Águas
AMOR
O sono das águas
Vestia a minha pele de mel
E dar-me-ia a mais bela flor
Por isso amor, não tenhas ciúmes
Da água que me lava o corpo
Já condenada a morrer aos meus pés.
No futuro seus descendentes necessitarão das águas que seriam disponibilizadas pelas florestas que você permitir desmatar hoje.
INCERTEZA
Assim como não sei se as águas de um rio podem mudar de direção de repente, não sei se a pessoa que está na minha "casa" pode ir embora daqui a pouco. Se ela pode partir como um navio que embarca em uma jornada e nunca mais volta; talvez porque afundou, ou porque se perdeu no meio do caminho.
Assim como não sei se o Sol que eu vejo hoje, é o mesmo Sol que outras pessoas vêem, não sei se o brilho da minha vida pode acabar a qualquer momento. Como um vagalume que perdeu sua chance de brilhar, como um farol que perdeu seu faroleiro.
Não sei de muitas coisas, não posso confirmar nada, só tenho a certeza que continuo caminhando.
Foste, mas voltarás
Vejo meu sorriso lentamente a naufragar.
Águas revoltas a me cercar.
Um passado, com histórias tão lindas pra contar...
Vão acabar no fundo do mar.
Um adeus (in)esperado
Meu mundo acinzentou.
Uma onda que do mar veio
E teu nome da areia apagou.
Há uma imensidão de mar à minha frente.
Uma imensidão de céu a me cobrir.
Esperança tenho: ainda vou muito sorrir.
Espero que descubras bem rápido que embora não eras pra ir.
Em meio as águas calmas tudo flui na beira mar, mas de repente a nuvem condensa e urge precipitar.
A gota cai no chão e lá se vão um milhão de ondas inquietas que perturbavam teu mar.
SALVE ICONHA
Dentre as montanhas surgiu
Como alvorada a colonização,
Dentre suas águas e montes
Raiou a esperança de um renascer.
Com braços fortes plantou
E viu da sua luta os frutos nascer!
Salve Iconha!
Com seu povo valente e sua luta,
Não desistem em meio às batalhas,
Um legado acima do poder!
Salve Iconha!
Por suas terras passou o Brasil,
Tenho orgulho de ser do seu povo,
Terra amada, eu sou de Iconha!
O falar de Deus apazigua tempestade, abriu as águas para o seu povo passar, o falar de Deus criou o céu e as estrelas,..pare e refleta se o falar de Deus é tão poderoso assim o que estás fazendo em casa, porque não estás indo na igreja ouvir o falar de Deus, vai lá buscar o pão que não perece.
Eu sento e olho para o rio, os pensamentos formam cardumes de amor e a beleza das águas do Tejo são inexoráveis; olhando para eles, a superfície brilha e se espalha como as notas de um piano enviado ao mar e com amor.
O Tejo bebe as cores da cidade, sobre elas eu abro o coração a Lisboa em que te encontras, as colinas
emolduram as raizes que à terra
nos ligam. Para os meus olhos
é momento de pausa: as coisas
que interrogo não resistem à maré,
não dão respostas; perdem-se no Tejo
como tudo o que a memória não reteve.
IGACI
nos teus seios amada terra
as tuas águas e tua história
fazem de mim um brado forte
um grito amigo pela paz
um cidadão ativo e perspicaz
os teus caminhos e fortes
as tuas emblemáticas lutas
as tuas luzes de vitória
fazem de mim um vencedor
rico em humildade e memória
tuas estradas mostram um povo
uma gente sofredora
um coletivo de valor
trazem a tona um grande homem
João de Lima Acioli um português sonhador
sonhou uma Igaci para todos
trouxe o pouco para que o muito viesse
deu de si o suor
deixou em campo suas armas
partiu deixando sua gente muito melhor amparada
Situada no agreste
Uma boa terra alagoana
Filha do Nordeste
e cheia de gente bacana
Com suas poucas milhas
Sampaio, Torres e Santos Silva
São algumas das famílias
Que aqui iniciaram a vida
Vila e distrito ficaram na memória
tornou-se Igaci uma cidade majestosa
tendo em 1957 uma nova história
Sua emancipação como um brado de vitória
Seu nome é de origem indígena
Significa olho D'água
era seu nome anterior
Quando à vila foi elevada
As primeiras famílias que apareceram
Formaram o centro urbano
Logo chegou a linha férrea
Ajudando o ser humano
Quem mora em Igaci
Tem o gentílico Igaciense
Os primeiros daqui
Eram gente valente
Sua bandeira tem um brasão
Tem o amarelo dos minerais
Traz o verde da vegetação
E outras cores com belas histórias por trás
em Igaci temos outro nome que não podemos esquecer
o do grandioso Padre Luís Farias Torres
que nos ajudou até morrer
deixou um grande legado que hoje todos podem ver
Uma terra de garra e fé
Tem como padroeira Nossa Senhora da Saúde
tem ainda bons artistas
e estradas cheias de açude
A Serra do Cruzeiro e o rio Jacuípe
A festa da padroeira e a emancipação
São as grandes emoções
Que o nosso povo vive
Sua população
É de quase 26 mil
Igaci, virtuosa
pedaço desse imenso Brasil
§§§em edição§§§§
As águas claras da lagoa mais próxima
estão tão distantes da minha sede
Que eu resolvi negociar
com a tempestade.
Nada
Nadar nas águas profundas.
De onde são oriundas.
Nada sei.
Nada tenho.
Nada posso.
De que parte herança terei.
Talvez o nardo mais puro.
Cheio de amor, misericórdia do mundo.
Sim, viver, respirar, nadarei.
Disseram que sou nada.
Realmente, tão pequeno, incapaz e insignificante.
Se nado canso, se não nado afoguei.
Sinceramente.
Embirrei.
Não adianta dar me nada.
Do mundo nada terei.
Que eu nao sou hipócrita.
Como é doce.
Pétala, borboleta.
Nado de um rei.
Jesus.
Basta.
Brincadeira não.
Nem rio.
Do tudo que me arrancaram.
Nadando no pranto me afundaram.
No profundo sono.
Na própria morte.
Nada de sorte.
Banhei.
No nado do amor.
Que a misericórdia resgatou.
Foi um nado de um rei.
Jesus, que opera.
Meu joelho ao chão.
A ti ei.
Se ando, corro e respiro.
Nada sei.
És o dono do tudo.
O nado da graça e da lei.
Se mandar e permitir.
Senhor.
Nado na tua água.
Na água do rei.
Giovane Silva Santos
A MENINA DE PALMARES
Havia uma menina
cuja infância se foi na cheia
afogada nas águas pretas
e escuras do Rio Una
Daqueles tempos molhados
carrega consigo meia dúzia de fotos
e os espaçamentos da memória
cujas lacunas completam o inteirar de sua história
Na inocência dos seus olhos
brincava com a farra das águas
assistindo do alto da casa que lhe era abrigo
junto com outras crianças que como ela
aguardava o retorno desalojado dos pais
Era uma infância úmida devorada pela fome da boca
inundada de dilúvios e pelo banhar selvagem do rio
Não nasceu dos ossos das costelas
mas da mesma argila e do mesmo barro que Adão
Por sobre as águas das chuvas e do lado
boiavam entre bonecas e tiaras
as sobras flutuantes de suas lembranças
e do vestido submerso de sua primeira comunhão
apenas sobreviveu o terço presenteado de sua mãe
No leito em que hoje dorme convivo com suas noites
e me banho todo dia me enxaguando
nos afetos encharcados dos líquidos
de seus mais profundos amores
Perguntas
Quem pode mudar o curso das águas ?
Ou entender os ciclos da vida e o karma ?
Onde estão as respostas para todas as perguntas e as perguntas para todas as certezas ?
A vida e a morte ?
Os meios e os fins ?
A sinceridade e a falsidade ?
O labirinto do ego e do ser ?
o peso de uma lágrima e a levesa de um sorriso;
As razões da vida?
Paixões amores e emoções.
É sobre descobrir que o caminho das águas mesmo sendo diferente,tem seus obstáculos como qualquer outro.