Vovô e Vovó

Cerca de 209 frases e pensamentos: Vovô e Vovó

Avó

Avó é a combinação perfeita: de anjo, fada madrinha e gnomo.
É a meninice que parou no tempo, num tempo que não quer passar.
Avó é essa saudade mansa que aos domingos vêm nos visitar, com cheiro de café quentinho e gosto de bolo de fubá.
Avó é uma mistura mágica do que foi e do que será.
É um ser tão encantado que mesmo quando se vai deixa pra sempre na gente o brilho do seu olhar, os odores da infância e esse mistério bonito de quem foi sem nos deixar.

Eita Vó , que saudade de caber em teu colo, te ouvir gritar meu nome, que saudade em simplesmente te ouvir , ah que saudade! Sinto saudade do teu abraço, da tua força, do brilho dos teus olhos, das tuas histórias, pra ser sincero sinto saudade até das palmadas, todas bem dadas, acho que a palavra Saudade é o que me define, o tempo te roubou de mim, veio sem pretexto e te levou, dói e corrói por dentro saber que a senhora não está mais aqui, e que nem esse esboço pudera ler e entender meu triste vazio, ainda assim, lhe guardo onde nem o tempo pode te roubar de mim, na memória e em meu coração, embora triste, te carrego aqui comigo princesa, enquanto houver saudade!

⁠Quando escuto: não dão um minuto de sossego; elétricos; com baterias DURACELL; terríveis etc. e tal, só posso rir. Sei tudo irá mudar, em segundos, quando a reclamante ouvir as seguintes palavras mágicas e abençoadas: vovó eu te amo!!!!!

"Vestida de hortelã, essa memória me visita e mareja meu olhar: tantos anos já se passaram sem a sua presença física, tantas coisas já vivi e quantas histórias minhas eu gostaria de te contar, mas a certeza de que você me vê – mesmo que invisível aos meus olhos – me conforta. Então, minha querida vó, cuide da sua hortinha aí no Céu, enquanto eu semeio nossas lembranças aqui na Terra. Minha saudade segue com o teu cheiro."

⁠Um rosto cansado, esgotado, fruto de um trabalho árduo. Fez de tudo para nos dar uma vida melhor. Não é vó? Quantas privações e necessidades já passou. Mas manteve a família firme, tudo isso com o seu imenso e inigualável amor.

Moça guerreira, sem eira nem beira. Para ela, não tem tempo ruim. Se chover, podemos plantar, se fizer sol, é hora de colher. Você é linda, sabia? Mesmo que a vaidade não esteja em dia e que um alicate de unha não seja sua melhor companhia, você é linda assim.

Você fica mais linda a cada dia. Cada ruga, foi uma luta, cada expressão marcada em seu rosto são lembranças de um passado bem vivido e batalhador. Você hoje reclama dos carros, das motos, da correria que está nas nossas vidas. E eu concordo. Não foi seu passado que te fadigou.

Foi essa falta do que fazer. É a falta do campo, do cheiro das flores, do contato com os animais, das prosas com uma “cumadi” e até dos amores. Vai falar que não adorava lavar roupa e ficar se banhando no rio?

Dos seus momentos de paz e sossego, sentada debaixo de uma árvore e pescando uns peixes para a janta? É, foi bom aquele tempo que a senhora era criança. Talvez não se recorde muito bem das brincadeiras e que pena que não consegue repeti-las, pois o corpo está cansado e o tempo castiga.

Ô minha velha! Ops! Desculpa! “Velho é o mundo.” Pelo menos é isso que diz ela. Espero ainda te dar um bisneto, me sinto nessa responsabilidade, pois sou o neto mais velho. Todas as avós são “mestres-cucas”, cozinheiras de mão cheia.

Quando vou a sua casa, já era! Acabou a dieta. Não conseguimos resistir e não da para comer uma vez só. “Comida de vó é a melhor”. Sem falar nos mimos. Quem nunca ouviu: "para de mimar ele, a senhora vai estragar essa criança".

Vó, é para se gabar. A senhora é a peça chave do nosso lar. Quem ainda tem o prazer de ter a senhora por perto, só tem elogios para te descrever e quem não tem, convive incessantemente com essa saudade.

(Dona Rosa)

Dedicou seus dias aos filhos que lhes foi confiados por Deus;
Honrou com fé e coragem a família que formastes com sabedoria e muito amor;
Em oculto, chorou pela tristeza de um filho e rogou a Deus para protegê-lo e abençoá-lo, porque pela distância, não poderia abracá-lo e lhe transmitir a segurança dos braços de uma mãe.
Foi "Rosa" com espinhos para defender os que estavam sob seus cuidados;
Foi "Rosa" perfumada com o perfume que a natureza lhe proporcionou na beleza de ser mulher;
Perdeu pétalas e espinhos pelo caminho, mas a ternura e a força para continuar prevaleceram.
Em toda nossa vida, foi a "Rosa" mais bela, e continuará sendo, mesmo que agora és a "Rosa" mais encantadora, que perfuma e cobre de amor o jardim de Deus.

Inserida por EduardoAques

Hoje acordei mais cedo que de costume, minha vó varria o quintal, molhava suas roseiras e cantarolava...Vovó no auge de seus 81 anos de experiência, esbanjando disposição e vigor físico! Aproximei sorrateiramente, e me sentei na cadeira de fio, que fica na varanda, passado alguns minutos, ainda sem notar minha presença, fiquei a observar, admirando-a silenciosamente. Da canção passou a rezar, isso me chamou muita atenção, vovó que já passou por tanta provação ao longo desses anos, mantém uma fé inabalável. Exemplo pra mim de uma mulher batalhadora, guerreira, benevolente e fiel a seus propósitos, aquela que não se deixa abater, ainda que a vida a coloque por diversas vezes diante de circunstâncias difíceis, não é de se lamentar, sempre disposta a ajudar. Inúmeras vezes, nossas vontades era de pega-lá, coloca-lá no colo e a envolver num abraço, na certeza de protegê-la e acabar com o tormento da situação, mas vovó sempre ressurgiu forte, revigorada e acompanhada de palavras de sabedoria e sempre nos deu lição de vida! Obrigada por ser inspiração nossas de cada dia!

Inserida por mariana_ortiz

A única pessoa que me fazia sentar e parar pra escutar - sempre com toda atenção e carinho - sobre História do Brasil e Mundial era a minha querida avó materna, Maria da Conceição Soares Baticioto - a Dona Con.
Sem ter formação, pois casou cedo e precisou trabalhar desde muito nova, ela dedicava-se aos estudos em casa, a partir de sua pequena biblioteca com os mais diversos livros de História e Geografia que ganhava dos filhos e netos.
Quando tínhamos alguma dúvida na escola, sabíamos imediatamente pra qual “universitário” recorrer. Bastava falar: “Vó, tenho uma prova de História (ou Geografia) e estou com uma dúvida, a senhora me ajuda?”... Ela parava tudo o que estava fazendo (isso se já não estivesse com algum livro na mão), pegava seu globo terrestre que sempre lustrava com todo cuidado e não deixava ninguém mexer sem sua supervisão, pedia pra gente abrir a portinha da estante onde guardava “seus tesouros” e começava a lecionar; melhor que muitos professores, diga-se de passagem. Perdi as contas de quantas foram as vezes que um professor ia explicar alguma coisa sobre história que eu já sabia, e com orgulho dizia: minha vó me ensinou!
Tudo ela explicava mostrando no mapa, apontando os locais com o dedo indicador de suas mãos macias e unhas sempre bem cuidadas. Às vezes era difícil concentrar-se na explicação, de tanta fofura que era vê-la fazendo isso com o esmero que só ela tinha. E hoje é difícil recordar sem sentir o aperto no peito e a vontade de trocar qualquer coisa por mais uma aula da melhor professora que podíamos ter.
Desde que eu me conheço por gente, chegava à casa da minha vó e me deparava com pelo menos duas cenas: ela dançando e cantando suas músicas favoritas ou então sentada no sofá com seu óculos (no meio do nariz) lendo seus livros e ao mesmo tempo assistindo programas sobre História na TV. E ela contagiava a todos que se deixavam contagiar e, quando nos dávamos conta, estávamos dançando e cantando com ela suas músicas favoritas ou então sentados no sofá prestando atenção em mais uma explicação, ainda que já estivéssemos escutado outras vezes.
E ela era “exibida”... Bastava chegar algum integrante novo na família que ela já queria mostrar seus talentos: seja sua afinação cantando Ângela Maria ou Roberta Miranda, seja sua memória desenhando o Mapa-Múndi no ar com o dedo, seja sua sabedoria fazendo prova oral com os netos (eu muitas vezes fingia não lembrar a resposta para ficar olhando cada detalhe da sua explicação e sua carinha de satisfação ao dar seu show... Era o momento dela! No final, ela fazia um biquinho impagável, com aquele ar de “prepotência”, tipo: eu sei que sou demais). As pessoas sempre falavam: “sua vó é muito inteligente e é uma figura!”... Quem nunca escutou da minha vó: “já tomou café fio?”, não sabe nada sobre a Dona Con.
Não gostar dela era impossível, para os que sabiam admirar e explorar o seu melhor...
Os que não sabiam, ficaram somente com o lado “não tão bom” dela, pois como libriana que era, ela sempre sabia quem de fato gostava e quem somente a tolerava. Alguns não sabiam respeitar seu jeito sistemático de ser e mal se sentavam ao seu lado para escutar suas histórias e tentar entender o motivo de ela ser assim.
Ela ralhava com suas louças mal lavadas ou fora de lugar (por essa razão muitas vezes preferia fazer a deixar alguém ajudar)... Ralhava com algumas pessoas que entravam em casa sem limpar os pés no tapete e marcavam o chão que ela encerava todos os dias com o vermelhão... Ralhava com os homens que ficavam falando de futebol perto dela, pois sempre saía palavrão ou mesmo discussão e ela odiava... Ralhava com os netos que mexiam em suas coisas sem sua autorização e supervisão, e depois deixavam fora do lugar (ou perdiam ou estragavam), em especial seus livros, seu globo, sua balança e suas canetas... Ralhava com as filhas que tiravam o pó da estante e trocavam as coisas de lugar (ela sempre tinha que arrumar alguma coisa depois, tipo: um porta-retrato colocado no lugar errado, o elefantinho que não estava com o bumbum virado pra porta)... Ralhava com o açougueiro que mandava a carne errada ou o troco errado, com alguém que espirrava no transporte público sem colocar a mão na boca, com as vizinhas que ficavam fofocando ou querendo saber de mais da sua vida... Mas apesar de tudo isso, eu nunca vi minha vó, sabendo que alguém precisava de ajuda, se negar de fazer alguma coisa. Se fosse preciso, ela tirava dela pra dar pra alguém, sem fazer alarde, sem nem querer que a pessoa soubesse que ela estava ajudando. É impossível contar a quantia de dinheiro que ela tirava da sua pequena aposentadoria sempre que recebia e colocava na bolsa das filhas ou netas sem elas saberem. Quando achávamos uma nota na bolsa que não estava lá, sabíamos que era “arte” da Dona Con... E ai da gente querer devolver... Ela ralhava! Tínhamos que colocar, escondido, de volta na bolsinha dela, o que muitas vezes também não adiantava, pois ela sabia exatamente cada centavo que tinha lá.
Essa era a minha vó! Uma guerreira, batalhadora, que lutava sempre com batom nos lábios e os cabelinhos grisalhos bem escovados. Sempre alegre, gentil, educada, amorosa com os filhos, netos, bisnetos e tataranetos que pode conhecer; e fiel até o fim ao único homem de sua vida, que a deixou precocemente, no entanto ele nunca a perdeu.
Só quem desfrutou plenamente da sua companhia tem a Dona Con tão viva em suas lembranças, como se ela ainda estivesse aqui falando: “fia, escova os cabelinhos da vó”... E ela dormia, sorrindo...

Inserida por ketantonio

Chuva No Telhado

Poucas coisas na vida têm a magia
Do barulhinho de chuva caindo no telhado
Na hora de dormir.

A alma se ajeita dentro do corpo
E o corpo de encolhe e se curva
Em noites chuvosas e de baixas temperaturas.

Vez ou outra bate uma vontade de fazer peraltice,
Sair correndo em meio à chuva intensa
E banhar-me em suas águas torrenciais...
Fazer barquinho de papel e
Observa-lo desafiar as correntezas.

Hoje, eu morando só, na grande cidade
Ainda trago em mim os conselhos da minha vó:
Menino, não use aparelhos eletrônicos durante a chuva!
Sendo assim, quando a chuva cai,
Desligo tudo, como um menino obediente,
Silencio e adormeço .

EDSON LUIZ ELO

Inserida por ProfessorEdson

Chuva No Telhado

Poucas coisas na vida têm a magia
Do barulhinho de chuva caindo no telhado
Na hora de dormir.

A alma se ajeita dentro do corpo
E o corpo de encolhe e se curva
Em noites chuvosas e de baixas temperaturas.

Vez ou outra bate uma vontade de fazer peraltice,
Sair correndo em meio à chuva intensa
E banhar-me em suas águas torrenciais...
Fazer barquinho de papel e
Observa-lo desafiar as correntezas.

Hoje, eu morando só, na grande cidade
Ainda trago em mim os conselhos da minha vó:
Menino, não use aparelhos eletrônicos durante a chuva!
Sendo assim, quando a chuva cai,
Desligo tudo, como um menino obediente,
Silencio e adormeço .

EDSON LUIZ ELO

Inserida por ProfessorEdson

GRACINHA

Eu sou aquela caixa d'água a tilintar dentro da noite veloz. Lá fora, o sereno caía vadio enquanto os rumores dos carros mexiam com as luzes dos postes. Tchiqui, tchiqui, tchiqui... Quase sempre, o ventilador ao pé da cama. A cama. A cama. Aquela cama... Na área, o churrasco embalava os nossos estômagos famintos. A fumaça passeava por todo espaço. Chegava na cama. A cama. Aquela cama... Ao meu lado direito, meu mano: pequeno, raquítico, olhos negros, cabelos lisos. No centro, a mana: covinhas amontoadas, coqueirinhos na cabeça, chorinho fácil a descolar na boca. Ao lado esquerdo: vovó. Vovó. GRACINHA. Corpo roliço, cabelo despreparado, pele macia e branca. Sua mão a "irribuçar" os netinhos com colcha vermelha. Sua mão a cantarolar no meu peito. Um dois três carneirinhos. O ronco, o sereno a cair, os rumos dos carros e eu-caixa d'água, eu-saudade, eu-vontade-de-voltar.

Inserida por ItaloSamuelWyatt

LEMBRANÇA

A casa era branca como a lã branca. Nos fundos: o cachorro rottweiler, as mangueiras, carambolas, forno a lenha, varais, ruínas do cantinho deleitoso da finada Narda e o chiqueiro. Centro de Mucurici. Os coqueiros-imperiais a chilrear um canto melindroso acompanhados dos sinos de Fátima compunham as auras interioranas.As solidões de pores alaranjados já enterneciam o poeta da família. A casa era branca como a branca neve. Na varanda: verde-mato. Vértices e colunas prestes a desgarrar da construção. Vez em quando, sentíamos a noite. Branco-breu, sem fundos, sem varada, sem mato. Mas havia a cadeira de balanço e nela vovó sentava-se.

Inserida por ItaloSamuelWyatt

O mal dos sabidos é pensar que todo mundo é besta.

Inserida por raimundo_paiva

Cadeira de balanço

Num canto da varanda
em meio a vasos e pilastras
a cadeira de balanço mágica
onde vovó tirava a sesta
Momento único do dia
onde tarefas diminuíam
um luxo ali ficar um pouco
cochilando em venturas mil
Velha cadeira de balanço
em seu molejo natural,
impressão de que a vida era só aquilo,
um espreitar o céu e sonhar
viajando entre nuvens
ouvindo passarinhos na tarde
que dengosa seguia
ah...vovó que saudade imensa
desse tempo onde tudo era apenas
despreocupação e magia !

Inserida por neusamarilda

Casa de Vó

Por mais que o tempo passe e a sociedade cresça, evolua, se atualize, casa de vó continua com cheirinho de erva doce, camomila e hortelã.
Por mais que o tempo passe casa de vó continua sendo sinônimo de festa: manhãs de domingo, férias, natal, brincadeira e diversão.
Por mais novos que os tempos sejam, colo de vó continua ninho, proteção e aconchego.
Por mais que o tempo passe e as vovós se modernizem continuam a ser nossa segunda mãe, só que com uma pitada generosa de mel e uma dose extra de amor.

Inserida por ednafrigato

Brasilita amor e bondade.
Sua luz contagia.
Tem carinho e lealdade.
Muita paz e alegria.

Brasilita é diamante.
Parente de presidente.
É inteligência e saber.
Piano para aprender.

Brasilita é tudo isso,
mas para mim é simplesmente,
Laíta.

Inserida por Zoccarato

Maria que não é a mãe de Deus mas é minha avó materna mais que viva, "que trás no corpo essa marca", Maria que faz "mais forte minha fé", Maria de quase um centenário de emoções, como é bom ainda poder sentir tuas emoções, poder escutar suas histórias, poder ter sua comparência para te dar mais um parabéns. Maria minha Maria "meu coração se põe a cantar" a força, a raça e a gana de mais um FELIZ ANIVERSÁRIO! TE AMO...

Inserida por rcfonseca

"Mulher, seja machista.
Ainda é tempo.
Caímos no conto do feminismo e nos lascamos".
(Esperta foi a vovó!)
☆Haredita Angel

Inserida por HareditaAngel

⁠*Houve um tempo*

Houve um tempo que nossa maior preocupação, era apenas com a lição.

Houve um tempo em que correr de pés no chão, era pura emoção.

Houve um tempo que filme de ação, era a maior diversão.

Houve um tempo que escutar rock e sacudir a cabeleira, era a coisa mais maneira.

Houve um tempo que ir à pracinha tocar violão, era a maior atração.

Houve um tempo que brincar na chuva era animado, mesmo ficando todo molhado.

Houve um tempo que os dias eram contados, à espera de um feriado.

Houve um tempo que aos domingos era sagrado, comer maionese e frango com o "Sílvio Santos " ao lado.

Houve um tempo em que brincar de correr na rua, era a maior aventura.

Houve um tempo em que a vovó gritava, sua mãe vai ficar brava.

Houve um tempo que não está mais aqui, só sobrou a nostalgia que nos leva a refletir!

Inserida por JuAssuncao

“ ... minha linda São Franciscana,
se pisei descalço naquele chão,
arrebentado o dedão do pé num toco
outro dia, tomado banho pelado num córrego
frio; se senti um dia o orvalho da madrugada
escorrendo na pele e a brisa fresca
cantando nas cavernas das orelhas;
se apertei as tetas de uma vaca brava
e provei araticum embaixo de um pé de árvore,
é porque procurava rumo na escrita da história.
Ainda sou devedor da vida, antes de tudo,
uma extensão da terra e dela desconfio
que sou filho que não se desgrenha e com ela
sou verdadeiramente vida como toda mãe propicia.
Cortar esse cordão totalmente não consigo,
essa ligadura é também
essência para viver esta peleja.
De guardar tantas recordações
e de gostar do que vi, faço
este pálido registro, contrariando
o que muito se fala e faz
neste mundo do asfalto,
quando se separa a alma do material
– para dar mais valor a este segundo.
Lembro aqui enquanto ainda é tempo de confirmar,
umas coisinhas de nada, do que vi e vivi
na depressão do rio São Francisco,
onde sitia-se o sertão do homem-terra
ou seria a terra-homem ?
Depois sei, mudaram o mundo
para longe e mudaram de vez,
mas aqui tenho lembranças do amor,
mesmo que me encontre um pouco à margem
de um novo tempo inaugurado...”

Inserida por Virgilio_Silva