Voz do Silêncio
Nada pode me calar, se eu não conseguir falar irei escrever, porque faço dos versos o meu mais profundo silêncio, os versos gritam mais alto que minha voz e se neles você não me entende, perdão.. nada posso fazer, porque essa é minha essência, esse é o meu maior falar, a não ser que queira me ouvir cantar.
Acerta a tua voz, pelo rigor da ternura
acerta o coração, pela violência do silêncio ensurdecedor,
acerta o teu olhar, pelas lágrimas da vida,
e não, pelo discurso ou pelo relógio,
que marca a hora certa da chegada ou da partida.
"Mas quando a tua falta me pesa gravemente, quando o eco devolve a tua voz no silencio. Apenas eu me encontro sozinho na escuridão..."
Se me conhecesse saberia que me assusta o silêncio, pois posso ouvir a tua voz sussurrando segredos, saberia que gosto dos dias chuvosos embora me enrolem em uma doce tristeza. Que posso beber café a qualquer hora do dia. Que falo muito quando estou contente e pouco quando estou nervoso. Saibas que nunca faria mal a ninguém, e que não há nada que não faria por um amigo. Que penso tanto quanto falo, que sonho tanto como choro. Gosto dos filmes e séries quase tanto como dos meus livros, me afasto de mentes quadradas. Se me pedires posso te contar um conto todas as noites e as histórias de que são feitas as estrelas. Se me conhecesse saberia que poucas pessoas amo de verdade, que respeitar sentimento, é ser feliz com quem te ama e está do seu lado pra tudo. Saibas que eu já errei, que já falhei, mas nada foi intencional. Se me conhecesses talvez não falaria tanto, talvez você me convidaria para uma boa conversa e uma xícara de chá, talvez até contar teus segredos, talvez pensaria duas vezes antes de me condenar, e por não ser o anjo que esperas, até podes perdoar-me.
Aquieta-te e ouve a voz do silêncio, ele tem muito a te dizer. Aprende com ele, pois a tua essência está no silêncio.
VOZ DO SILÊNCIO
O silêncio brada vazios inconfessos
Num linguajar da emoção em espera
Desatados da tribulação tão megera
Tecendo sensos selvosos e travessos
No silêncio escoa solidão em esfera
Soprando suspiros turvos e espessos
Dos enganos emudecidos e avessos
Do tormento, ásperos, tal uma tapera
É no silêncio que se traga a memória
Desfolhados das sílabas da estória
Do tempo, despertando os momentos
Tal o vento, o silêncio é uma oratória
Que verborreia o pensar em trajetória
Nos lábios lânguidos, frios e sedentos
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano
No silêncio da madrugada o bom ouvinte também precisa falar, deixe a voz do outro também se expressar.
Confessamos com um olhar, silêncio em voz alta sem mais palavras apenas sensações de um sentimento inexplicável, tão bela e intensa a alma se expressa.
"O silêncio que ontem calou minha voz, é o mesmo, que hoje ainda, lhe fala ao coração e lhe inquieta a mente."
Queria dizer: "Eu Te Amo", com a Alma e o Coração.
Queria que, nesse momento, a minha voz se calasse...