Vivo pra Mim
[Do livro Quando Nietzsche Chorou]
Casamento? Não, não para mim! Oh! Talvez um casamento de meio-expediente; isso poderia servir-me, mas nada que me prendesse demais.
Venho há algum tempo refletindo sobre a palavra amizade,
e qual significado ela tem pra mim.
Bom, amizade deveria ser coisa séria, bem séria na verdade, mas hoje é apenas mais uma palavra no meu dicionário, os sentimentos nas pessoas estão tão banalizados, que hoje é extremamente difícil encontrar amizades, que não apenas meros interesses, sim, as pessoas se aproximam por algum interesse, seja no que você tem, é, ou pode acrescentar na vida das mesmas, acho muito estranho pessoas passarem longos períodos sem me procurar, e como um raio de sol aparecerem desabafando desamores ou descontentamentos, acho extremamente estranho, quando minha opção foi não mais sair, aquelas dúzias de pessoas, foram se reduzindo e OH! Desapareceram, talvez minha personalidade ajude a afastar as pessoas, talvez as verdades que eu fale ao vento sejam tão doloridas, que quem é de mentira não aguente, acho que talvez achando tantas coisas, eu crie um vazio maior ainda, referente a essa tal amizade, mas continuo repleta dos meus "achumes", acreditando que na vida melhor contar com uma pessoa verdadeira do que mil sorrisos falsos a minha volta!
Em meio a todo caos, a natureza consegue refletir sobre mim uma paz divina, que me entrelaça nos braços da esperança e me acolhe com um sorriso genuíno, como se dissesse pra mim: a sua esperança e alegria se renovará a cada nascer do sol, não se preocupe.
E eu, sem pestanejar, retribuí tamanho sorriso, com um olhar de graciosidade e agradecimento.
Tem fases na vida que prefiro não dizer nada sobre mim. Apenas desejo fazer e deixar a vida acontecer sem narrativa.
Às vezes me calo e deixo que os outros tirem suas próprias conclusões. É como se eu estivesse cansada de provar quem eu sou com explicações redundantes.
Falam por mim os que estavam sujos de tristeza e feroz desgosto de tudo,
que entraram no cinema com a aflição de ratos fugindo da vida,
são duas horas de anestesia, ouçamos um pouco de música, visitemos no escuro as imagens - e te descobriram e salvaram-se.
(Canto ao Homem do Povo - Charles Chaplin)
Que Deus afaste de mim toda inveja, todo medo e desânimo. Livra-me de quem só diminui e nada me acrescenta. Amém!
Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que felicidade há sempre!
Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São felizes, porque não são eu.
As crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem entre vasos de flores,
Sem dúvida, eternamente.
As vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam sempre, sem dúvida.
Sim, devem cantar.
Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim tem que ser onde tudo se ajusta —
O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.
Que grande felicidade não ser eu!
Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.
Nada? Não sei...
Um nada que dói...
Para mim, foi como se você fosse uma espécie de demônio, conjurado de meu inferno pessoal para me arruinar.
Eu junto minhas mãos para orar, esperando que amanhã eu ria mais, por mim. Vai ser melhor, para mim.
O meu coração é nômade, a minha alma é cigana, cada um vai pro seu lado e quando me dou por mim, descubro: estou perdida.
Talvez me ache em seus olhos, ou quem sabe, me ache, no espelho. Mas esse achar físico não me contenta não me satisfaz, nem me encanta.
Quero com todo o gosto do mundo me perder e me encontrar sempre que preciso. Quero descobrir o infinito que habita em mim não quero ser incógnita pra ninguém. Quero a equação simplificada. Se não entendo, deleto, se não gosto, apago, se precisar, multiplico.
Mas de qualquer forma: descubro, me refaço e edito.
Publico o que me faz grande e o que me derruba.
Não tenho medo de descobrir o segredo.
Se for falar mal de mim, primeiramente me supere. Não acho certo ouvir besteiras vindo de alguém que não consegue fazer melhor.
Agora você vem a mim e diz 'Don Corleone, faça justiça', mas você não pede com respeito. Você não oferece sua amizade. Você nem sequer pensar em me chamar de Padrinho.
Rio do Mistério
rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?
Eu não aguento mais, está explodindo dentro de mim, tenho que chegar ao fim, talvez sabendo que você não vai estar lá, mas estou acostumada com a solidão.
Dor de Amor
Corrói feito veneno
Destrói o peito ameno
Tortura sem matar
Ai de mim
Que não fugi a tempo
Eu não mereço tanto
Eu só queria amar