Voltei

Cerca de 528 frases e pensamentos: Voltei

⁠”Fui à guerra com 32 anos. Voltei com 80. O que a guerra nos tira – quando não tira a vida – não devolve nunca mais.”

Inserida por NunesLucas

Para me refazer, decidi ir para me encontrar. Tem pouco tempo, mas advinha, voltei. Voltei para mim. Voltei para os meus sonhos. Voltei pro meu quarto que é arrumado uma vez na vida. Voltei para a minha vontade de viajar o mundo, para minha vontade de chorar de rir, pro meu cantinho onde minhas ideias me sugam do mundo e me fazem feliz só por imaginar tudo o que eu posso ser um dia. Voltei para mim, e agora sou meu de novo. Voltei a ser a protagonista, o centro das atenções, o que merece investimento, que merece reconhecimento, o que compra presente pra si mesmo e os denomina como conquistas. Voltei para mim, e me orgulho de, aos poucos, conseguir me tirar de onde eu já estive. Eu estava lá e esperava que algo acontecesse para mudar minha vida, mas entendi que a mudança tinha que sempre partir de mim e com isso também sofri algumas consequências. Mas nada mais justo que lidar com as consequências das nossas atitudes, aprendi, onde errei, não erro mais. Faltava um quadro melhor, agora eu tenho. Faltava ideias, eu sempre tive. Faltava tempo, isso a gente dá um jeito de arrumar. Faltava mesmo era vontade, era acordar e perceber que eu me deixei virar refém de uma situação e vivi nela ao invés de viver a minha vida de lutar sempre. Mas agora eu voltei. E agradeço a tudo o que vivi até hoje, porque se não tivesse vivido, eu não teria voltado.

Inserida por AdeildoJr

Sai do meu lar para buscar a felicidade em outro lugar, voltei ao meu lar e vi que que minha felicidade era aquele lugar.

Inserida por PedroSRS

[textão porque voltei inspirada]
👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻 —> Você pode passar a vida inteira sonhando em ir para lugares incríveis, paradisíacos, cinematográficos... Criar mil expectativas, ver as fotos dos lugares e arquitetar planos para que a viagem seja perfeita e inesquecível. E um dia você consegue! 👏🏻👏🏻 mas às vezes pode acontecer de nunca conseguir chegar lá: por falta de dinheiro, de tempo, planejamento... Eu ousaria dizer que o que impede de viver várias viagens dos sonhos não é tanto a FALTA - de dinheiro, tempo, planejamento, mas sim o EXCESSO - de expectativas, de condições, de cobranças... Quando conseguimos nos esvaziar das expectativas e nos encantar com o simples entramos em uma fase da vida que ostentamos O QUE SOMOS e não o que temos e então todo lugar tende a ser incrível não por ser o “lugar dos sonhos” mas por estarmos onde queremos estar, mesmo que nunca sonhado! 👣🍃🌏

Inserida por Meurly_K

⁠11 meses depois voltei
Para onde um dia odiei
Que só de imaginar chorei
Por que tudo que construir, não ganhei
Tudo que passei não me serviu de absolutamente nada.

Experiência uma ova
O que desejo é boas novas
Não lamentos das coisas boas.

Voltei com tudo
Para a estaca zero do mundo
Nem que eu morra tentando
Mas vou conseguir sozinho construir meu futuro.

Quero e vou conseguir
Mostrar para todo o mundo
Que mesmo só
Não perdi meu escrúpulo.

Sou negro
Sou adulto
E já vivi quase tudo nesse mundo
Sou novo
Mesmo confiando
E entregando tudo
Para pessoas que me prometeram o mundo.

Não confio em ninguém
Pois sofrir como ninguém
Por investir sem ter que olhar aquém.

Sofre por amor
Sofre por sentir dor
Sofre Por sentir fome
Mas nenhuma dor
Superou esse tempo
Que me correi.

Lutei é luto
Por tudo que acho justo
E ainda assim me chamam de imundo.

Inserida por Lazaro_Miguel

⁠Todas as vezes que me ajoelhei e chorei diante de DEUS e pedir sua ajuda me levantei e voltei sorrindo, mas quando me dirigi a uma pessoa pedindo ajuda voltei chorando e oprimida.

Inserida por ElmaGreiceMoraes

⁠Já morri no inverno
E voltei no verão
Lapsos de memórias
Da mais pura ilusão
Dos dias difíceis
Da felicidade forjada
Da solidão na multidão
Na verdade sozinho estava
E a escola da vida dava mais uma lição
Do que adianta um mar de gente e viver na solidão.

Inserida por LeandroBarbosaCouto

⁠Saí à rua pra sentir a brisa e me abrir com o vento. Andei, senti, ouvi. Voltei pra casa reinventado.

Remisson Aniceto
(SP-06/11/2020)

Inserida por RemissonAniceto

⁠Voltei a ficar mal...
Voltei a fingir sorrisos...
Voltei a acordar cansada...
Voltei a sentir que sou um peso na vida das pessoas...

Eu estava tão bem e do nada voltei a morrer aos poucos.
Isso me assusta pra krlh

Inserida por natty_augusta

⁠Se fui sabendo que ia ser assim
voltei pra me lembrar de como era

Inserida por sinazia


Sei que não é fácil, já gritou também? Fiquei até rouco, e
voltei a gritar, só que não me ouvi.
Jan Bernardo

Inserida por Janbernardo13

⁠►Amor, voltei

Amor, enfim aconteceu
Conheci seus pais, acho que gostaram de mim
Que bom que, assim como eu, você está feliz
Não vou mais me esgueirar ao seu encontro
Não vou mais temer à incerteza do quando
Do por enquanto, do engano, dos planos em prantos
Agora posso tocar sua campainha, ou bater em seu portão
Depois de tanto, tanto tempo
Agora estou visível, existo, e aprecio seu sacrifício
Sei que não queria que eu os conhecesse
Que eu me afastasse, permanecesse longe deles
Para o meu próprio bem, quem sabe? Evitar desprazeres
Mas, você mesmo viu, ocorreu tudo bem, fui aceito? Não sei
Às vezes espero que me aceitem, talvez um sinal verde
Mas, enquanto não o recebo, brinco com as outras cores
E, ao passar dos próximos meses, estarei mais firme, sem medo
Pronto para lutar por você, como sempre, por jeitos e meios
E, mesmo não sendo perfeito, apenas meigo, me deito
Sentindo a inspiração retornar ao meu peito, o doce aconchego
Escrevo, então, esta carta esfarrapada, sem destino
Usando-a mais como auxílio, um ponto de início e fuga,
Do exílio que eu me colocara, completamente em silêncio
Um alívio para a amargura que eu sentia, e que sugava minha alegria
Pois então, Amor, estou retornando, perdoe-me a falta de jogo de cintura
A vida se torna muito curta quando estou longe de quem amo, por isso me apressei
Conheci seus pais, agora te namoro, depois, nos casaremos
Um passo de cada vez, mas, um voto logo já faço
Estarei sempre com você, ao seu lado, apaixonado.

Inserida por AteopPensador

⁠Voltei pra bagaceira, zoeira, vida fuleira.

Inserida por dubhiphop

⁠Sim, eu voltei á minha ex.
Não, não precisava de forma alguma
Sim, houveram outras oportunidades
Não, nenhum outro coração pareceu certo
Sim, a irrestrita pegação foi tentadora
Não, prefiri me manter fiel a mim mesmo
Sim, houveram opções fáceis, belas e desapegadas
Não, só quem viveu a profundidade despreza o superficial
Sim, o passado é permeado de traumas e dores
Não, não venho oferecer o passado
Sim, abandonei e tenho a oposição de quem á sustentou
Não, não há raiva, só gratidão pelos que a seguraram
Sim, existe o medo da tragédia se repetir
Não, com atores e personagens diferentes a peça é outra
Sim, represento um risco aos que sustentaram sua reconstrução
Não, quem destruiu também se extinguiu
Sim, há dúvida sobre a real morte da ameaça
Não, quem derrubou desabou junto em seguida
Sim, depois de tando tempo, porque voltar agora
Não, há reformas na vida, que só se faz sozinho
Sim, mas não há certeza que é amor
Não, desejar que seja amada mesmo que distante e por outro, é amor
Sim, se tivesse seguido a vida eventualmente teria esquecido
é...Sim, por isso mesmo voltar foi por livre escolha e por amor

Inserida por mpedro

⁠E no pisar na terra, percorri o mundo.
E no sentir o cheiro, eu voltei no tempo
E no me calar, não gritei o amor.

Inserida por RogeGalvao

⁠Num lugar que ainda existe
Onde nunca mais voltei
Onde eu acordo todo dia
Sem flecha apontada
Nem pra nós
Nem pela gente
Noites de fogueira
e festa e fada e bailarina
e sonhos
Todo dia era essa noite
Esse lugar havia
Mas a gente precisou buscar
Alguma coisa
Que não tinha nome
Que não tinha lá
Que estava num dia
Que não tinha nascido
Talvez fosse melhor assim
Muitas folhas vão morrer
Antes que o fruto de uma árvore
Também possa cair e apodrecer
Não por nós, nem pela gente
Faz parte de um outro ciclo
E de uma outra verdade
Não muito poética
Mas gera sementes
Numa duradoura espera
Por olhares de monge
Que não tinha nome
Que não estava lá
A procura de um tempo
Que ainda ia nascer
Que tivera de partir
de algum lugar pra onde
Nunca mais voltou, partiu pra longe
Mas pelo resto da vida
Trouxe uma velha paisagem no olhar
Onde, nela amanheceu
Até seu último dia.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

⁠Eu já fui sozinho
Já voltei também
Quando estava lá
Sozinho ficava
Quando estou aqui
Sozinho fico
Sozinho
Som estranho
Parece um carinho
Meu cachorrinho
Meu amorzinho
Falar de mansinho
Um sol pequenininho
Mas voltando sozinho
Daquele lugar que nem sei onde fica
Achei que sozinho estava bom
E lá fiquei
Mesmo aqui
Mesmo acola
De lá não saio
Esqueci o caminho

Inserida por CezarRodrigues

⁠Regresso agonizante.


Voltei para minha cidade Natal, cheia de esperanças e expectativas. Eu estava convencida de que meu genitor pai era o problema que assolava o lar de minha mãe, e acreditava que ao retornar, conseguiria transformar a dinâmica familiar e oferecer um lar acolhedor para minha filha amada.

No entanto, logo percebi que estava errada. Meu pai não era o único responsável pelos conflitos e traumas que assombravam nossa família. A toxicidade estava enraizada em cada membro, em cada gesto, em cada palavra proferida.

Decidi fazer uma grande mudança e instalei-me em minha cidade Natal com o objetivo de proporcionar para minha filha um ambiente familiar caloroso, com cheiro de bolos assando ao forno e brincadeiras de vó ao chão. Eu ansiava por reunir meus irmãos à mesa, para juntos resgatarmos os anos perdidos e reconstruirmos os laços de família que pareciam despedaçados.

No entanto, a realidade se mostrou muito mais sombria do que eu poderia imaginar. Minha mãe, incapaz de se libertar dos padrões tóxicos que a aprisionavam, continuava a perpetuar as mesmas atitudes prejudiciais. Meus irmãos, divididos entre suas próprias feridas e ressentimentos, não conseguiam se unir de forma saudável.

A tristeza me envolveu, me consumiu. Tentava agir com o coração, mas a sensatez e a razão clamavam por atenção, por cuidado. Minha filha, inocente e vulnerável, era testemunha de um cenário marcado por conflitos, tramas, mentiras e ofensas, fui obrigada a tomar uma atitude fria, porém a mais correta, minha filha de apenas dez anos de idade não pode mais ter contato com minha família, triste e cruel está sendo para mim, mas eu não posso permitir que a toxicidade do lar de minha genitora mãe, venha assolar a minha pequena e doce filha.

Eu ansiava por momentos de paz e harmonia, por uma convivência familiar saudável. Desejava que minha filha pudesse desfrutar da presença de sua avó, de seus tios, sem ser afetada pela negatividade que parecia permear cada interação.

Tentei, por diversas vezes, dialogar, buscar soluções, promover mudanças. Mas a resistência era grande, a inércia era mais forte. Sentia-me sufocada, dilacerada, dividida entre meu desejo de união e minha necessidade de preservar minha sanidade e a de minha filha.

Imersa em um mar de conflitos e desencontros, fui obrigada a encarar a triste realidade de minha família. A distância entre nós parecia cada vez maior, a comunicação cada vez mais falha. Eu me via presa em um ciclo de toxicidade, ansiosa por escapar, mas sem saber por onde começar.

A presença de minha filha, por outro lado, era um raio de luz em meio à escuridão que me envolvia. Seus sorrisos, suas brincadeiras, sua inocência eram meu refúgio, minha âncora em meio à tempestade.

Eu só queria o mínimo: a união de minha família, a possibilidade de compartilhar momentos felizes, sem mágoas, sem ressentimentos. Desejava que a casa de minha mãe fosse o lar acolhedor que eu imaginara, onde pudéssemos compartilhar risos, abraços e memórias felizes.

Mas a realidade era outra, mais dura, mais complexa. Enquanto tentava encontrar um equilíbrio entre minhas emoções e minha razão, entre meu desejo de harmonia e a realidade sombria que me rodeava, percebia que a jornada rumo à reconciliação e à cura seria longa e árdua.

E assim, entre a esperança e a desilusão, entre a tristeza e a resignação, eu seguia em frente, tentando encontrar um caminho para a paz e a harmonia que pareciam distantes, mas não impossíveis.

Inserida por EscritoraAKayra

⁠Quando eu voltei, o hoje não estava mais lá.

Inserida por joaquimcesario

⁠CONTO DE UMA MULA
Depois de passar um tempo fora do Brasil, voltei para minha cidade que tanto gosto. Chegando, fui ver o que havia mudado e saber as novidades. De “tão grande” que é, em poucas horas, consegui me atualizar sobre tudo.
Terminando o passeio, perguntei ao meu irmão onde poderia conhecer as meninas bonitas da cidade pois, pelo que me lembrava, era nas feirinhas de artesanato na praça principal, mas muita coisa mudou...
- Mas quero conhecer as meninas que têm uma beleza compatível com a minha! – exclamei em um tom bem sarcástico.
A procura não demorou dois dias. Não sei o que meu irmão fez, mas conseguiu me apresentar uma linda garota. Muito linda mesmo, só vendo para acreditar. Marcamos de sair algumas vezes para conversar e nos conhecer melhor. Quantas coisas conversamos... E eu ficava cada dia mais apaixonado.
Vinte dias depois estávamos namorando.
Ela falava de mim para as suas irmãs. Falava tanto que até ganhei um fã clube na casa dela. Toda a família, até o pai era meu fã sem nem mesmo me conhecer, pode isso?
Marcamos um dia para que pudesse visitá-los e enfim conhecê-los. Chamei um amigo, Frederico, e sua namorada, que era amiga da minha futura esposa, para irem juntos. Sim... Eu já estava pensando em casamento!
O grande dia chegou, a aventura estava apenas começando, iria conhecer a família dela no alto do São Francisco – e não pense que o rio, São Francisco é o nome da fazendo do meu futuro sogro e eu estava me achando por isso.
E lá fomos nós!
Saímos na madrugada de um sábado, em uma Brasília. Chovia tanto, até certo ponto estava tudo bem, isso enquanto estávamos em uma estrada de asfalto, mas depois... Aquele depois de mineiro sabe? Tudo tinha barro, as estradas, os meus amigos e a minha futura esposa, mas eu continuava me achando.
Os morros eram tão altos que pareciam que estavam nos levando para o céu. Cheguei a pensar em desistir, mas pensei bem e tudo parecia ser uma prova de amor onde eu estava sendo testado (mudança de posição – melhor adequação de leitura) e se eu falasse que queria desistir da viagem iria parecer má vontade minha de conhecer a família dela e todo fã clube criado para mim.
Levei uma prosa com meu amigo Frederico e com meu motorista que garantiy que nada iria nos impedir de chegar lá:
- Já dirigi em condições piores que essa, meu rapaz! E já estamos quase chegando.
O “quase chegando” demorou a manhã toda. Eu já não sentia minhas pernas, elas estavam dormentes, pois no banco de trás não tinha muito espaço para esticá-las.
E finalmente chegamos! Eu estava feliz em poder esticar minhas pernas e minha futura esposa em rever seus familiares. Todos estavam esperando no alpendre (nas fazendas é assim que são chamadas as varandas, né?), foi muto legal. O pai dela nos esperava bem na porta e, assim que chegamos ao alpendre, ele despachou as mulheres para a cozinha ficando lá apenas Frederico, ele e eu. Eu estava morrendo de vontade de ir ao banheiro, mas a vergonha de pedir falou mais alto.
Se me perguntarem sobre o que conversamos, não saberei porque meu foco estava todo na minha bexiga – prestes a estourar – e que a cada minuto a minha vontade de ir ao banheiro aumentava. Lembro apenas que ficamos um bom tempo lá.
Foi minha futura esposa quem me resgatou. Certo momento ela apareceu para avisar que o café estava pronto e para acompanhar tinha broa de milho e queijo “fresquim”. Aproveitei a deixa e fui ao banheiro – QUE SENSAÇÃO MARAVILHOSA! O único problema é que a descarga era aquela de caixa que tem que esperar encher para poder usar e eu tive que ficar esperando para conseguir dar a segunda descarga. A demora foi tanta que na hora que cheguei para tomar o café, a broa já estava um pouco fria.
Conversa vai, conversa vem... Fui percebendo que já tinha conquistado meu sogro. Pensei que estava tudo bem e na paz até que ele me chama para dar uma volta pela fazenda e conhecer a cabeceira dela. Não pensei duas vezes e respondi:
- Vamos sim, vou adorar o passeio! Essa fazenda me lembra a do meu avô.
Meu erro foi imaginar que iríamos de carro. Todo o passeio foi feito a pé (nossa que sofrimento!). Nunca tinha visto e subido um morro tão íngreme. A sensação que tive foi que estava subindo deitado e acho que tudo que comi assim que chegamos foi queimado no “exercício” que eu fiz. Fizemos uma parada em um lugar lindo e a vista de lá de cima era tão bonita. Ficamos um pouquinho por lá e meu futuro sogro já começou a andar novamente.
- Achei que nosso passeio acabava aqui. – disse a ele meio assustado
Ele riu e respondeu:
- Não chegamos ainda não, menino!
Andamos mais uns 20 minutos – detalhe: era só subida – para aí sim chegarmos à tal cabeceira da fazenda. Graças a Deus! Se tivesse que andar mais um pouco meu sogro iria ter que descer comigo nas costas, eu não tinha mais força nas pernas para dar um passo sequer.
A vista da cabeceira era muito bonita e a caminhada por lá não era tão ruim assim. Meu futuro sogro me levou a uma parte que era mata bem fechada, assim que chegamos lá ele começou a contar sobre cobras que viviam ali e não era qualquer tipo de cobra, não... Era uma tal de “jararacuçu”, se o nome já é difícil de ser escrito, imagina o quão pavoroso esse bicho deve ser (só de pensar eu morro de medo).
Onde estávamos era tão alto que o nome da fazenda (Ato de São Francisco) começou a fazer sentido. Lá eu realmente me sentia bem perto do céu e de São Francisco.
Começou a escurecer, minha apreensão de estar lá em cima começou a aumentar. Perguntei para meu futuro sogro se não já estava na hora de voltarmos. Ele percebeu meu medo e retomou a conversa sobre as tais cobras e seus perigos antes de começarmos a descida de volta.
Durante a descida ele me falava que elas, as cobras, cruzavam sempre esse caminho que estávamos fazendo para chegar ao ninho delas que era ali bem perto. Não esperei uma só palavra a mais dele e corri feito um corisco, chegando primeiro que ele em sua casa.
Depois dessa “fuga” eu só pensava: “Putz! Minha apresentação está indo de mal a pior. ”. Mas não terminou por aí não! No dia seguinte levantei bem cedo para tomar café e mais uma grande aventura me esperava. Imaginam o que era? Andar a cavalo! Dessa vez não iria desapontar minha digníssima futura esposa. Eu adoro andar a cavalo, vocês nem fazem ideia! Ele é meu animal preferido.
Então lá fomos nós, meu futuro cunhado trouxe os cavalos e logo me deu as rédeas de um bem pequeno, parecido com uma mula. Parecia que já estavam adivinhando que eu não me daria muito bem. Sim, eu disse que adoro andar a cavalo, mas a verdade é que eu não entendendo muito bem desse animal e as vezes que andei foi com meu pai.
E lá estava eu sentado na garupa dele.
Uma coisa que dizem sobre os cavalos que é verdade, é que eles têm uma percepção muito aguçada sobre quem está montando, se a pessoa tem ou não experiência ou até mesmo convivência com eles.
Bom, estava na cara que eu não tinha nenhuma experiência com cavalos. Assim que montei, o cavalo saiu em disparada em direção à porteira e eu não conseguia fazê-lo parar. Quem me salvou de passar uma vergonha ainda maior foi minha futura cunhada que foi ao meu encontro e conseguiu nos parar. Logo que todos montaram, começamos a nos movimentar e mais uma vez a minha mula saiu na frente em disparada. E, para piorar (mudança para ficar mais harmônica a leitura), eu não sabia como pará-la e muito menos onde era o freio do animal. Ela só parou porque fomos de encontro com uma porteira e todos estavam gritando ao fundo, mas assim que consegui abrir a porteira ela saiu em disparada novamente como se estivéssemos em uma corrida e, com isso tudo acabei batendo meus joelhos na porteira e indo parar no chão enquanto a mula corria pasto a fora. De longe essa foi a pior parte da minha apresentação aos pais da minha futura esposa.
Depois que eles garantiram que eu não tinha me machucado seriamente, as risadas começaram e tudo por causa de uma mula que não entendeu meus comandos e não me respeitou. No fim da história quem se saiu como super star foi a mula!
Estava envergonhado por todas as más impressões que causei, mas no fundo, e apesar de tudo, todos gostaram de mim e eu conquistei minha amada e sua família, mesmo com as mancadas.

Inserida por silasoliveira13