Viver em Sociedade
As únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que são loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como luminosos fogos de artifícios cruzando o céu.
Viver é maravilhoso
Viver é maravilhoso. Hoje você pode estar no fundo do poço, ou vivendo o melhor momento de sua vida. Talvez você considere que sua vida é um grande marasmo, ou quem sabe desejar um pouco de sossego. Pode estar vivendo uma grande paixão, ou vivendo momentos de frustração e em solidão. Não importa. Neste exato momento você está vivendo algo único, algo que só você sabe o que é, e que te faz essencialmente único e especial.
Especial, sim, por quê até mesmo um cereal com defeito de fabricação tem lá o seu valor. Mas, sobretudo, especial por que você representa o talento mais sublime que um ser possa desejar: você faz a sua vida!
E não importa se você está se dando bem ou mal. O universo possui um misterioso fluxo que acaba mostrando que cada experiência que vivemos nos enriquece. Basta parar, refletir e você verá: você viveu e vive coisas que te dão sustentação para ser o que você é, e também para o que você virá a ser.
Sim, você pode entrar num beco sem saída, mas também pode ganhar o mundo! Basta que você acredite e persiga seus sonhos. Mas você não precisa ter uma ambição do tamanho do mundo.
Ser normal é bom. Mas também não queira ser normal – ninguém jamais conseguiu! À parte isso, você pode conseguir absolutamente tudo o que quiser, mas, acredite, você não precisa do que você não tem agora.
O impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca, que prefere viver no mundo como ele está, em vez de usar o poder que tem para mudá-lo, melhorá-lo. Impossível não é um fato. É uma opinião. Impossível não é uma declaração. É um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário. O impossível não existe.
Nota: O pensamento é erroneamente atribuído ao lutador Muhammad Ali. Na verdade, o texto pertence à redatora publicitária Aimee Lehto e a frase final pertence ao diretor criativo Boyd Coyner. O texto fez parte da campanha publicitária da Adidas, veiculada em 2004. A confusão provavelmente aconteceu porque a imagem do lutador Muhammad Ali está presente na propaganda.
...MaisViver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?
As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais. E eu teria que viver com esses putos pelo resto de minha vida, pensava.
Viver me deixa tão impressionada, viver me tira o sono.
O viver em plena felicidade não é próprio desta vida mortal. Só o será quando aparecer a imortalidade... Sem a Imortalidade não existe Felicidade.
O melhor modo de viver em paz é nutrir o amor-próprio dos outros com pedaços do nosso.
A pior vontade de viver
Ela é complexa, angustiante, subjetiva e intensa. Ela, a pior vontade de viver. A que não está disposta a negociar com a vontade dos outros.Todos são tão compreensivos, aceitam tão bem suas escolhas, torcem por tudo o que você faz, não é mesmo? Desde que você faça o que está no script. Que siga o que foi determinado no roteiro, aquele que foi escrito sabe-se lá por quem e homologado no instante mesmo em que você nasceu. Mas e quem não quiser seguir este script?
Clarice Lispector, que entendia de subversões emocionais, morreu há 30 anos e recebeu uma justa homenagem na última terça-feira, no Teatro Renascença, numa performance dirigida pelo incansável Luciano Alabarse e para o qual fui convidada, mas não pude participar. Em função deste evento, estive pensando muito em Clarice e lembrei de como ela descreveu, certa vez, o sentimento de um personagem: "Seu coração enchera-se com a pior vontade de viver". Ela é complexa, angustiante, subjetiva e intensa. Ela, a pior vontade de viver. A que não está disposta a negociar com a vontade dos outros. No entanto, esta que foi chamada de a "pior" vontade pode ser também uma vontade genuína e inocente. É a vontade da criança que ainda levamos dentro, entranhada. É o desejo de açúcar, de traquinagem, de fazer algo escondido, de quebrar algumas regras, de imitar os adultos. A "pior" vontade é curiosa, quer observar pelo buraco da fechadura e depois, mais ousadamente, abrir a porta e entrar no quarto proibido. A "pior" vontade é a de não se enraizar, não assinar contrato de exclusividade, não firmar compromisso, não render-se às vontades fixas, apenas às vontades momentâneas, porque as fixas correm o risco de deixar de serem vontade para se transformarem em vaidade - como se sabe, há sempre aqueles que se envaidecem da própria persistência. A "pior" vontade não quer ganhar medalha de honra ao mérito, não quer posar para fotografias, não quer completar bodas de ouro nem ser jubilada. A "pior" vontade não faz a menor questão de ser percebida, ela quer ser realizada. É quando você sabe que não deveria, mas vai. Sabe que não será fácil, mas enfrenta. Sabe que tomarão como agressão, mas arrisca. Anote: apenas sentem-se agredidos aqueles que te invejam. A vontade oficial, a vontade santinha, a que não causa incômodo é a outra, a aprovada pela sociedade, a que não leva em conta o que vai no seu íntimo, e sim a opinião pública. É a vontade que todos nós, de certa forma, temos de mostrar para os outros que somos felizes, sem saber que para conseguir isso é preciso, antes, ter a "pior" vontade, aquela que faz você descobrir que ser feliz é ter consciência do efêmero, é saber-se capaz de agarrar o instante, é lidar bem com o que não é definitivo - ou seja, tudo. É com esta "pior" vontade de viver que você atrai os outros, que seu magnetismo cresce, que seu rosto rejuvenesce e que você fica mais interessante.
É uma pena que nem todos tenham a sorte de deixar vir à tona esta que Clarice Lispector chamou de a pior vontade de viver, que, secretamente, é a melhor.
Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor.
O horrível dever é ir até o fim. E sem contar com ninguém. Viver a própria realidade. Descobrir a verdade. (...) Pois não posso mais carregar as dores do mundo.
Viver o mais intensamente, arriscar sempre. Se tivesse 100 anos para viver, eu ainda não teria tempo para fazer tudo o que quero fazer.
Viver é o meu código e o meu enigma. E quando eu morrer serei para os outros um código e um enigma.
Despenhadeiros.
Eu não sabia que o perigo é o que torna preciosa a vida.
A morte é o perigo constante da vida.
Não morreria por nada deste mundo,
Porque eu gosto realmente é de viver.
Nem de amores eu morreria,
Porque eu gosto mesmo é de viver de amores.
A maior felicidade para o ser humano é de poder viver para aquilo pelo qual estaria pronto a morrer.