Vou Morrer
"Precisei de morrer para te desejar, precisei de morrer para ver a cor do desejo, que é branca, branca e irreparável, como tu, como nós dois. Quando fazíamos amor, não era o tempo que parava. Nós é que estávamos mortos, infinitamente mortos, boiando um dentro do outro num azul sem céu nem gravidade.(…) Estou à tua espera num sítio onde as palavras já não magoam, não ferem, não sobram nem faltam. Esse sítio existe."
De que me serve querer-te
e morrer por seu amor
se não estou nos teus sonhos
muito menos no seu coração.
Você é tão indiferente
e não te importa o que eu sinto
se eu nunca poderei te ter
Acho que é melhor esquecer.
Um momento de felicidade por
muitos dias de solidão...
De que me serve um momento
Se eu te quero eternamente
Quanto mais necessito de ti
Algo te tira de mim
De que me serve querer-te
Se você me deixa só como sempre
Gostaria de ser mais corajosa
arrancar-te do meu coração
me acostumar a não te ver
encerrar-me em meu mundo interior.
De que me serve querer_te
e morrer por seu amor
Se há tantas coisas para você
muito mais importante do que eu...
Aquele que é feito escravo por uma força maior do que a sua, ama a liberdade e é capaz de morrer por ela, nunca chegou a ser escravo.
Meu suicídio diário não é uma forma de morrer. É uma tentativa desesperada de encontrar essa vida, testar minha capacidade de quase ir e voltar, descobrir se eu mereço estar aqui e se existe mesmo um deus. Afinal, ele concorda ou não com a minha maneira de encarar as coisas? Por que não me castiga por ser tão estupidamente desapegada? É minha necessidade de viver que me mata.
Alguns anos antes de morrer, colocou um anúncio no jornal que dizia:
"Mulher simples, trinta anos, bem em todos os sentidos, mas, até agora, muito pouco feliz no amor, com rendimento médio de quinhentos mil dólares por ano, procura homem honesto e sensível, pode ser calvo, para relação séria. Responder a Marilyn Monroe, Sutton Place, Nova Iorque."
(E não recebeu uma única resposta - FONTE: Autobiografia de Marilyn Monroe, Rafael Reig).
Quando morrer me enterre de pé, pois passei toda minha vida de joelhos.
Tudo que a gente quer é isto: encontrar uma pessoa legal pra passar o tempo até a gente morrer. Não estamos pedindo muito!
ORGULHO MATA
Um amigo acaba de morrer em mim
Foi morrendo assim, devagarzinho
feito vento meliante que espreita madrugada,
quando percebi, já não respirava mais.
Não tinha percebido que a amizade estava doente,
e quando a amizade fica doente,
se você não tomar semancol, humildol ou desculpol,
o vírus da mágoa se alastra pelo corpo todo.
A mágoa é como lepra, primeiro apodrece a palavra,
o brilho nos olhos e depois o respeito,
é quando você dia olá querendo dizer adeus.
O amigo quando fina não vai para o céu,
fica vagando feito alma penada
no inferno da lembrança.
O finado amigo
é um espírito que fala através de outras pessoas,
e ainda que ele grite, você já não escuta mais.
Um amigo falece por vários motivos,
desde falta de açúcar nos olhos e
a fraqueza no abraço.
Mas o pior de tudo é o enfarte na admiração.
A admiração pelo amigo é o sangue que bombeia a amizade.
Sem esses glóbulos brancos, negros e amarelos
o amor acaba. E se você não ama teu amigo... jaz.
Amigo a gente não divide, se ele é menos a gente multiplica,
mas quando ele morre a gente já nem conta mais.
O amigo quando cessa
é o como se o passado cometesse suicídio
com um tiro na saudade, ou uma corda pendurada na lembrança.
Isso quando você mesmo não o mata,
atirando na testa um desprezo de pedregulho.
Quando a amizade começa a tossir... É bom medir a pressão.
Meu amigo está morto,
na autópsia consta que foi envenenamento: cianureto de orgulho.
O Funeral foi agora pouco, sem flores, sem lágrimas, no meu coração.
O enterro segue sem alarde em respeito aos familiares.
SERGIO VAZ
Morrer rico é extrema incompetência. Significa que você não usufruiu, ou pelo menos não usufruiu todo o seu dinheiro. Além disso, um rico que gasta tudo o que tem antes de morrer, livra os seus herdeiros do odioso imposto de transmissão.