Vou Morrer
MEU AVÔ
A morte nos ensina muito. Ver a morte se apossando lentamente de alguém, é um aprendizado sofrido, eu diria. É como se Deus, ou quem quer que seja, escancarasse na nossa frente, a nossa fragilidade perante o mundo, perante tudo. Aprendi muito com meu avô e sua espera da morte. Meu vô Zé, um lindo senhorzinho que se foi a pouco tempo. Aprendi com ele e na verdade, aprendi sobre mim e sobre todos. Por que estamos todos à espera da morte. Estamos todos sentados em cima de uma cama, esperando a morte chegar. O que nos diferencia, é como esperamos esta morte. Por que é certo, é definitivamente certo que ela virá. E nos cobrirá os olhos com seu manto negro. Somos todos mortais. E de uma hora pra outra, ser mortal parece uma afronta.
Risível. Sim, é de rir. É de rir, nos ver afrontados com o divino pela morte. Vê-la nos olhos de outra pessoa e agir com ira e insanidade. Por que? Alguém sempre pergunta. E outro responde: Por que é injusto! Embora, ninguém nos tivesse dito, que seria o contrário.
A morte nos aproxima dos nossos, nos une, nos fragiliza e nos fortalece ao mesmo tempo. Uma grande ironia. De certo isto foi pensado por um ser maior? Por Deus? Quem responderia estas perguntas? Quem poderia nos dizer como e quais caminhos e que ventos nos levam à morte? E quais os motivos? E se devem haver motivos?
Sei que nos olhos de minha família, houve tamanho sofrimento. Muito sofrimento. Por que aquele que gostaríamos de ter conosco, teve que ir. Esta dor transforma. Une. Mesmo que as relações antes, estivessem rompidas, trincadas. A morte, esta vilã, uniu, transformou. Que ironia, isto tudo.
Pra mim, viver é uma grande ironia. E a morte a única certeza.
Vi a morte de perto,
a olhei nos olhos,
Senti seu cheiro,
A beijei ternamente,
Senti seu suspiro
Como ela era linda, linda, linda
Senti desejo de morrer
E ser ninada em seus braços
Senti medo de morrer
E ser enterrada em seus laços.
Me mataram hoje
Eu sorri
Perdi o que não tinha
Estranhamente o nada faz falta
Sorri de novo
Parece que eu queria o que não gostava
Não gostar diminui a incerteza
Define alguma coisa
Coisa...
Eu consumia paredes para me referenciar
Livre, eu não sabia ser
Só sabia covardia
Tinha medo de morrer
Mas morri
Essas palavras são póstumas
Na morte desanuviamos
Nuvens são nadas que parecem alguma coisa
Mas esse nada consegue molhar e apagar teu giz legado
Na morte teus pecados não contam mais
Açoites e culpas são despejados
O mandado de desintegração de posse se cumpri
A carne se desfaz
Eram só átomos invisíveis ligado por ideias
Ideias de viver retroalimentadas por Wal Disney e seus amigos multicoloridos
Viver é morrer as poucos
E de pouco eu já tô vazio
Vivendo, você somente consegue estar
Morto você é
E se é pra ser, que seja
Viver é o dogma de quem quer ser alguém
Escute um conselho de quem já é ninguém
Morra todo dia
Palavra de defunto
Minha alma transbordou de tristeza, de modo que eu não podia pegar na caneta sem sentir no peito uma dor excruciante. Mas se eu não escrever, aí sim que é uma tragédia, que não falo, não existo, estou muda, estou morta. Eu não posso me permitir morrer em palavras, a morte mais trágica para um escritor. Não posso deixar que aquele cara mate essa parte de mim, uma vez que ele já matou minha esperança e enterrou vivo o meu amor. Por isso estou escrevendo de novo, e me perdoe a demora, me perdoe a má caligrafia, me perdoe a dor.
Se é para lutar, estamos aí. Se é para morrer, vamos em frente!
Só os fortes e os injustiçados carregam essa energia.
Se eu estiver ausente, não se apeguem nos meus sucessos e bem feitos. Peço-vos por favor, a máxima atenção e consideração nos erros cometidos. Estes servirão sim, de fontes de correção para o meu legado.
Só morre de amor,quem fica em casa ouvindo "Pablo e Sorriso Maroto". Quem abre a porta e vai explorar o mundo lindo que existe lá fora,nunca morrerá de amor.
Tudo é uma questão de ponto de vista,tudo é uma questão de saber viver.Tudo vai,tudo é fase. Nenhum sofrimento é eterno. Se jogaaa!!
Me disseram: morrer é ruim, porque só morremos uma vez; discordo, se fosse assim nasceríamos várias vezes.
A morte se torna gloriosa diante meus sonhos,
meu mundo perdido em sonhos reluzentes,
vaidades primitivas no caos dos meus pensamentos,
traições de proposito aderentes a supremacia...
daqueles olhares de falsidade sem conteúdo,
pudor do terror adversos sob zombaria, assim seria,
calado meus adores improprio a encruzilhada, desse,
destino cruel e faceiro sem a dor não a amor...
feitos o direito da submissão acalentos, pela fervura...
da paixão paranoica, deslumbrada, para aqueles desfruta,
o direito opor desejos além do prazer mortal...
insanidade sinos irreais a tua centelha, numa fogueira de paixão,
tantos cálices deixados nos cacos da tua realeza,
zombas por mais atrai teu corpo nu a vareza de muitos,
transpassados sonhos vendidos, ao menos o caos é extremo...
como a magia perdida seja canção teus olhos,
nas profundeza da morte.
Ele larga cada palavra de uma forma tão lenta, que meu coração acelera de forma tão rápida que eu penso que morri, na verdade, quando foi mesmo que eu estive viva?
Essa inconstância me mata. A incerteza de ser me destroça. Ao que parece sou louca. E ele me entende. Sei que sim.
Eu posso quase morrer e permanecer vivo, mas não posso quase viver, porque quem quase vive já morreu!
Morrer não dói o que dói é termos deixado de dizer um eu te amo por medo ou receio da reação da pessoa amada, de não termos aproveitado mais os nossos amigos, de não ter ido mais a praia ou de não ter observado mais a natureza o que dói também são as lembranças e a saudade que vamos deixar na vida de nossos familiares e amigos enfim...só me resta então aproveitar os dias ou anos de vida que me restam e tentar fazer o máximo de coisas enquanto eu ainda posso... Porque o amanhã a Deus pertence...