Viver em Sociedade
Não são as nossas diferenças que nos dividem. É nossa incapacidade de reconhecer, aceitar e celebrar essas diferenças.
Alguns têm necessidade de definir-me num discurso extenso, quando eu cabo inteira numa palavra.
Ainda assim duvido que a palavra que me define perfeitamente, caiba no léxico de alguns.
Esta palavra, “velha”, bem, deveriam inventar outra porque ela já vem contaminada de coisas como a decadência, a finitude. Os velhos são produtivos, apesar de terem uma sociedade que só cultua o novo.
Você não acha estranho que quando você é criança todos o encorajam a seguir seus sonhos mas quando você é mais velho, de alguma forma ficam ofendidos se você tentar?
O auto-engano é talvez o mais cruel de todos os motivos, pois faz com que nos julguemos corretos quando estamos errados e nos encoraja a lutar quando deveríamos nos render. Nos desenhos animados e filmes, os vilões são degenerados que enrolam os bigodes e dão gargalhadas de júbilo pela própria maldade. Na vida real, os vilões estão convencidos de sua integridade.
Nossa melhor evidência do que as pessoas realmente sentem e acreditam vem menos de suas palavras e mais de seus atos.
Usamos as ações dos outros para decidir sobre o comportamento adequado para nós mesmos, especialmente quando vemos os outros como nossos semelhantes.
Algo em nossa natureza clama por ser amado por outra pessoa. O isolamento é devastador para a psique humana. É por isso que o confinamento solitário é considerado a punição mais cruel.
Sozinha eu sou melhor, porque eu me entendo. Sozinha eu sou melhor, porque eu me conheço bem. Eu não fico me julgando, apontando os meus defeitos e minhas diversas falhas. Conviver com a sociedade é complicado, por isso eu prefiro me distanciar e ficar sozinha no meu canto. Assim eu evito aborrecimentos e ainda me poupo de ter que conviver com a hipocrisia de algumas pessoas.
Conhecimento sem sabedoria é adequado para os poderosos, mas a sabedoria é essencial para a sobrevivência dos subordinados.
Aprendi a ler as pessoas, conhecer suas índoles, seus interiores, dependendo da maneira com a qual me olhavam, se relacionavam comigo, e se viam a si mesmas, a partir do olhar sobre a minha pessoa.