Voltas
Aqui se faz, aqui se paga, se você fizer pagar. Porque o mundo dá voltas, mas não dá voltas a favor de ninguém. Além disso, Deus deve ter coisas muito mais importantes para fazer do que se intrometer em desavenças de meros mortais.
O meu mundo não se contenta em apenas dar voltas.
Ele gosta mesmo é de dar nós, piruetas, fazer malabarismos...
Os dias passam e as horas também,
O mundo dá voltas e em uma delas
encontrei você.
Quanto mais o tempo passa,
mais eu gosto de você
mesmo não sendo perfeito
E tendo seus defeitos.
Tudo fica melhor
quando você está aqui
Você é o único
que sabe me fazer sorrir.
O medo nos leva para trás.
Dar voltas, essa é a origem da palavra revolução, e assim vemos o mundo mais xenófobo, homofóbico, machista, dogmático.
Teóricos afirmam que estamos na pós-modernidade, em que as tradições perderam aderência e a existência precisa ser inventada por cada um.
Diante disso, vivemos uma era de consumismo e depressão, exibicionismo e solidão, fé cega e descrença.
A busca por uma revolução aponta para uma busca de referências, de um olhar para trás em busca de um conforto.
-"Na minha época a vida não era assim não..."
Todos nós já ouvimos isso, o passado parece um lugar maravilhoso, cheio de alegrias, paz e união, pois diante das angústias de um mundo livre (entenda livre como promovedor de maior possibilidade de escolhas religiosas, sexuais, profissionais, identitárias...) o pavor assume maior poder.
Se tudo é novo diariamente, tudo o que sabemos possui pouca serventia, pois o saber pressupõe coisas estáveis, para as instáveis é melhor a criatividade, o improviso.
Em um mundo medroso, resta o ódio ao medo, que se traduz por ódio a causa do medo.
E contra a corrente nos resta lutar por mais amor e mais coragem, pois com auxílio podemos sim propor uma evolução criativa e corajosa para mergulharmos no abismo, em especial no abismo que habita dentro de nós.
Ei fala pra ela que o mundo da voltas, e nessas volta tu vai aprender a mim valorizar, so que nos braços de outra!
O mundo da voltas
Eram eles o casal mais feliz do mundo, não por serem o único, mas por estarem totalmente ilimitados debaixo de poder divino. Tente você homem e também você mulher se colocar no lugar de Adão e Eva, estando você em um lindo paraíso, assistindo o leão e o cordeiro brincarem pra lá e pra cá, sem malícia, sem cadeia alimentar e sem pecado. Imagine você ouvindo os cantos dos mais belos e formosos pássaros louvando e exaltando ao Criador, imagine também todos os animais das mais belas cores, formas e tamanhos que nunca vimos por estarem extintos após o pecado, imagine o poder ilimitado que o homem tinha de dar nomes aos animais, conversar com o Rei do universo diariamente, pedir pra Ele criar mais um animal aqui e outro ali, e Deus concedendo cada coisa, cada detalhe, imagine o banquete glorioso e colorido que eles tinham todos os dias, cada árvore, cada sabor, cada detalhe do Criador.
Sabemos qual foi o resultado dessa história, mas também sabemos que podemos ter esse mesmo privilégio dos nossos primeiros pais. A sua concepção de vida deve ser: Essa vida apesar das rotinas e obrigações, ela não passa de um teste da vida, pois no final dela iremos saber o nosso destino, vida eterna ou morte eterna? A decisão é sua. Eu escolhi viver com o Salvador de minha vida, o Rei dos reis, Ele tem o nome acima de todos que existiram e que existirá, foi Ele que decidiu dar uma nova chance para nós, obrigado pelo seu sacrifício, obrigado por nos confiar esta missão que não é impossível, obrigado por tudo, Jesus Cristo.
“Às vezes em que as lágrimas insistem em cair, mas após lavar a alma tu voltas a sorrir.”
Viviane Andrade
A recepção
A vida voltas vai dando, e nós por ela passando.
Também passam por nós momentos aos quais nem
conta damos.
Há dias,com amigos em uma recepção,ao meu lado
sentada estavas silenciosa, risonha, porém chamavas
a atenção.
E em especial a minha. Conversamos pouco, estavas preocupada.
Um encontro marcamos saimos passeamos, mãos unidas
a passo lento,saboreando o momento, pedindo para o relógio
parar e juntos ali ficarmos e muitas noites passearmos.
Os dias já se passaram, e eu continuo sonhando, com
o dia daquele jantar.
O passeio dado a passo lento,as mãos unidas, o beijo.
Nunca nos vimos mais, até hoje tenho marcado o dia em que nos
encontramos, prendeste-me de uma maneira difícil de esquecer.
Sinto ainda a tua mão,teu perfume, a voz, e o jeito tão
meigo de olhar.
Impossível é te esquecer,e deixar de te amar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Um dia vendi meu cavalo.
Foi num domingo, nessas voltas de rodeio...
Eu garboso bem faceiro vinha com pingo a lo largo....
Me ofereceram um trago e seguimo ali proseando...
Logo vieram ofertando uns troco no meu Picasso...
Era lustroso o bagual, calmo como chirca em barranca...
Mansidão não hay quem compra, disse um velho paisano...
Largaram uns peso no pano de primeira refuguei...
Depois logo pensei, hão de cuidar do pingo...
Eu nunca fui de apego, meu rancho é a solidão...
Ainda dei o xergão e vendi o meu velho amigo...
Quando voltava pras casa, a pezito curando o trago...
Fui lembrando das andanças que fizemos pelo pago...
Lembrei até duma noite, que quase se fomo nas barranca...
Por causa de uma potranca o Picasso enlouqueceu...
Depois obedeceu e voltou a compostura...
São coisas da criatura, da natureza do bicho...
Eu sei bem como é isso comigo se assucedeu...
Mas eu já tinha vendido, de nada mais adiantava...
A vida continuava, quantos já venderam cavalos...
Uns bons outros malos, mas é coisa da tradição...
Depois pegamo outro potro...
Domamo e mais um tá pronto pras lides de precisão...
E assim se passaram os anos, e nunca mais vi o Picasso...
Mas ainda tinha a lembrança daquelas festas campera...
Debaixo de uma figueira nos posando prum retrato...
Eu virado só em dente, tamanha felicidade...
E ele bem alinhado, com pescoço arrolhado, mostrando garbosidade.
E o tempo foi passando, eu segui domando potros...
Mas um deu pior que outro nunca mais tirei pra laço...
Lembrava do meu Picasso, manso, bom de função...
Trazia ele na mão, nunca me refugo...
Desde do dia que chegou potranco bem ajeitado...
Se acostumou do meu lado vivendo ali no galpão...
A vida é cerca tombada, quando se sente saudade, dói uma barbaridade...
O coração em segredo as vezes marca no peito, qual roseta na virilha...
Não fica bem pro farroupilha ter saudade dum cavalo...
Que jeito se vai chorar, são coisas de índio macho...
Sentimento é um relaxo difícil de aquerencia...
Mas o tempo vem solito, não trás amadrinhador...
Num dia desses de inverno, juntando geada no pala...
Eu vinha nos corredor pensando nas cosa da vida...
Foi quando vi um cavalo magro ali atirado junto a cerca caída.
Fui chegado mais perto daquele coro jogado
Os olho perdido e triste, me perguntei qual existe gente mala nesse mundo.
Pra atirar assim um crinudo, pra morrer a própria sorte
Pedi licença pra morte em me cheguei sem alarde.
Não creio em divindade, mas o milagre aconteceu
Ali na beira da cerca, quando me olhou com tristeza...
Na hora tive a certeza que aquele pingo era o meu.
Levei ele pro rancho, tratei e curei os bixado...
Dei boia e fique do lado, até ele melhora...
Perdão meu Picasso amigo, agora ficas comigo...
Não te vendo nunca mais...
Por mim pouco importa se já não serves pra lida...
Aqui será tua vida até o dia que morrer...
Talvez não tenha perdão, sofresse em outras mãos...
O que fiz naquele dia?
Te vendi por alguns trocados, um amigo não tem preço, o que fiz foi judiaria...
Nunca mais vendo cavalo.