Viver em Sociedade
Penso que se escreve para um mundo onde se possa viver.
Aquele que adia a hora de viver corretamente é como o camponês que espera o rio se esgotar antes que ele atravesse.
Prosperidade é um modo de viver e pensar, e não apenas dinheiro ou coisas. Pobreza é um modo de viver e pensar, e não somente a falta de dinheiro ou coisas.
Que importa viver com os outros quando cada um se está nas tintas para o que é importante para os outros?
Você e eu como indivíduos podemos, por meio de empréstimo, viver além de nossos meios, mas apenas por um período limitado de tempo. Porque deveríamos pensar que coletivamente, como uma nação, não estamos ligamos pelo mesma limitação?
O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.
É mais pelos defeitos do que pelas boas qualidades que as mulheres agradam na alta sociedade. Esta quer aproveitar-se das fraquezas, porque não faria nada com as virtudes.
Não existe defeito que, com o tempo, numa sociedade corrupta, não se torne um mérito, nem vício que a convenção não consiga elevar à virtude.
Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.
Uma literatura que não respire o ar da sociedade que lhe é contemporânea, que não ouse comunicar à sociedade os seus próprios sofrimentos e as suas próprias aspirações, que não seja capaz de perceber a tempo os perigos morais e sociais que lhe dizem respeito, não merece o nome de literatura: quando muito pode aspirar a ser cosmética.
É absolutamente impossível que a sociedade seja perfeita sem um líder que possa regulamentar as ações dos indivíduos.