo o beijo
de quem não te quer mais.
Saberias tu, com o corpo nu
definir a frieza de um coração?
ou apenas aqueceria, sem alguma simetria
a vontade solta fez nascer a escravidão.
A carne que é devorada
sem tempero, sem sabor
sendo apenas carne, empolgação.
Dor, calor, torpor, vigor e nada mais.
Apenas pra saciar a fome, come,
um prato frio, sem brio, corte sem fio.
Decadente é a opção de supermercado
já vem enlatado, receita e prescrição,
na promoção dos rejeitados,
contando os trocados que sobraram do pão.
Coágulos de tristeza aglomeram sem certeza
as saídas e entradas do coração,
fazendo força desnecessária,
veias, artérias, vielas e quebradas,
como quem não quer nada
desafiando a sua própria razão.
Ação, química ou desespero
as vezes se faz por vontade
outras mas por obrigação.
Cada vez mais escasso com viés de embaraços
devotar segredos, dores e razões
com quem por muito se fez descaso.
Se quer quem faz sorrir e no porvir
descarta como carta morta no baralho.
Veias bombeiam não apenas sangue,
impurezas, cerveja e outras coisas mais,
nas quais até o cérebro chega,
entorpecendo a destreza, entrando na sarjeta
vivendo apenas como animais irracionais.
a_margarida
Parte de mim,
bem que quer...
outra,
mal te quer.
Como diz a margarida,
linda,
florida,
mas que as vezes,
por uma pétala,
amarga à vida.
A inveja não diminui o brilho da estrela do outro, que brilha.Pelo contrario cresce em luminosidade, ainda mais e para quem não merece por radioatividade, no movimento infeliz, de invejar, se contamina por males na maioria da vezes, mortais no espirito amargo.
Varal da Ilusão
No longo varal da ilusão
Recolho hoje os sonhos
Amarelados de pranto
Desbotados de encanto
Esquecidos sob o sol
Da primavera distante.
Presos em muitos nós
Finos fios de seda fria
Projetos outrora vivos
Sepultados ao acaso
No angustiante ocaso
Permeado de descaso.
Desfio fios de imagens
Revisito paisagens
Incrustradas na saudade
De o que foi felicidade
Recolho as últimas linhas
Entre as ervas daninhas.
Já não estendo esperança
Tampouco velhas cortinas
Experimento o amargo
Desta dor que desatina
Farrapos da solidão
No longo varal da ilusão.
.
Assim como para dar sabor ao alimento precisa-se de sal ou açúcar. Para dar gosto na vida também precisamos saborear o amargo e o doce. E lembra-se que um pouco de sal é sempre usado para equilibrar o paladar. Seja no alimento, seja da vida.
Aranha
Aranha,
Emaranha
Tua boca peçonhenta e fanha,
Tece as cordas da tua voz,
Em tuas verdades dá nós,
E nós?
Como as Moiras tecem destino
Amargo é o destilo
Do veneno à doce e exitação
Me prende, me enleia no chão
Com tua teia traiçoeira,
Viúva Negra,
Me estrangula o coração.
O café sem açúcar é igual os momentos amargos de um amor insensível. Quando ingerido, sentimos na alma a ternura sucumbir.
"Eles" não pensam que estão lidando com pessoas, olham e veem máquinas...Enfim, esquecem que por trás de cada palavra, vem um sentimento que pode ser positivo ou negativo.