Voz do Silêncio
O Silêncio que Fica
No silêncio das noites sem voz,
Onde o eco do riso se apaga,
Fico só, com a saudade feroz,
E o vazio que em meu peito naufraga.
Os amigos partiram no vento,
Como folhas caídas no chão,
E eu, prisioneiro do tempo,
Sigo preso à minha solidão.
O amor, que um dia brilhou,
Hoje é estrela distante, sem cor,
E aqui, onde tudo parou,
Resta apenas o peso da dor.
Mas entre sombras e ausências,
Talvez haja um novo amanhecer,
E nas margens da minha paciência,
Quem sabe, eu volte a renascer.
Pois a solitude é escolha cruel,
Mas no fundo há algo a ensinar:
Que mesmo no vácuo de um céu,
Ainda podemos voar.
Na ausência, sinto a falta que é doce,
Pois nesse vazio, tua presença reluz.
No silêncio, tua voz me aquece,
Apreciar a ausência, um deleite seduz.
A distância é apenas um breve intervalo,
Que amplifica o amor que em nós arde.
Na saudade, encontro um doce regalo,
Pois em cada ausência, tua alma parte.
Assim, na falta, teu encanto floresce,
E aprecio cada momento sem ti.
Pois é na ausência que o amor engrandece,
E a saudade, em mim, se faz poesia sutil.
REFLEXÃO:
Sobre teu silêncio
Eles crescem e tremem
De euforia receando ouvir tua voz
Sob tua voz
Tremem de fobia e receiam te impugnar
No entanto, se bradares
Receio que morram
De aversão.
Fique tranquilo, sou a favor da reciprocidade, se me der silêncio, não ouvirá minha voz e nenhum barulho irei produzir, se afastar de mim, irei na direção oposta a você e dentro de pouco tempo nem se esforçando seus olhos me verão, mas se me der um pouquinho de atenção, carinho e amor. Deixa comigo! Te darei tudo isso em dobro.
Foi no silêncio que ouvi a voz chamando, estou aqui parado olhando, pensando, comentando, imagine viver ano a pós ano tranquilo, aproveitando, trazer lazer, dedicar, amar, consolidar o sucesso na estadia. Olhei manias e brinquei com feridas. Bebi neblina que envenena, Fuji da rota de fuga, sonhei que era tudo ilusão, me confrontei que a decorrência, a desinformação, me foco naquilo que me faz querer, sou escravo de interesses do meu ser, amar é travar a batalha do raciocínio, me refiro a clínicos, estado verídico de indignação. Utopia retrodota. Filamentos de séculos em céu aberto. A vida de fulano estampada no concreto, sou direto, feto, olhar direto, com Deus me oriento, epidemia de sentimentos, louvei meu argumento, vi corpos empados no espeto, transei com o agora, sou a flora e a peste que destrói, que corrói a ignorância, flagrâncias da morte, a seta indica o norte, ouço o uivo do coiote, a ligação foi mais um trote, rinoceronte da savana, minha alma inflama clama amor piedade, dedicação, cansei de viver de aparência, quero representar minha essência, olhar que traz consigo o significado de uma vida, de sofrimento, alegrias, manias, razões que dão sentido pra vida, busquei curar feridas que me fazer vencer olhei pro lado e descobri meu ser.
VOZ VISUAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Para quem sabe a hora
de dizer sem falar,
silêncio é voz ocular...
MINHA PRAÇA FLORIU
Demétrio Sena,Magé - RJ.
Os abraços guardados no silêncio;
numa voz escondida em minhas mãos;
nos carinhos fluentes entre os dedos
ou desvãos e passeios dos meus olhos...
E na relva cheirosa dos cabelos,
dos relevos, as rampas de seus ombros,
meus apelos de afeto vão brincar
como alegre menino em chafariz...
Só confie no amor sem profecia,
no carinho sem arma e prevenção,
na magia sem truques de sentidos...
E aposte no dom do meu não sei;
dessa lei permeada pela graça;
minha praça floriu para você...
No silêncio da mente, a voz do espírito desperta. É lá que a verdadeira força se revela e o impossível se dissolve.
as lembranças
as memórias
o silêncio
o amor morreu
tua voz
perdi a hora da vida
o luto do sentimento.
SONETO DUM AMOR
Aos olhos surdos, estás ainda, presente
No silêncio do cochicho, tua voz é canção
Meus versos mudos, ainda assim, emoção
E aos ouvidos, o teu vulto nunca ausente
Arrastar-me-ia, se coxo, até a exaustão
Pra ter-te em minhas palavras vorazmente
Qual tal aragem arrefecendo inteiramente
A afeição, a inspiração e o meu coração
Sem sentidos, eu te sentiria novamente
Circulando loucamente na recordação
Qual miragem num perfume languente
E sucumbido, ainda assim, em devoção
Ao teu nome, na alma eu bem contente
Versejaria e te poliria com doce exatidão
Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano
Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
A voz do silêncio é o sussurro da alma que revela verdades que o barulho do mundo insiste em esconder.
Se a voz insiste em nos chamar,
será loucura ou um aviso a se escutar?
No silêncio da noite, ela vem sussurrar,
entre o medo e o mistério a nos rodear.
Se não sou eu e nem é você,
quem nos chama sem a gente querer?
No portão ou no quarto escuro,
o som ecoa como um presságio puro.
Ignorar ou tentar entender?
Se afastar ou deixar acontecer?
Entre o real e o desconhecido,
a voz segue, num chamado infinito.
Calo-me para não incomodar teu silêncio,
porque sei que é dele que precisa para escutar
minha voz.
Se te tocar com palavras é entrega desvairada,
sem medida...
É desejo incontido, animal.
Somos feras encurraladas, aprisionadas por
este sentimento louco, insane sem igual.
Desejo que queima,fere, machuca,
desconcentra.
Se palavras, não podem ser ditas
se olhares não podem se tocar,
a nós resta quase nada
ou quem sabe, quase tudo.
A nós, resta sonhar !
resta quase nada ou quem sabe tudo.
A nós, resta sonhar !