Volúvel
É, infelizmente eu sou volúvel em relação a algumas mulheres e prefiro ficar sozinho do que enrolado.
Brasil
Quão profundas são tuas riquezas
Quão volúvel é a tua história
Quão humano é o teu povo
Quão alegre é a tua nação
Quão límpidas são tuas águas
Quão inconteste é a tua honra
Quão milagrosa é a tua obra
Quão triste é a tua política
Quão sujos são teus políticos
Quão podre é a tua câmara
Quão fraca é a tua justiça
Quão demo é a sua cracia
Quão secretos são teus atos
Quão corrupta é a tua polícia
Quão ilícito é o teu poder
Quão míope é a tua verdade
Quão errôneas são tuas ordens
Quão miragem é o teu progresso
Quão agrária é a tua reforma
Quão fanfarrão é Vossa Excelência
Quão lindas são tuas morenas
Quão nova é tua bossa
Quão popular é tua música
Quão simplório é teu artista
Quão diversas são tuas culturas
Quão impecável é o teu passado
Quão obscuro é o teu futuro
Quão fiel eu sou a minha pátria
Quão independente é minha pátria
Quão minha é minha pátria.
Bem, ele é volúvel, imprudente, egoísta e histérico (...). Metade do tempo eu acho que ele não se importa com o que acontece com ninguém, contanto que ele esteja bem… mas então, descubro como ele foi generoso com alguém… e aí percebo que ele cobra menos dos pobres. Eu não sei, Sua Majestade. Ele é uma confusão.
Em um momento ele está furioso e no seguinte está tranquilo. Uma pessoa volúvel é uma pessoa que muda de opinião ou estado mental com muita facilidade.
E se eu soubesse que tudo ia ficar assim volúvel, tecnólogo e chato, eu tinha agarrado aquele amor quando eu tinha 17 anos.
Não sou volúvel por ter tido tantos amores! É que romântico que sou, ia escrevendo minhas histórias, nas calçadas e nos muros que encontrava pela vida, com restos de carvão ou pedaços de tijolos que encontrava pelo chão... aí vinha a chuva e apagava tudo e eu continuei, até chegar em você, e parei!
Traído e traidor
Afinal de contas, pensava ele, aquele coração, tão volúvel e estouvado, não devia ser meu; a traição mais tarde seria mais funesta. Machado de Assis.
A busca das emoções traz consigo algumas armadilhas traiçoeiras. Um dia conhecemos um príncipe encantado. Charmoso. Bonito e pleno de uma verborragia capaz de ludibriar o mais treinado dos corações. Entregues à solidão - que como um corvo sorrateiro nos espreita. Acabamos envoltos numa cama solitária ou nos deitamos com o ardiloso inimigo.
Embebidos nas névoas de um enlace. Cintilamos sorrisos e alegrias que imaginamos reais. Fotografamos os momentos e revivemos as emoções dos pequenos prazeres. Revisitando os retratos na estante, no celular e no computador. A felicidade precisa de um estandarte pomposo e de uma casa arrumada. Uma visita que é desejada ansiosamente em todos os momentos da vida.
No entanto esse sabor magnífico não pertence à eternidade. Repentinamente o céu azul toma contorno de tempestade. Revisamos as palavras românticas convertidas em ironias e ofensas inimagináveis. Somos dilacerados pela nossa confiança refutada. A plenitude de amor e esperança é espicaçada por um abismo que engole as almas sem socorro.
Digladiados pela realidade é hora de desmistificar os sonhos conjuntos. As paredes de mentira esmagam as meias verdades. A lucidez adentra a garganta e o sussurro do afeto cede aos gritos da dor. Uma alucinação pérfida que converte o mais tranquilo dos animais numa fera voraz. A identidade de quem oferta sinceridade resta transmutada numa tolice digna de nota.
Equivocados pelo algoz as pessoas passam administrar as culpas. Agregam na memória turva as imposições mesquinhas. Uma conversa ao celular se torna uma traição irremediável. A discussão se perfaz para acobertar os desmandos daquele que engana sobre o frágil enganado. Horas de debate infértil sobre responsabilidades inexistentes e quando exauridas as hipóteses falaciosas o traidor pede desculpas convincentes.
O coração e a alma ficam habilitados na ocultação de amores e ódios. A vida não permite asilo dos fantasmas particulares. A amargura surge nos olhos. O temor brota nas atitudes. A vergonha burila os comportamentos. Os danos da traição se alastram no sangue, na fé e nos sonhos – agora convertidos em pesadelos. Cicatrizem que mitigam a fé não se pagam no correr dos tempos. Ficam incrustadas como prova de aprendizado.
A herança da perfídia assola a confiança e agride o espelho. A imagem real não corresponde ao reflexo. Condenado pelos olhos e submisso aos pensamentos. O corpo agoniza a dor infeliz que precisa manter a serenidade. Tudo nos olhos é vago e oco é como uma flor murta que aguarda o sol do estio, mas a impossibilidade da fé recai nas pétalas emocionais como uma tempestade de granizo.
A aura da felicidade é dispersada. Há um desconforto nas veias onde o sangue fervilha entre as memórias. As imagens passam diante do espelho e dos olhos. A elegância comentada entre os amigos. A gentileza destinada aos familiares. O carinho construído para as fotos e eventos sociais não passava de um engodo. No intuito de amealhar novas vítimas e oportunidades de um prestígio que nunca seria alcançado.
Na última manhã ainda privada da lucidez houve a preparação do café. A angústia das perguntas sem respostas. O silêncio que revelava um abismo de mentiras. Quem poderia imaginar o desfecho cruel daquela cena. Onde o agressor quer ser a vítima e sacrifica a história do outro para o seu deleite e para compensar os seus fracassos. Como Lúcifer que condenava os demais anjos para conquistar sozinho o paraíso...
O desejo primitivo de manter e propugnar a mentira culmina pelo transbordamento das histórias veladas. Das construções absurdas que levam uma pessoa honesta e digna a ser pintada como um demônio. Numa ideia de autoflagelação a vítima pensa que é o algoz numa confusão de informações sem lucidez. Todas as vantagens recaem nos dedos do traidor que humilha, ameaça e agride covardemente o traído.
Distante dos livros não há beleza em sentir solidão. Não há poesia no abandono. E tampouco prazer nesse aprendizado. Perder a confiança nas pessoas acolhidas com afeto é doloroso – há um confronto das convicções e da inteligência. Perceber os contorcionismos das verdades programadas meticulosamente elaboradas para promover um bem estar passageiro que derruba dos sonhos num pesadelo de lucidez sem escalas...
Nas sábias falas de Nelson Rodrigues: “Só o inimigo não trai nunca”. Contudo o caráter da alma do traído não está preparado para essa armadilha mortal. Esquecer a fisionomia, apagar as feições das promessas de eternidade. Revirar as sobras das emoções notando paulatinamente que as fantasias não passavam de ardis naquela figura ordinária. A descoberta se propala nos dias. Nos papéis esquecidos e nas revelações tardias.
A hesitação passa a ocupar os espaços. Todas as emoções precisam ser exauridas, pois é desconfortável e impossível manter a vida naquilo que está impregnado de morte. O patrimônio dilapidado não retorna. A atmosfera dos pensamentos é cada vez mais rarefeita. A vítima resta sufocada em seus temores presentes, passados e futuros. O algoz por sua vez transita livre e faz da desolação do traído a sua diversão permanente.
A tristeza é volúvel!
Um dia já fomos três,
eu, o amor e a felicidade.
Mas o meu amor me abandonou
e foi buscar em outros braços,
o que nos meus não encontrou.
A felicidade é companheira
de quem luta para alcançá-la,
por isso foi com ele, deixando
em seu lugar, a tristeza e a
saudade para me acompanhar.
Mas levou com ela a certeza,
que este era o meu desejo,
ver um sorriso sempre em seus
lábios e a felicidade brilhando
no seu olhar.
A tristeza é volúvel, um dia também
partiu sem avisar, levando com ela a
saudade, mas deixando a esperança
de um dia você voltar e trazer de volta
a felicidade para comigo compartilhar.
Amor é Como o Clima!
O amor é um sentimento sublime,
envolvente, mas é volúvel como o clima.
Quando chega é suave como a brisa,
aquece o peito, domina a mente e invade
o coração.
Depois se transformar em tormenta, rouba
a paz, mata a confiança e explode feito
vulcão. Destrói tudo a sua volta, se vai
feito furacão, deixando por onde passou,
somente mágoa, tristeza e decepção.