Viver com Intensidade e com Amigos
Se você ficar ligando pra coisinhas pequenas que estragam o seu dia, você não vai viver. Portanto tente ignorá-las e siga em frente.
Está faltando o sonho no que eu escrevo. Como viver é secreto! Meu segredo é a vida. Eu não conto a ninguém que estou viva.
Sentir tudo de todas as maneiras, viver tudo de todos os lados, ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo.
O tempo de saboreares tuas conquistas se foi, está no passado. Não queira viver de realizações e glórias passadas. Viver um novo desafio e conquistar uma nova vitória a cada dia é o que dá graça à vida!
Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? e no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo?
Quem sabe eu tive de algum modo pressa de viver logo tudo o que eu tivesse a viver para que me sobrasse tempo de... de viver sem fatos? de viver. Cumpri cedo os deveres de meus sentidos, tive cedo e rapidamente dores e alegrias – para ficar depressa livre do meu destino humano menor? e ficar livre para buscar a minha tragédia.
Quando estamos ou queremos estar bem, viver distrai. E pra mim, aprendi recentemente, viver é exatamente isso: se distrair do medo que dá pensar em viver.
A imagem, o mito é uma coisa e o homem é outra. É muito dificil viver no dia a dia essa imagem, esse mito.
Vai, vai, vai ... viver
Há inúmeras razões para se assistir ao documentário sobre Vinicius de Moraes: para recordar suas músicas, seus poemas, suas histórias e, principalmente, lembrar de uma época menos tensa, em que ainda havia espaço para a ingenuidade, a ternura e a poesia. Entre os vários depoimentos do filme, há um de Chico Buarque dizendo que não imagina como Vinicius se viraria hoje, nesta sociedade marcada pela ostentação e arrogância. E nós? Nós que nos emocionamos com o documentário justamente por nos identificarmos com aquela alma leve, com a valorização das alegrias e tristezas cotidianas, como conseguimos sobreviver neste mundo estúpido, neste ninho de cobras, com esta violência invasiva? Assistir ao documentário é uma maneira de a gente localizar a si mesmo, trazer à tona nossa versão menos cínica, mais pura, e resgatar as coisas que prezamos de verdade, que são diferentes das coisas que a tevê nos empurra aos berros: compre! pague! queira! tenha!Vinicius fazia outro tipo de propaganda. Se era para persuadir, que fosse em voz baixa e por uma causa nobre. Num dos melhores momentos do documentário, ele e Baden Powell cantam entre amigos, numa rodinha de violão: “vai, vai, vai… amar/vai, vai, vai…chorar/vai, vai, vai…sofrer”. É a Canção de Ossanha lembrando que a gente perde muito tempo se anunciando, dizendo que faz e acontece, quando na verdade tudo o que precisamos, ora, é viver. Pois é. Mas, detalhe: não vive quem se economiza, quem quer felicidade parcelada em 24 vezes sem juros. Aliás, ser feliz nem está em pauta. O que está em pauta é a busca, a caça incessante ao que nos é essencial: ter paixões e ter amigos. O grande patrimônio de qualquer ser humano, quer ele perceba isso ou não. Pra acumular esses bens, Vinicius seguia um ritual: zerava-se. Começava e terminava um casamento. Começava e terminava outro. Começava e terminava uma vida em Paris, uma temporada em Salvador. Renovava seus votos a cada dia. Se já não se sentia inteiro num amor ou num projeto, simples: ponto final. Tudo isso, diga-se, a um custo emocional altíssimo. O simples nunca foi fácil, muito menos para quem possui um coração no lugar onde tantos possuem uma pedra de gelo. As pedras de gelo de Vinicius estavam onde tinham que estar, no seu cachorro engarrafado, e só. O resto era tudo quente.Entre sobreviver e viver há um precipício, e poucos encaram o salto. Encerro esta crônica com dois versos que não são de Vinicius, e sim de uma poeta chamada Vera Americano, que em seu novo livro, Arremesso Livre (editora Relume Dumará) reverencia a mudança. “Não te acorrentes/ao que não vai voltar”, diz ela, provocando ao mesmo tempo nosso desejo e nosso medo. Medo, aliás, que costuma nos paralisar diante da decisão crucial: “Viver/ou deixar para mais tarde”.
O poeta espalmaria sua mão direita nas nossas costas (a outra estaria segurando o copo) e diria: vai.
EXPERIÊNCIA
Tu podes viver e em algum momento te colocares a consulta dos sábios e dos livros, ou tu podes te colocar a consulta dos sábios e dos livros, e em algum momento te colocares a viver.
Tu só não deves é deixar de viver para dedicar-se exclusivamente à consulta dos sábios e dos livros, por que sem a aplicação toda filosofia é vazia: não existe mestra maior que a experiência!
Viver se iludindo é a mesma coisa que tentar dormir o dia inteiro. Não adianta, uma hora você acorda.
Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final.
Edward: Eu nunca vou me perdoar por ter te deixado - ele murmurou - Nem se eu viver cem mil anos.
Eu coloquei a minha mão no seu rosto frio e esperei até que ele suspirou e abriu os olhos.
Bella: Você só estava tentando fazer a coisa certa, e eu tenho certeza de que teria funcionado com alguém menos louco que eu. Além do mais, você está aqui agora. Essa é a parte que importa.
Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não ser... Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo. Sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência.