Abstrato
Até nos lugares mais inusitados, algum tipo de arte pode ser percebido, ainda que seja abstrato, sem detalhes bem definidos, a beleza contida na simplicidade, cujo aspecto às vezes não precisa ser explicado, muito menos ter uma motivação explícita, basta apenas que seja simplesmente admirado com um imaginário vivo e um olhar atencioso, o fogo da imaginação o torna mais perceptível e uma atenção sensível é indispensável, compreensão que traz um certo equilíbrio entre o real e o imaginado, juntos, coexistindo em um resultado maravilhoso, que pode ser ser visto a qualquer momento e causar um deslumbramento naturalmente caloroso.
Preso num quadro louco e imundo
sou mais um abstrato vagabundo
feito pra enfeitar a tua sala de estar.
Fantasia insana e barata,
que te deixa mais alucinada.
Eles querem que você
se perca até esvaecer.
Abstinência de ilusão, você não se decide
se quer resistir.
Surgindo da escuridão, brutalidade no coração, acho que me fodi.
Tenho vivido em um mundo
onde tudo é fútil e inútil, acho que é melhor eu fugir daqui.
O ódio é maior que a esperança,
o homem destrói em abundância.
Acho que é melhor eu fugir daqui.
Faço parte desse mundo cão, eu não sei !?
Sou animal e vocês também.
Gosto de ver sangue jorrar pelo chão,
então não vem me chamar de irmão!
"Tratava-se, no fim de contas, mais uma vez, do conceito de liberdade, honrado em abstrato, normalmente, pelos intelectuais, no individualismo que os aperta, na solidão do trabalho que executam, no valor desmedido que transferem ao resultado desse trabalho, na vaidade que, por isso mesmo, os atormenta"
A FÚRIA DE CALIBÃ - pág. 190
Meu quarto soneto
A tristeza
Substantivo abstrato;
Depende de alguém para existir;
É a marca da infelicidade;
É a companheira da saudade;
Ás vezes é motivo para sorrir;
Para disfarçar aquilo que qualquer pessoa ver;
Mas quando não tem jeito;
Não dá para esconder;
É a impotência de não poder ajudar;
É querer dizer e não falar;
É o sabor amargo da derrota;
É a consequência da desilusão;
É filha da traição e irmã do desamor;
É a distância entre a felicidade e a dor.
poeta Adailton
Artifício
Crie sintonia com arte.
Sinta plenamente o abstrato
extraído em cada um dos mínimos detalhes.
Traços, rastos que revelam um outro ser.
Portas que estão abertas em sua direção,
iluminando tua fronte com todo resplendor.
Ouça esta voz, que canta ao anoitecer.
Quando ousar pensar que o fim chegou,
abra os olhos, pois ainda nem começou.
COMO PODE SER O AMOR ABSTRATO?
Como pode ser o amor abstrato
se posso tocá-lo, senti-lo, penetrá-lo?
Nada me intriga mais do que o pensamento abstrato e sua dualidade, sendo a cura para uma realidade inconcebível e o veneno que nos afasta do mundo concreto.
Tempo ao Tempo.
O Relógio Abstrato.
Ao final dos anos 80, a Rádio Relógio do Rio Janeiro era a referência da hora certa. Os relógios dos incautos, como eu, eram
acertados pela audição daquela Rádio. Cada segundo era marcado por um som característico, enquanto o locutor, em tom mais alto, anunciava os “patrocinadores da hora certa”. Lembro-me do mais famoso: “Galeria Silvestre – a galeria da luz”. E assim, ia ele navegando entre os segundos, as propagandas e o emblemático: “você sabia?”. Tudo isso ao som insistente de cada segundo, martelando a passagem do tempo que se perdeu e, pior, o prestes a se perder no próximo segundo.
Instantes antes do final do ciclo, ou seja, o minuto, o som ficava mais intenso e o locutor vaticinava: “seis horas e três minutos”.
Antes, porém, não satisfeito, o locutor alardeava: “cada minuto é um milagre que não se repete”.
Devo confessar: aquela ameaça me impressionava. Estava eu perdendo o meu tempo? O que fazer com ele? O tempo é um milagre? Como melhor aproveitá-lo?
Até hoje não sei as repostas, mas pouco importa, muitas coisas mudaram, por exemplo: a Rádio Relógio não mais existe, mas, mesmo se ainda existisse, seu locutor não mais me amedrontaria. Descobri que ele somente gastava o seu tempo e o de seus ouvintes. Penso hoje: que insana rotina.
Os tempos também mudaram. Hoje, os relógios digitais, silenciosos e enigmáticos, friamente estão a dizer: “não tenho nada a ver com isso”; “não tenho o que falar” e “o tempo não é nenhum milagre”.
Nesse novo tempo, sem tempo para o tempo, estamos cada vez mais sem tempo: tempo para a reflexão; para ouvir e falar; rir e chorar; aprender e ensinar. Em resumo: para viver.
Confesso: vejo, hoje, os relógios com a indiferença do meu tempo; sem medo, mas, antagonicamente, com a pretensa paciência e sabedoria do locutor da Radio Relógio: “cada minuto é um milagre que não se repete”.
Pois bem, caro leitor: se assim entender, viva o seu tempo em cada tempo, com tempo para você e para tudo que faça a vida valer a pena, muito mais além do óbvio, pois, certamente, para muitos, a vida
continua sendo um milagre que não se repete.
No entanto, caso não entenda assim, não se preocupe: nem tudo está perdido; há uma saída, acabo de descobrir um relógio que não marca horas e muito menos o tempo, um relógio abstrato, simples, fácil, prático e eficiente, basta querer usá-lo.
Flavio Rabello.
SAUDADE! Um substantivo abstrato que nos remete a solidão,nos fazendo sofrer. Infelizmente perdemos entes queridos e amigos, mas o ciclo da vida nos deixa triste, mas esse sentimento tem que ser substituído pela fé e paz em nossos corações, afinal de contas nada e ninguém e eterno!
Nem sempre o "abstrato" é vago...
Por vezes transmite algo que só a linguagem da Alma consegue decifrar!
"Gosto de olhar passarinho", e, no que tange à cognição, sou um ser infinito-abstrato, não dou atenção ao é que é definível..."
Quando ouvi e tentei ver a verdade no meio do barulho escondida no abstrato, nada compreendi. O silêncio chegou na forma do Logos e projetou a Luz de Sua sapiência no recôndito do meu ser!..
Achei! Nunca mais vivi nas trevas!
Quando vi e ouvi no meio do barulho, a verdade escondida no abstrato nada compreendi. O silêncio chegou e projetou a luz de sua sapiência no recôndito do meu saber; desvendou-me a verdade que eu já conhecia, mas estava escondida no meu ser.
AMOR. Gosto das várias facetas do amor: Substantivo abstrato: Amor. Verbo: Amai. Pronome possessivo: Meu Amor. A frase é linda, mas se revela muito dominadora. Me rendo ao Verbo - Ele nos amou primeiro . que parece se revelar substantivo concreto: Deu Sua vida por nós e, o possessivo partiu de nós: Entregamos nossa vida a Ele, O Cristo-Verbo - O Logos Eterno.
Amar
Exprimo que não é só apenas um verbo abstrato
Que surge do ato de dois corpos atraídos, amor, medode muitos, privilégio de poucos que de poucos, muitossão excluídos
Sentimento verdadeiro, duro mas sem excesso
Amar, sem ter motivo para amar, está é a chave da promessa, amor, paixão está é a
sustentação do ser, esquece isso amor, eu não sei quem é você .
O coração era abstrato, a pulsação era concreta; os sentimentos e as emocionalidades fugiam de ser figuradas ou teóricas.
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