Voz
Nunca tinha escutado nada como aquela voz, e ele desejou ter o contrabaixo nas mãos para poder retribuir os sons, uma mistura de chocolate e creme, algo que ele queria beber através da própria pele.
Eu não entendo, por que nós temos voz e não gritamos?
Quando foi que aprendemos a não sermos quem nós somos?
Quando foi que esquecemos os sentimentos que temos?
E quando foi que deixamos o amor no esquecimento?
Quando foi que mudamos ao ponto de não lembrarmos a essência da nossa existência,
Abraçarmos os erros?
Hei-de tentá-lo até que a voz me doa…
Até que a voz me doa, hei-de tentar;
Lutar neste viver por quem não tem;
Voz para cá ser ouvido, por outrem;
Até que a tal mui doa, hei-de a mim dar!
Porque: sempre isso fiz, em meu viver;
Até morrer, hei-de continuar;
A fazer ver, quem tais anda a abafar;
Mesmo que a tal me fique a mui doer!
Doer, por ser bater em cão graúdo;
Que pequenino, pôr-me, irá tentar;
Mas mais pequeno, que eu cá sou; não pode!!!!!!
Daí com pena, e com éFe se pode;
Quem tentar inverter, este gritar;
Seja ele, mais graúdo; ou mais miúdo.
Com o prazer da Poesia;
Da casa
Morei numa casa,
Feita de cal, madeira e planta.
Tinha facho de velas,
E raios numa porta debruçados.
Minha mãe nos ensinava,
A fazer um pão chamado sonho.
Por vezes tínhamos que fermentar com mais vigor.
Mas por fervor ou insistência, crescia.
Nessa casa se contavam estórias.
Como a luz que ficou presa na sombra,
Até que o vento a libertasse.
Ou da lagoa que desaguava no mar,
Porque ele por ela estava encantado.
Tinha uma que ninguém entendia.
Revelar-se-ia mais tarde na travessia.
Era de uma voz que somente se ouvia,
No agudo silenciar, tomado na profundeza.
A casa inda lá continua.
Minha mãe ajuntou-se noutro tempo.
Só agora, enxertado de silenciamentos, aquela voz ecoa.
Abre-se na boca do menino que se avizinhou da saudade.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
Muitas vezes, ouvi o silêncio e decidi traduzi-lo. Percebi então que ele é a voz do infinito que não sabemos, mas existe, é a voz de Deus falando à nossa alma, dizendo: Estou aqui, aquiete-se, estamos juntos.
Milagres eu posso ver
Tua mão aqui e o Teu poder
Meu Deus movendo-se está
Tua voz a me chamar
Ressuscitando o que morto está
Como Lázaro, vou me levantar
É no silêncio da minha voz que eu grito
E no barulho do meu grito que eu calo
Calo pra pensar
Calo pra escutar o que eu tenho a dizer
E dentro de mim eu escuto
Escuto num tom alto e profundo
Que tudo isso vai passar
A paciência é a voz de Deus nos dizendo o tempo todo: calma e observa, estou trabalhando ao teu favor. Confia, pois estou contigo sempre.
Vento, leva a minha voz
E vê se encontra o meu amor
Nada faz sentido nesse mundo sem o seu amor
Me sinto assim meio sem rumo
Viajo no meu disco voador
Te procurei no oceano
E quase que eu me entrego a solidão
Estamos de passagem por este território;
Devemos nos direcionar pela voz interna;
A voz sensorial ao centro da cabeça; coração; alma.
Ser instintivos, fast, amar aqueles que nos rodeiam.
Toda vez que uma mulher levantar sua voz, vai ter gente duvidando. Toda vez que a gente se impor, a gente vai ser taxada de louca por alguém. Louca é um termo que as pessoas usam para não validar a opinião das mulheres.
Ao sonhar ou imaginar, somos verdadeiramente livres e inconsequentemente honestos.
Encontrei na escrita um local seguro pra conversar e me comunicar. Arte é voz, é luz. Confluência.
O que desanuvia e bombeia, todos os dias.
Mesmo tão íntima -ou por vezes tão nós- intento que, na interpretação pessoal, da vivência e experiências de cada um, seja colo e aquele abraço quentinho, o que recebo no que me inspiro e me reconheço.
Prazer, meu nome é Mariana.
Memória (microconto)
Tinha seis anos quando a conheci. Sorri, descobri, corri, comi, ouvi histórias ao redor do fogo. Sua voz me aquecia o coração. Vê velhinha! Eu cresci! Mas meus pés continuam sujos de chão.
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