Agonia
Um dia...
- Acorda! Isso é que é uma agonia! Ano que vem você vai estudar à tarde.
- Quem deixou a torneira do banheiro aberta ?
- Que desajeitado, derramou café na blusa da escola.
- Onde está meu pente? Vou comprar dez pentes pra vocês, só pra não mexerem no meu.
- Não mexa no sorvete, é pro almoço do domingo.
- A professora mandou um bilhete,o que você aprontou dessa vez?
- Quando a visita chegar comporte-se bem.
- Junte os brinquedos!
- Arrume esse quarto!
- Eu comprei essa bola mas vou tirá-la já já!
- Onde está a cabeça dessa boneca?
- Desastrado, derramou o suco na mesa outra vez?
- Psiu! Não está vendo que eu estou no telefone?
- Já estou indo, é o último capítulo da novela.
- Fiquei acordada com você a noite toda naquele dia e é isso que me dá em troca?
- Olha a hora, desligue essa tv e vá dormir senão será um inferno amanhã na hora de acordar.
- Passo o dia todo fora mas é pra seu bem, estou pensando no seu futuro.
- Não mexa nós palitos de fósforo
- Não brinque com areia.
- Isso é um banho ou uma aula de natação?
- Vá esfregar esses pés, Sigismundo.
- Apague essa luz, eu não trabalho na Energisa.
- Guarde essa tinta.
- Um dia você vai ser mãe e vai ver o que é bom.
- Quando eu morrer você vai sentir minha falta e vai aprender a me dar valor.
UM DIA....
- NÃO HAVERÁ MAIS ALGUÉM PARA ACORDAR CEDO;
- A TORNEIRA ESTARÁ SEMPRE FECHADA;
- NÃO HAVERÁ BLUSAS SUJAS DE CAFÉ PRA LAVAR AS PRESAS;
- OS PENTES E ESCOVAS ESTARÃO SEMPRE NO MESMO LUGAR;
- NÃO SERÁ NECESSÁRIO COMPRAR MUITA SOBREMESA PARA O DOMINGO;
- NÃO RECEBERÁ MAIS BILHETES, NEM DA PROFESSORA E E NEM DE NINGUÉM;
- OS QUARTOS AMANHECERÃO E ANOITECERÃO ARRUMADOS;
- HAVERÁ BASTANTE TEMPO PARA CONVERSAR AO TELEFONE, PARA A NOVELAS E PARA AS VISITAS;
- NÃO HAVERÁ NOITES, DE SONO PERDIDO, BRINQUEDOS QUEBRADOS, MÃOS SUJAS DE AREIA, PAREDES SUJAS DE TINTA, PÉS POR ESFREGAR;
- AS CONTAS DE ÁGUA E LUZ SERÃO BEM MENOS;
- VOCÊ PODERÁ SAIR DE CASA SEMPRE QUE QUISER;
- NUNCA MAIS HAVERÁ ENFEITES FEITOS DE PALITOS DE FÓSFORO;
CRESCIDOS, VIAJANDO, CASADOS... REPENSE, REVEJA, REAVALIE, PORQUE UM DIA ELE SIMPLESMENTE NÃO ESTARÃO MAIS LÁ!
Somos criaturas raras...!
(No contraste do desejo)
Apenas palavras que descrevem agonia de existir...
SOLIDÃO ATROZ
Quando fores dormir, ó saudade tenebrosa
na noite negra insone de uma agonia, e não
tiveres por alcova o ardor e o abraço, senão
o silêncio, uma ausência dum dedo de prosa
Adormeça-te, enxugue tua lágrima medrosa
na vil dor, e me deixe nesta aflitiva lassidão
com o meu pranto e o arfar do meu coração
então, não venhas me consolar aventurosa
O suspiro que tem um confidente em mim
pois, o esbaforir há de adormecer o poeta
da insônia sombria dessas noites sem fim...
Dir-te-ei: de que serve a calma completa?
se os teus estardalhaços, nos faz mais sós!
E ao sentimento, falto, uma solidão atroz...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de maio de 2021 – Araguari, MG
"Meu corpo usa todas as forças para sair do fundo de águas traiçoeiras. Que agonia. Me esforço para chegar à superfície e enfim respirar. Tudo em volta está escuro. Eu nado, nado, nado e nada. Sinto-me afogada, envolta por um breu, mesmo assim tento escapar. Não tem ninguém comigo, ninguém por perto. Preciso de ar!"
Eu sei que o amor pode nos trazer agonia e desespero, mas você já teve uma tremenda caganeira dentro do transporte público?
O Espaço na Ótica do Tempo
Agora, é meio dia!
A data, vinte e dois
Novembro em agonia
Chega 2022 depois.
Nesta altura o sol brilha
No entrada portão se oferece
Mas, não há ninguém na trilha
Na rua vazia, a solidão padece.
Um carro ou outro no cenário
No vizinho chora o menino
Num eco imaginário
Naquele estilo nordestino
Em que tudo é precário
Até da igreja o som do sino!
Que sentimento confuso é esse que me rodeia?
Da felicidade a dúvida que agonia, me deixa cabisbaixo sem entender se sou eu ou você.
Mas queria te dizer, foda-se pouco importa de onde vem quero que isso se vá só pra te ver bem.
cupido
O que é amar pra você
Uma explosão de dor
Agonia se agarrar nos detalhes
É cegar-se pra não ver .
Permitir que alguém invada você
Toda dor causada cria uma casca
Uma ferida que não sara
Não cicatriza.
Corte as asas de um pássaro
E ele não voará
Quebre o coração de alguém
E até respirar fica difícil .
Sim meu coração foi partido
Esmagado pisoteado
Mastigado
Servido
"O amor fere e é ferida.
O amor dói e é morfina.
O amor é agonia, querida,
querida agonia, o amor."
(14/05/2013)
Senti uma certa agonia hoje,
um aperto no peito, lembrei la atras
coisas que ainda me deixaram duvidas,
perguntas sem respostas,
nao consigo parar de pensar,
mas ao inves de correr atras de respostas
estou travado, como se algo estivesse me segurando
para nao perguntar e receber o que preciso saber,
e ao pensar demais nisso acabo me culpando,
por nao ter respostas, e acabar ficando preso no passado.
Hoje voltei a pensar nisso, e realmente estou querendo correr atras,
e me convencer que eu so vou sair do passado com respostas
que vou prosseguir apenas com tudo esclarecido...
Apenas quero saber...sera que isso seria errado?
VOZ DO VENTO
Uma agonia! a voz do vento que murmura
No cerrado, sussurrando aquela saudade
De outrora, em uma sensação pela metade
Sobra de um sonho, esquecido numa jura
E o vento no terreiro vai pela noite escura
Gemendo entre os galhos tortos em riste
A melancolia n’alma e no coração insiste
Expondo ao verso um versar com tristura
Vai e vem, bafeja, suspira, queixa, farfalha
Um vendaval choroso, cortante tal navalha
Revivendo aquele amor perdido. Um talvez
Ah vento! Quanto falta, ah! quanta solidão
Que sinto no peito, que se vai na vastidão
Ermo, dos mimos ameigados a minha tez...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 março, 2022, 14’21” – Araguari, MG
Que os ventos desta nova estação nos traga a leveza de um olhar sincero, e leve a agonia do coração.
PAÍS MORIBUNDO
14/09/2019
.
O Brasil em agonia
Vê-se caído ao chão
Com pouca democracia
Inflando seu pulmão
E em suas veias tensas
A liberdade de imprensa
Enfrenta bactérias de censura
Que acirram os ânimos
E destroem os gânglios
Aumentando a temperatura.
.
Perde-se numa hemorragia
A seiva da solidariedade
Que deixa com anemia
O corpo da sociedade
Que vomita a disposição
De lutar pela recuperação
De um País moribundo
Que respira por aparelhos
E vê o sangue vermelho
Coagular feito chumbo.
.
O coração das multidões
Sofre com a arritmia
Que provoca palpitações
Mescladas com bradicardia
E o País doente implora
Para que alguém sem demora
Evite o choque séptico
É quando surge um médico
Trazendo como remédio
Um frasquinho de choque ético.
A espera por um grande encontro carrega o gosto da vida misturado com o da morte. É uma doce agonia, que nos tortura antes de nos salvar.
Quando você está longe
Meu coração branqueia
Não em paz pela sua distância
Mas em agonia pela tua ausência
Tudo em meu corpo feneceu
Onde antes suas raízes estavam
E brotava a vida
De nosso amor conexo
Fico com pedra sem viver
Sem tempo ou tudo
Esperando em meu mundo
Sua volta esperada
Quando retorna em destino
Fica ao meu lado
Meu coração vermelha
E pulsa com vida e amor
Não parta mais
Fica em mim ...
Deixa ruge meu peito
E feliz minha alma
Agonia que devora toda sanidade de uma vida. Se tornando vigente e clara. Numa angústia voraz que se faz mortal. Se foi o riso antes remanescente. Se mostra obcecada pela solidão. Só a negra noite que se arrasta em seu tempo num penar constante.
J. A. N
AGONIA
Desejo tua presença a todo instante em que me movimento.
A vontade o anseio pela tua presença é inevitável em todo momento.
Quero ver-te,
Contemplar-te.
Sentir teu calor,
Me perder nesse amor.
Quero entender o que sinto por você.
Estando a cada instante junto a ti.
Não me esqueça,
Não me despreze,
Não diga não para mim,
Me dê um norte,
Me ajude a sair desse abismo de dúvidas.
Não quero mais sofrer.
A cada lágrima que corre do meu olhar.
Sinto que a insegurança está a me sufocar.
Quero seu amor,
Quero seu carinho,
Quero seu beijo,
Quero seu abraço,
Quero você inteiro,
Sem a falta de nenhum pedaço.
Por que não me queres?
Por que não me correspondes?
Por que não me socorres?
Por que de tão longe estás?
Por que, por que, por quê?
São tantos...
Mas o porquê que quero não consigo encontrar,
Pois respostas para as minhas dúvidas quero ouvir você falar.
Entendo que dúvidas posso ter...
Mas amar à você, é a certeza do meu sobreviver.
Mesmo não sabendo o que há de vir
Quero que tu saibas que o meu amor por ti.
Será sempre genuíno.
Ando engolindo brasas ardentes que descem queimando, causando agonia. Queimaduras de 3° grau pelo meu ser corpo e alma. E cada vez que queima me faz lembrar o quanto sou quebrável, vulnerável e pequeno.
Mas tenho sido firme e me mantido de pé, quem sabe se mato ou morro.
Inquietude
Instante navegar
Na agonia do silêncio
Onde pendura noites ecoando
A vastidão da alma
Completude intensa do escrever.