Vou Morrer
Eu não esqueci nada entre nós, e nem posso esquecer, seria hipocrisia minha dizer que esqueci...mas preciso fechar meus olhos para conseguir me salvar de mim mesmo, acredito que você sente o que ainda existe dentro de mim...É justamente por isso que eu não posso ficar, meu coração ainda pulsa por aquilo que você deixou morrer...
Uma vez eu ouvi dizer que Deus apenas nos empresta a vida, e que na verdade ela não é nossa.
Mas se ele apenas me emprestou, então porque eu não posso escolher devolver.
Sabe
nunca gostei de ficar com coisas emprestadas por muito tempo…
O grito da depressão.
Minha vida é uma cortina rasgada,
não alegro mais o ambiente, vivo,
nesse quarto escuro e frio,
já não me recordo mais,
a ultima vez que sorri, ou vivi,
da vida de antes, já me despedi,
construo, meu próprio mundo,
onde tudo, é enfadonho e estranho,
os que me amavam, sumiram!,
aos que me juravam, percebi,
pessoas, preferem amores fáceis,
nas primeiras possibilidades,
de continuarem no que me tornei,
vão,em um simples adeus,
ou ficam, em mensagens de bom dia,
sem nem mesmo, lembrarem,
do que fomos, ou poderíamos,
onde estão meus convidados?,
abram a cortina rasgada,
para os que venham assistir,
a farsa, da minha depressão,
onde muitos me acusam!,
uma cortina rasgada no quarto?,
chamando sempre atenção,
ao teu despenhadeiro,
levo meu corpo a noite,
me enfeitando da morte,
pra própria sorte enganar,
sem nunca querer morrer,
me fazendo sem remorso,
seu punhal no meu peito,
durante uma crise de choro,
quando a angustia era tanta,
fiz de você minha santa,
hoje, sem ninguém, pra me ouvir,
bebemos, num copo só, eu e você,
minha amarga, amiga, depressão sentida.
Quando nascemos chegamos pelados e sem algibeiras com moedas.
Não entendeu o recado dado de lá para cá?
ENTRARÁS NU, NO MUNDO QUE TE ESPERA E VOLTARÁS SEM NADA NO QUE TE AGUARDA...
Pois que nas coisas da alma e do coração não há moeda que corrompa.
O CORVO
Vago por entre os túmulos que me fitam com seus olhos de mármore
Sentindo a chuva que perfura a carne e sangra a alma
Tornando o dia cinza
Reflito assim sobre a morte
Transformo todo vão pensamento ou cada tétrica palavra em sonetos sombrios
E as escrevo com imagens em minha mente
Os homens de outrora vagavam como sonâmbulos
Desprovidos da leveza do espírito
Reclamões, céticos e agnósticos.
Cuspindo discursos doentios nos ouvidos mecânicos da laica classe operária
Agora jazem em silêncio sepultados
Não mais desejam, não mais sussurram, não mais amam, não mais sangram
Silêncio
Consegue ouvir?
Um corvo me olha imóvel sobre as pedras
Olho para as lápides e procuro por homens
Não os vejo
Penso em mim quando eu já não mais existir
Outro alguém procurará por meus olhos?
Desejará ouvir minha voz procurando respostas?
E assim como eu agora só ouvirá uma resposta
Morreu...
As boas ações são o conforto para a morte
O maior dever do ser humano é ter algum papel em vida. Em um universo tão imenso, diante inúmeras vidas que por aqui circulam, precisamos fazer algo para mudar. Você não precisa ter sido o inventor da lâmpada, você não precisa ter feito uma obra-prima, você não precisa ter descoberto a cura da aids. Dê um bom dia para alguém, peça licença, ame e faça a diferença. Assim, sua morte não será despercebida, o mundo não seguirá da mesma forma após a sua morte. Nosso maior medo não é a forma que iremos morrer ou para onde iremos, nosso maior medo é que a nossa morte não seja lembrada por ninguém. Se nossa morte não for lembrada por ninguém, significara que nossa vida foi em vão, tudo aquilo que conquistamos e passamos, se resumiu a nada.