Viver de Verdade
Infelizmente, infeliz mente...
Mente infeliz, distante, vazia.
E você?
É feliz ou apenas sorri?
Chega um momento que as máscaras caem no abismo.
E completamente completa a mente
daquilo que deixou de ser verdade um dia.
O que definidamente molda as pessoas é aprender a encarar os problemas, resolvê-los de forma justa, sincera, sem devaneios e rodeios. Resolver problemas é encarar as verdades sem mascará-las!
A "mudança" que não é positiva sequer deveria ser chamada de mudança. A "mudança" para pior nada mais é que o limo que encobre a pedra. Só a torna mais escorregadia, mas em nada modifica a sua real forma/conteúdo.
Infelizmente, algumas pessoas enxergam vantagem em poder se tornar pior do que já é/está. Ledo engano que esta ação posso lhe proteger ou acarretar benefício. Plantas carnívoras não se cercam de rosas. Normalmente ficam sozinhas, em solo infértil.
A mudança é sempre positiva. Se assim não for, não é mudança. É apenas a retirada do limo.
Quem sou? Nem eu mesma sei. Ainda não tive tempo de me conhecer, estava muito preocupada em agradar os outros, sendo quem eles queriam que eu fosse. Fui boa filha, boa aluna, boa sobrinha, boa irmã, submissa, a mulher dos sonhos de qualquer homem, quieta que não reclama somente obedece. Até que me sufoquei com tantas mentiras sobre eu mesma, agora não quero agradar ninguém, quero me conhecer de verdade, saber do que gosto e o que quero ser de verdade.
Paga-se um preço alto quando se é você mesmo. Mas nada mais seguro e lucrativo a longo prazo do que ser verdadeiro, consigo e com os outros.
Prossigo com versos e rimas
Na esperança de alguém
Que possa receber
Acompanhando flores
Retribuindo com alegria e reciprocidade
No óbvio da vida se faz a oportunidade.
Enquanto a verdade, cheia de graça e grandiosa, embeleza os melhores lugares de uma casa; a mentira, feia e miserável, se esconde nos porões.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar!
Quando voltar, é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me a teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça, é tudo tão verdade!
(A Invenção do Dia Claro, de Almada Negreiros, INCM)
Tristeza?
Sim, ainda me entristeço.
Mas, é com ela que aprendi
a trancar os velhos sonhos.
E na esperança de traçar
novos rumos procurei
outras chaves,desta vez
sem segredos; apenas
tendo a verdade como
código.
Nascem novos dias,
brilham novas cores.
Surgem novas amizades.
E eu descubro que para
eternizar o essencial em
mim, basta não reabrir o
baú do passado; e se
abri-lo retirar tudo que
for pesado e dolorido,
Eu só precisava de
coragem e fé; coragem
para o próximo passo e
fé em minha capacidade.
Enfim ,livre de pesos.
Renovada e grata
Sigo com esperança
A minha nova estrada.
Não dê corda para te enforcar, não doe coração pro umbigo, não entregue verdade para mentira, não se aproxime da distância, não esquente o que deve ficar frio, não crie expectativas para decepção. A medida da vida é proporcional à intensidade que se vive.
"Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa acontecida de verdade mas que me foi contada como se tivesse ocorrido na outra margem do mundo. Na travessia dessa fronteira de sombra escutei vozes que vazaram o sol. Outras foram asas no meu voo de escrever”.
( em "Vozes anoitecidas". Lisboa: Editorial Caminho, 1987).