Viver Sem Dependência
A postura e o comportamento de pessoas com dependência de smartphones mostram notáveis semelhanças com os de fiéis que recitam o rosário na tradição católica.
Enquanto os devotos manuseiam as pequenas esferas ao fazer as contas de ave-marias e pai-nossos no terço, nos dispositivos eletrônicos ocorre a digitação incessante de mensagens, atualizações em redes sociais e busca de informações.
Essa constante interação com os smartphones reflete um comportamento repetitivo e focado, comparável à recitação das orações no rosário. Em ambos os casos, há envolvimento físico e concentração durante a prática.
A geração atual conhece atração, paixão, dependência emocional, interesse financeiro, necessidade fisiológica, carência afetiva e conveniência, chegando até a formalizar esses vínculos em um contrato de casamento. A única coisa que desconhecem é o verdadeiro amor.
A dependência virtual provoca miséria à essência existencial. A existência dos adictos virtuais ocorre somente em teoria.
"Ao dar o peixe, não educo, torno dependência de querendo sem querer fazer o outro aceitar, seguir sem questionar."
Quem não se suporta: se sente na obrigatoriedade da dependência de companhias, com ou sem efeito de substâncias, sempre na fuga da autorreflexão. Não há como ser amado por alguém, se não somos amados por quem nos observa no reflexo do espelho.
"A maturidade nos concede uma dependência irreversível, que a medicina não pode curar.
Em consequência de um vício, o de viver sozinho,
que nos oferece a tranquilidade, a paz e a capacidade de existir ‘offline’.
Optamos pelo modo avião, por escolhas mais seletivas,
por uma companhia de qualidade — poucos, mas profundos: a família e amigos verdadeiros.
A solitude, com o tempo, transforma-se numa dependência improvável, mas inevitável.
E, no fim, ela se torna uma opção inegociável: a paz."
Se o amor ele é sustentado pela total dependência, então ele anula o ser na angústia de uma suposta perda. Amor não é perfeito, porque isso nao existe, e quando uma das partes não se faz correspondido, então os dois sentem o mesmo.
O mundo precisa abandonar essa dependência de deuses e demônios para compreender que a responsabilidade pelo bem ou pelo mal que ocorre não recai sobre entidades divinas, mas sim sobre as próprias pessoas. O que acontece é consequência das ações humanas — ou da falta delas — e não de forças sobrenaturais inventadas.
O amor é necessidade, estado de aparência, estética social. Amor é falta de segurança, é dependência, vácuo de si. Amor não é sentimento, talvez uma busca da satisfação das diversas carências do organismo e de suas peculiaridades. O amor é uma busca intensa da compreensão e do prazer, visto como aparências e necessidades, como rituais que exigem esforço recíproco entre dois e repetição contínua. A busca do amor ao outrem é uma exigência de prova, que não busca em si mesmo, “logo o amor não existe”. Buscar o amor próprio no alheio parece imprudência com as próprias certezas, não passando de umas fantasias, conto de fadas. Parece mais: o amor é uma falta de amadurecimento das emoções. Assim não existe prova de amor, apenas uma manipulação, poder de convencimento, e, quanto mais o: “eu te amo”. Muito mais o: “eu te preciso”. O: “você para as minhas necessidades”. O amor é um sinal de posse, poder egoísta, é um sentimento acima do senso de justiça. Assim foram criados por um meio: o amar. Sendo o mesmo meio: o Fim. (A. VALIM).
O amor não é suficiente para felicidade, devido a uma dependência das circunstâncias harmonizáveis entre o bem e o mal. O bem e o mal são estabelecidos por Deus entre a serpente e a mulher, entre o homem e a maçã; entre o céu e o inferno. Para tudo Deus e o Diabo são os personagens da vida. Como explica a maldade divina: Gênesis 3;15: " Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dele.
A independência é egoísmo humano, geradora dos conflitos do amor, tão necessária é a dependência para a sobrevivência e felicidade comum. A dependência é algo indispensável para os vínculos e para a moral do amor.
Entre todos os poderes enaltece-se o amor, visto como sintoma da fraqueza, da dependência e da insegurança. A proteção divina é invisível, mas é dada pelo amor incondicional a Deus onipotente.
Quando o Senhor nos diz para sermos como crianças, Ele está falando sobre dependência e aprendizagem.
Dependência de Deus não significa passividade, mas sim uma Parceria, onde se reconhece que a vida depende de Deus para tudo.