Vulgar Vulgaridade

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Nem todo crime é vulgar mas toda vulgaridade é um crime.

Finge ignorar os teus inimigos; não caias na vulgaridade de defender-te.

Não existe nobreza sem generosidade, assim como não existe sede de vingança sem vulgaridade.

A maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. São Paulo: Montecristo, 2012

É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os.

Alexandre Herculano
HERCULANO, A., Da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal: tentativa histórica

A gratidão é um fruto de grande cultura; não se encontra entre gente vulgar.

Se você tira a mentira vital a um homem vulgar, tira-lhe ao mesmo tempo a felicidade.

O mais vulgar dos alunos sabe agora verdades pelas quais Arquimedes sacrificaria a vida.

Saber resistir à violência é forte, mas vulgar; saber resistir à calúnia e aos motejos é maior esforço e mais raro.

Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não tem máscara.

Oscar Wilde
De Profundis, 1897.

Buscas a perfeição? Não sejas vulgar. A autenticidade é muito mais difícil.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Cuidado com o homem vulgar. A mulher vulgar. Cuidado com o amor deles.

Algumas pessoas acham que o luxo é o oposto de pobreza, não é, é o oposto de vulgar.

Gargalhada

Homem vulgar! Homem de coração mesquinho!
Eu te quero ensinar a arte sublime de rir.
Dobra essa orelha grosseira, e escuta
o ritmo e o som da minha gargalhada:

Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah! Ah!

Não vês?
É preciso jogar por escadas de mármores baixelas de ouro.
Rebentar colares, partir espelhos, quebrar cristais,
vergar a lâmina das espadas e despedaçar estátuas,
destruir as lâmpadas, abater cúpulas,
e atirar para longe os pandeiros e as liras...

O riso magnífico é um trecho dessa música desvairada.

Mas é preciso ter baixelas de ouro,
compreendes?
— e colares, e espelhos, e espadas e estátuas.
E as lâmpadas, Deus do céu!
E os pandeiros ágeis e as liras sonoras e trêmulas...

Escuta bem:

Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah! Ah!

Só de três lugares nasceu até hoje essa música heróica:
do céu que venta,
do mar que dança,
e de mim.

Cada um será tanto mais sociável quanto mais pobre for de espírito, e, em geral, mais vulgar (o que torna o homem sociável é justamente a sua pobreza interior). Pois, no mundo, não se tem muito além da escolha entre a solidão e a vulgaridade.

Quanto a mim o amor passou...
Eu só lhe peço que não faça... Como gente vulgar...
E não me volte à cara quando passa por si...
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor...
Fiquemos um perante o outro...
Como dois conhecidos desde a infância...
Que se amaram por quando meninos...
Embora na vida adulta sigam outras afeições...
Conservam nos caminhos da alma...
A memória de seu amor antigo...
E inútil...

Feliz a alma vulgar e rude que crê, e nem sempre sabe que a dúvida existe no mundo!

O orgulho pode parecer algumas vezes nobre e respeitável, a vaidade é sempre vulgar e desprezível.

É mais vulgar ver um amor absoluto do que uma amizade perfeita.

Agravo vulgar à política é confundi-la com a astúcia.