A Mulher aos Oitenta Pôe um Chapéu
MEU BATUQUE
Escuta o meu batuque! Vai até a madrugada.
Meu batuque é silêncio que me põe a vida pensá...
Deixa ele batucá... té que eu dance a ultima música
e alguém me põe pra niná.
É batuque com repiques dos sinos lá da aldeia
e dos sons das ondas do mar,
de cheiro de campos floridos,
e da areia branca da estrada...
Da canção dos violeros!
Tem gosto de céu estrelado e dos causos
que meu pai contava, à noite, lá no terrero.
Das roupas que mamãe lavava e secava
no varal da minha infância...
De quando levava a gente na cidade pra comprá
os tecidos boladinhos para ela costurá,
vestidos dos contos de fadas mais lindos daquele lugá.
Por isso, deixa meu silencio batucá.
A cada vez que ele batuca
põe-se minha alma a pensá.
Deixa ele batucá...
Té que eu dance a ultima música
e alguém me põe pra niná.
Fim de ano é ótimo para reflexões, rsrsrs... Agora mesmo estou pensando no tempo.
O tempo põe tudo e todos em seus devidos lugares. Problemas gigantescos se desintegram, deixando apenas poeiras para que as lições aprendidas jamais sejam esquecidas.
Pessoas, ahhh as pessoas! São tantas! Inesperadas, nos surpreendem! De conveniência, nos ensinam! Verdadeiras, nos transformam.
É incrível como o tempo é capaz de nos fazer separá-los dentro de seus devidos lugares, de forma a seguirmos caminhando firmes, em paz, felizes quase sempre. Eu ao menos.
E lá ao norte nasce o sol,
E lá ao sul sul o sol se põe.
De lá de cima vejo o sol,
E lá de baixo vejo a lua.
Ambos são muito belos,
Lindos.
Mas nada iguala a beleza tua.
Da brisa leste que me sopra,
Ao vento oeste que me leva.
Da estrela que me guia,
Ao cometa que me carrega.
O amor que já vivi um dia,
Não e´de longe,
A paixão que me envereda.
Inacabado…
Como as marés
Sol que se põe e que nasce
Flor desabrocha
Alegria se fez dor
Céu minha estrela
Fazes da chuva o meu beber
Orvalho minha pele
Corpo meu calor
De teu ser meu desejo
Tua carne o prazer
Saudades de te ler nos olhos o infinito
Inacabado…
Onironauta desperto
Sonha incerto
Enquanto dorme
Da lucidez não duvida
Acorda confuso
Põe a prova sua sanidade
Percebe estranha
A vida em duas metades
Voa e não morre
Porém
Teme
Cair
" [...] quando você está SOZINHO CONSIGO MESMO seu coração põe as cartas na mesa, sua alma expõe as carências que ela tem, seu caráter te confronta com TUDO o que você pode ser e fazer e não tem coragem e os teus sentimentos começam a buscar em seus pensamentos o que pode supri-los. "
O silêncio é dialético!
Chega, põe a mesa, te chama pra sentar e sobre ela assenta todas as cartas. Entre uma fala e outra te leva da sensatez dos sábios á loucura dos marginais! Para te curar, para te moldar, para refinar teus verbos quando ouvida for a tua voz!
O silêncio é profético!
No vai e vem.
No entra e sai.
No tira e põe.
Nos arranhões.
Nas chicotadas.
É assim que gememos.
É assim que gozamos a vida!
Que te faz sorrir, querer dar bom dia todo dia, dar cartinhas com flores, matar de beijinho, ler poesia de tarde. Amor bobo mas com malícia, sem chororo nem gritos (só na cama sim).
Complicado e bonito, o amor é para ser bom; mas quando se perde vira motivo de choro brabo.
Tenho uma alma de vento
Qualquer sopro desalento
Chovem-me palavras e pensamentos
São poetas, jogando versos ao vento
Poemas e poemas me constroem
Versos me formam a brisa
Brisa que sopra nos campos
Campos de rosas e prosas
Esvai-se-me a alma
Com a brisa que sopra
Os versos me caem num tempo inserto
Semeiam poemas no deserto
Minha’lma, ai de ti se me perdes a pouca vida
Nessa viajem sobre a brisa
Onde o sol não mais radia
Nem sustenta o novo dia
Título: Alma de Vento
Autor: Leontino Gaspar
Inspiração: Gabriela Manuela Chombossi
Vestido Azul
Pôe o teu vestido azul,
aquele que o decote vai de
um ombro ao outro, e deixa
solto os teus seios.
Deixa o cabelo bem a vontade,
não te preocupes em penteá-lo.
Ficas linda quando não te
preocupas com a apresentação.
Já és feita, para qualquer
momento, ou ocasião.
Ver-te assim transforma o
intervalo do tempo.
No mesmo instante que brilhas
como o sol, pareces a lua que
surge por entre as nuvens do
desejo.
Te prender pela cintura, encostar
meus lábios nesses ombros, ter
os teus cabelos em meu rosto.
Devaneio quando te vejo.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Borboletas bailam ao seu redor.
Não há música.
Mas ela se põe a dançar ao ritmo de
poesia que faz os sonhos embalar.
Borboletas bailam ao seu redor.
Um sorriso a iluminar, um amor para abraçar.
Não é primavera.
Mas o amor em seu coração floresce,
alegria transparece, a alma engrandece.
Borboletas bailam ao seu redor.
Mudanças.
Recomeço.
O amanhecer virá, flores hão de desabrochar.
De mãos dadas com o amor,
sigo em paz.