Vou Morrer
Ninguém existe por um propósito. Ninguém pertence a lugar nenhum. Todo mundo vai morrer. Vem ver TV.
E de semana em semana posso me apaixonar e desapaixonar; viver e morrer por alguém; mas eu creeio que não tenho a capacidade de escolher por quem o meu coração deve bater. E eu odeio saber disso!
A Hora Íntima
Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: — Nunca fez mal...
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: — Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: — Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: — Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: — Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Você é meu. Meu, como eu sou sua. E se morrermos, morremos. Todos os homens têm que morrer, Jon Snow. Mas, primeiro, vamos viver.
E o dia em que o sol não nascer?
Que o mar se enfurecer...
E tudo que tinha vida morrer?
O que você vai fazer?
E quando o azul do céu desaparecer?
O solo apodrecer...
E tudo adoecer?
O que você vai fazer?
Para onde você vai correr?
Para Marte, Júpiter, Saturno ou Plutão?
O Planeta Terra é a tua única casa, amado ser...
E a tua verdadeira mãe (natureza) está a morrer...
Pela tua falta de respeito, consciência e compaixão...
Te peço então um momento de reflexão...
Não jogue seu lixo no chão!
Reduza, recicle, reutilize...
Pense, repense, reflita, respeite...
Preste mais atenção...
Mas não use a tua mente e sim o teu coração...
pois ele amado irmão, está sendo usado em vão!
Ainda é tempo de mudar...
Ainda é tempo de salvar os animais e natureza
que o amor só querem nos dar.
Mas a decisão é tua, amado ser...
Tua casa (Terra) e tua alma, amado ser...
Despenderão do que você escolher...
E quando eu morrer
Eu não quero enterro
Eu não quero tristeza
Nem choro, nem dor
E quando eu morrer, não será morte, será liberdade...
Eu morri...
Meu coração parou
Já não sinto mais nada
Os meus sonhos, objetivos, metas
vontades e desejos
Tudo acabou
Não sinto calor, nem frio
Não sinto mais aquele velho vazio
Não sinto paixão, nem amor
O sentimento que um dia me destruíra agora se tornou indolor
A felicidade... bom, que felicidade?
Já não existia esse termo na minha mentalidade
Decepção? que decepção?
Sumiu tudo do meu velho coração
Eu tive tudo... tive bons pais, uma boa família, bons amigos, bons professores, uma boa namorada e uma boa vida. Mas no fundo eu não tinha nada, era só um pedaço de carne que escrevia por charme...
Eu acho que sempre esperei o fim, o desconhecido parecia sempre melhor do que a realidade, uma fuga pros meus problemas
Mas quando eu morrer
Não quero que deem importância
Não quero que vejam valor
Na minha enorme insignificância
No meu fim, quero deixar bem claro
Que eu não tive uma vida, eu tive um fardo
Mas o meu adeus enfim, eu consegui
E constatei que eu não vivi, eu apenas existi...