Viver em Sociedade
Se as pessoas não tiverem vínculos profundos com sua memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos.
Sonhe com ambição, lidere com convicção e se veja de uma forma que os outros não conseguem, simplesmente porque nunca viram antes.
Somos seres humanos como os demais, com diversas visões políticas e ideológicas. Eu, por exemplo, entre esquerda e direita, continuo sendo preta.
Nem socialismo, nem comunismo, nem tão pouco o capitalismo exacerbado. Qualquer extremo incorre em desequilíbrios. Não precisa ser sociólogo, teólogo ou economista para entender isso – a física o explica!
Ninguém mais quer ser quem é. Internet, redes sociais, shows de talento para idiotas, todos querem ser outra pessoa. Ninguém é feliz apenas se olhando no espelho, olhando para si mesmo. Isso significa que você também não precisa se responsabilizar.
É muito irritante quando provam que você está errado, especialmente quando você, na verdade, está certo e a pessoa que está errada está te desmentindo, provando-se, erradamente, certa.
Eu sou completamente a favor da separação da Igreja e do Estado. Penso que essas duas instituições já nos ferraram o suficiente por conta própria, então as duas juntas é morte certa.
O progresso não é feito por aqueles que acordam cedo. É feito por preguiçosos que procuram modos mais fáceis para fazer as coisas.
É a natureza, e a vantagem, das pessoas fortes levantarem as questões cruciais e formar uma opinião clara sobre elas. Os fracos sempre têm que decidir entre alternativas que não são suas.
Somos perigosos quando não estamos conscientes da nossa responsabilidade pelo modo como nos comportamos, pensamos e sentimos.
Um filósofo certa vez perguntou: "Somos humanos porque contemplamos as estrelas ou as contemplamos por que somos humanos?". O verdadeiro ponto é: As estrelas também nos contemplam?
No geral, os seres humanos querem ser bons, mas não bons demais e não o tempo todo.
Eu me lembro que ainda muito jovem li as memórias de Goethe. Goethe era um sujeito que achava que nós deveríamos cumprir todas as nossas obrigações para com a sociedade. Porque nós temos de ser superiores a ela, não inferiores. Se nós consentimos que a sociedade nos marginalize e nos derrube, então nós seremos seus escravos.
Eu tinha muita amizade com o doutor Juan Alfredo César Müller. Ele era um sujeito goetheano. A ética que ele seguia era a do Goethe, baseada em três coisas: o homem deve ser digno, prestativo e bom. O dr. Müller era a encarnação dessas três coisas, era digno, prestativo e bom. Você não pode fugir das suas obrigações sociais. Claro que, às vezes, você as cumpre imperfeitamente. Mas você não pode fugir delas, porque se você fugir, você se enfraquece. E se você se enfraquece, você torna-se uma vítima inerme da pressão. Você tem de se esforçar, tentar fazer o máximo para que seja mais forte do que a pressão da sociedade, não mais fraco, jamais uma vítima.
Goethe fala de sua ética do trabalho em seu livro de memórias "Poesia e Verdade" e nas "Conversações com Goethe", escrito por seu secretário, que teve a prudência de anotar os diálogos que tinha com Goethe nas conversações do dia-a-dia e que eram jóias.
Se você é livre, precisa libertar outra pessoa. Se você tem algum poder, então seu trabalho é capacitar outra pessoa.