Volúvel
Olho no Olho:
O tempo, outrora volúvel
De fato, nessa primavera
Te fez poesia.
E parou.
E não houve tempo maior que tu.
Quem dera, nosso
O tempo.
O volúvel por qualquer batatinha quando nasce, se encanta, aponta o nariz e vai. Mal sabe ele que espalha a rama pelo chão.
Desconfie de quem diz gostar de tudo. Pois, provavelmente tão volúvel quanto seu gosto, é também o seu caráter!
Volúvel caminhada, porém, nessa estática e desenfreada jornada, me alarma aquela emoção por lembrar da queda de minhas mordaças, sou livre em meio uma sociedade pouco difusa...
Pode me chamar de volúvel
Pode me chamar de volátil
Pode até me chamar de leviano
Mas não há como me chamar de incapaz
Pois eu posso me moldar e me fazer capaz de tudo
Mesmo que depois que você abra a boca eu já não seja seja mais capaz de nada.
Eu sou volúvel. Grande surpresa. Mas ser volúvel também cansa. Porque ninguém leva a sério alguém que passa a semana chorando pra ficar bem na semana seguinte. Como se fosse preciso ser feliz pra sempre ou triste pra sempre pra ser alguma coisa de verdade.
Não quero mais a realidade comum. Isso é o que mais cansa, pra ser bem sincera. Tenho até arrepios de pensar num futuro escrito e óbvio nas prateleiras de gente sem sal. Só de saber o que vai ser de mim, já quero ser outra coisa. Uma coisa nova e diferente, pra quebrar o que é certo.
O humor muda, um sorriso pode se desvanecer, os gostos alteram ou apuram, o cacife é volúvel, mas o caráter deve ser imutável.