Alucinação
Alucinação
Apiedei-me solitário
enraizado em limo e pecado;
até mesmo a fé distraiu-se de mim
e os sonhos não mais se exibiram.
Abatido, acastelei-me aflito
entregue à cruz do tétrico legado.
Porém, ocupei-me apenas de amor
e devaneio não mais me faltou...
A noite ofereceu-me às estrelas e à lua
e o vento drogou-me com teu beijo suave;
eu, alucinado, doei-me todo a ti,
e o amar proclamou-se no ar!
"A anáfora de minha alucinação periférica, adormecida pela tese de um neurótico insight, desencadeia um zênite embate dialético... Filtrado como causa de uma antítese ortodoxa dos meus primitivos pensamentos, gerando uma síntese
retórica de ciclos decrépitos, num sentido antagônico ao niilismo existencial
de moléculas, aleatoriamente traçadas numa deriva calopsia do universo.
Sobretudo, resiliente ao paradoxo de uma dispneia psicogênica de uma prospecção assertiva. Catalisando, no que lhe concerne, o protagonismo complexo de uma alexitimia ipseidade."
Deixem-me víveres
Deixem-me viver a lembrança de um sonho realista da alucinação.
Deixem-me sentir a sensação do amor profundo, nas veias.
Deixem-me solto no mundo da música escrita.
Deixem-me viver solto no mundo dos anjos.
Deixem-me respirar o ar, da liberdade nunca alcançada.
El espantapájaros cobró vida en medio de una profunda soledad.
Os jardins não servem mais para a sua produção, você só quer viver no mundo real.
O mundo da criação.
O mundo do cinema natural.
O mundo do protagonista do roteiro de sua criação. Você é a força da poesia escrita a partir da imaginação. É você quem está incompleto, ocupando espaço na alucinação dos sonhos vividos.
Esse é o incompleto da sua arte.
"Alucinação chamando
Um lugar que está desmoronando
Sonho fechado se transforma em pesadelo para sempre
Alucinação chamando
Eu serei aquele que está caindo
Preso em um estado de espírito irreal para sempre"
- Hallucination
Engana-se quem pensa que a loucura é um estado transitório de alucinação, não é a ausência que a caracteriza e sim o excesso de razão.
Usei a palavra "realidade", porque era uma premissa básica no sistema de crenças de Dom Juan que os estados de consciência provocados pela ingestão de qualquer daquelas três plantas não eram alucinações, e sim aspectos concretos, embora não comuns, da realidade da vida quotidiana.
Era um amor quase platônico.
O amor entre a Agulha e a Pele.
Havia um esforço mútuo para que elas não se vissem.
Mas esse encontro era inevitável.
Ao se encostarem, a magia, ou feitiço, se realizava.
Vagavam pelo corpo, noite adentro, perdidos em seus anseios, em suas alucinações.
Mas, mais forte que esse amor, era a dor que ele trazia.
Então, num rompante, elas se separavam e juravam nunca mais se encostar.
O único descrente nessa promessa era o Corpo, condenado a presenciar calado o encontro desses eternos amantes.
"DESNORTEADO NA VIDA"
Andei sem rumo lacrimejando
Descanso e sem camisa
No meio da estrada com eternas faixas
Procurei eternas vezes nos mundo em que eu vivo
Alguém que partiu e partiu com meu coração
Lá no teu mundo Teresa
Descanse em paz e na clareza
E eu não meu mundinho descanso em guerra
No escuro e cercado com memórias eternas
Que criam delírios e alucinações na minha vida
E por tua partida
Ficou desnorteada toda a minha vida
À quem chamarei de querida neste mundinho!
A minha alucinação ou a tua fotografia?
Responda-me lá no teu mundo de finados
Ou fino também para enxergar o teu belo sorriso
Mas não sei se o teu mundo existe mesmo?
Se existe reserve um palácio de dois amados
Para estarmos juntos outra vez e para sempre.
ILIMITÁVEL
Queria sair de si e ganhar o mundo,
conhecer lugares, pessoas, prazeres,
sentir o vento no rosto,
sentir a chuva no corpo,
sentir algo ao qual nunca havia vivido antes.
Impossível...
Então mergulhava nos livros:
aventura, ficção, romance, poesia
queria voar, correr, viajar sem sair do lugar
sem fermentados, sem ilícitos, nem destilados,
sem alucinação ou devaneios,
apenas a imaginação como passaporte
pra ir até onde sua mente o permitia chegar.
E conseguia facilmente ir a qualquer lugar
a qualquer hora
mesmo preso naquela cadeira de rodas
que o fazia ganhar o mundo
sem sair do lugar.
Floração
A delicada beleza da floração teria apreciado
mas não pôde uma última vez sentir os ventos que traziam primavera
morreu por si próprio imolado,
sem certezas, apenas repleto da contemplação das estrelas.
À semelhança do pintor, eu cantaria
não me interessa teorias.
Minha alucinação, meu delírio é o mesmo tocado no rádio
suportar o dia a dia e viver a experiência de coisas reais.
Por entre magnificat e ave-marias, castração
salpica o sangue na navalha
e quanto aquela velha roupagem do passado
essa, deveras, não nos serve mais.
Saudade de Um olhar
Um olhar que não foi meu
Saudade de uma boca
Boca que não me pertenceu
Uma voz que me cantou
Voz de encanto
Embriagou meus poros
Me levou pra dança
Tirou a roupa nos meus delírios
Tocou meus olhos
Me tomou beijos
Alucinação
Saudade do menino
Que me deu sonhos
Seduziu !
23/03/2019
Esvai-se o tempo paralelo aos precipícios
seus passos ressoam pelas paredes e correm para longe
ouve-se nada
De olhos escancarados e pernas bambas
cai
fita o esvoaçar das areias no céu crepusculoso
esfria
A noite vem chegando aos poucos
sua anunciação provoca espanto
medo
A possibilidade cada vez mais real daquela garganta vir a tornar-se
a sua tumba
seu eterno descanso
repouso
sem lamúria
de um cadáver que aos poucos derrete
calmamente
sendo apreciado com elegância pelos vermes
de outrora
e sempre
A noite
sem os ventos
traz o ensurdecedor silêncio
que até conforta
O céu
super estrelado
surge na fenda
que se estende por cima dos olhos
Como se estivesse frente a frente com um rasgo na imensidão única do espaço, numa brecha para as estrelas, distantes luzes a vagarem violentamente pelo negro esplendor entre as galáxias emaranhadas nas teias do cosmo. Leve, separa-o do chão flutuando hipnotizado pelo infinito espaço celeste conduzindo seu espírito elevado para além do cânion , para além do vale, percebe-se afastando de si seu mundo deixado para traz, pronto para abandoná-lo à própria condenação. Vai para o eterno abismo escuro onde o mundo ainda está a cair, cercado por distantes pontos de luz flutuando no vazio.
Torna-se ausência...
some
Enquanto seu corpo o perde de vista mergulhando entre os astros, deixa de sentir, morre o tato, olfato e paladar. Como uma pedra qualquer, ignora sua dureza e passa a afundar na areia levando consigo a insensibilidade fria para o passeio petrificado de quem nunca sai do lugar. A partir de agora é vaga lembrança de si, aos muitos esquecida e mil vezes fragmentada em poeira de olvidamento.
Eu te descrevo
desenho as tuas linhas
percorro teus caminhos
aqueles sinuosos
tuas saliências eu desejo
nas tuas curvas me perco
enquanto isso sonho com beijos
aqueles que um dia
vou me deliciar em ti
Eu te desejo
inteiramente minha
quero ouvir-te pedir
ouvindo teus sussurros abafados
teus gemidos mais ousados
ecoando pela casa
pelo quarto....
Eu te queria aqui
intensa...nua...
entregue aos meus braços
te despindo o corpo
livrando-te de pudores
deixando os outros de lado
Eu queria poder
gritar bem alto o teu nome
para que todos pudessem saber
quem és realmente
e que tomaste posse do meu coração
Mas, como não posso
não tenho o teu nome ainda
me restrinjo a escrever
criando as poesias
transcrevendo meus sonhos
meu desejos que a flor da pele
parecem os mais verdadeiros
Eu queria escrever o teu nome
bem aqui nesta poesia
que fiz pensando em ti
Mas estou imaginado...
sinto tua presença
aqui neste quarto...
Qual será o teu nome???
quem será você que invade
que habita meus sonhos loucos
mas saiba, que eu te desejo!
(2011)
A noite, ahh a noite...
Tempo que decorre entre o por e nascer do sol...
para uns brilho,
para outros solidão,
para uns outros só escuridão,
e outros mais, apenas alucinação provocada.
Para uns descanso, sono, sonho,
para outros produtividade, criatividade, insônia.
Fim do dia que é noite.
E começo de mais um dia que terá fim...
Indefinido, até não estarmos mais aqui.
Delírios... Prazer, sofrimento, inervações e alterações funcionais. Acredite: a paixão é patológica e sintomática, é uma alucinação causada por hormônios em estado anormal.
E no meu quarto observo as janelas de outro mundo,extasiado estou dentro de uma bolha que me asfixia com seu perfume.