Vulnerabilidade
Para escrever, preciso mergulhar dentro de mim,
abrir portões fechados,
remover selos e bloqueios.
E, aos poucos, aprendi a fechar os portões
e esqueci a chave, esqueci a senha e a localização.
E, aos poucos, criei defesas para me proteger de tudo, até do que sinto,
como se fosse um livro aberto.
...
Fulgurei no picadeiro ao transformar dor em metáfora. Maquiei a minha retórica e retoquei a sua anáfora.
Recitei tais repetições ao esgotar minhas alegorias. Evitei as contradições e mergulhei na poesia.
Cunhei minha resiliência ao acordar da letargia. Carreguei as raízes nas asas e abdiquei da nostalgia.
Amputei um passado longínquo ao bancar tal decisão. Alinhei o que era oblíquo e persisti na fulguração.
Amar a vida me torna extremamente
vulnerável.
Como o êxtase à beira de um abismo: a
visão mais fabulosa a um passo da minha
total fragilidade.
Não há como sentir a vida usando
armadura e meias medidas. A totalidade
requer imensa coragem, saber suportar os
maiores medos.
O que se pode perder? todo o sentido do
ego.
O que se pode ganhar? a plenitude.
Vulnerável
Subestimado como um garoto perdido nesse mundo e sem nenhum amparo.
Me vi sem rumo e sem vontade de sorrir.
Quase me entreguei.
Agora vocês vão entender.
Me escondi num profundo escuro.
Não consegui respirar, por escolha.
Agora isso não vai me ferir mais,
nem vai me derrubar.
Nunca mais diga nunca.
Confie em alguns, ajude todos que puder.
Romantize a dó pelo outro
e se verá destroçado por subirem nas suas costas.
Tão difícil foi perceber o meu erro.
E em um breve momento de minha sanidade,
encontrei a luz que eu mesmo tinha escondido.
Então voe pra bem longe.
Não deixe que te puxem para uma vala mais funda que a anterior.
Me promete que vai sumir quando você precisar de você?
Nunca mais diga nunca.
Confie em alguns, ajude todos que puder.
Romantize a dó pelo outro
e se verá destroçado por subirem nas suas asas.
Me leve embora daqui.
Está chovendo raios em mim.
Estou aprendendo a mudar.
Suas palavras não me ferem mais.
Eu serei forte por mais uma noite.
Se leve embora desse lugar.
Não deixe a inveja te sugar.
Aprenderei a me amar.
Suas palavras não me ferem mais.
Eu serei forte por mais um século.
Pare de falar nunca.
Confie em alguns,porém, ajude todos que puder.
Romantize apenas o amor incondicional que há em você...
Nunca mais diga nunca.
Confie em alguns, ajude todos que puder.
Romantize a dó pelo outro
e se verá destroçado por subirem nas suas costas.
Minha vulnerabilidade não será sua vantagem.
Ao conhecermos a imensidão do mar, podemos optar por ficar no raso, onde temos controle da situação e não corremos o risco de nos afogar. Na superfície não expomos as nossas vulnerabilidades, mas nas profundezas é que existem as verdadeiras conexões, onde enfrentamos as nossas próprias fraquezas e aceitamos as alheias.