Vou Morrer
Aprisionar dentro de si
Ser refém do seu próprio eu
Se afogar com suas próprias mágoas
Morrer pouco ao pouco com seu próprio ar
Procurar refúgio onde não há
Cegar se enxergando tudo
Ensurdecer com o silêncio
Se calar com o grito
Correr parada
Sentir sua energia desviando por entre os dedos
Sentir se morto estando vivo
Ver escuridão diante a luz
Quem nunca se sentiu assim, que não teve o devaneio de por um fim em todo esse tormento este aprisionamento, vazio que não se acha como preencher. Só existe um motivo para ainda estarmos lutando sem entregar os pontos, o motivo é Deus que está me carregando neste momento de turbulência provações e sei que no tempo certo tudo mudará. No tempo do meu pai pois ele está preparando a minha a sua e a nossa vitoria.
Não tenho medo de morrer, mas sinto pena por não poder estar aqui, para proteger meus amigos e familiares e vibrar com cada conquista deles!
Se por acaso eu tiver uma overdose
me deixe morrer com várias doses de tudo aquilo que me fez mal.
Se um dia eu tiver que morrer de amor
pra que somente assim eu o sinta, me deixe padecer.
Me deixe sentir o prazer da infelicidade
o prazer da maldade me corroendo por dentro.
Me deixe ao vento sentindo calafrios
sentindo o frio levar embora cada má memória que me causa caos.
Me deixem esquecer de tudo
até do meu próprio nome
do meu semblante que já foi um pouco feliz.
Me coloquem em um bonito, preto, com verniz.
Se por acaso eu tiver que juntar todos os cacos
em mãos e mesmo que as veja sangrar
me deixem partir, me deixem andar.
“Quando morrer”
Se a morte vier e me quiser levar
Entrego o meu espírito para descansar
Na graça divina me quero abrigar
Minha alma em paz quero repousar.
Meus bens terrenos de nada me valeram.
Fui mais fiel àquilo que me ofereceram.
Estimei muito o amor que me devotaram.
Fui uma idealista a quem não prezaram.
Aos que me estimaram...quero agradecer
Amaram-me em vida...enquanto criatura.
De quem em vida tanto me fez sofrer.
Nem flores quero ter na sepultura.
Meus amigos amei profundamente.
Dividi com eles pouco do meu ser.
Deles fui muito amiga.
Mas lhes dei muito pouco do meu viver.
Que fazer com a distância
Que nos privou dessas exultações
Mas ficaram para sempre na lembrança
Instantes passados...boas ocasiões.
Amei muito as minhas alegrias.
A vida fantasiei de várias cores.
Quis muito viajar, conhecer mundo
Perdurei por esse desejo profundo.
Algumas vezes espinhosa
Hoje colorida e maravilhosa.
Teve porém o condão de ser
A vida que Deus me deu para viver.
Eu morreria
Morreria eu...
Antes de morrer o meu amor por ti.
Queria eu que a eternidade deste amor
Não fosse um pouco, e mais um pouco desta dor.
Onde vai o brilho das estrelas
Quando chega a luz do dia sem você aqui?
Não me leva aos teus sonhos
E te afasta dos sonhos meus...
Edney Valentim Araújo
1994...
Utopia
Entre ondas de loucuras
desenhei o barulho do mar
e chovi ao ver o sol morrer
velando a ideia de uma vida feliz
que sequer passou de um plano ilusivo.
Brigar, morrer, criar inimizades por sanguinários do erário público é desarrazoado e revela estupidez dos antagonistas.
E se eu tivesse deixado meu sonho morrer?
Onde eu estaria agora?
Se eu não tentasse de novo e pagasse pra ver
Eu choraria agora!
Lázaro não teve muitos amigos, não teve casa própria, não teve qualidade de vida, mas ao morrer foi levado pelos anjos para o seio de Abraão.