Vital
INSÓLITA CAMINHADA:
Cadenciadamente,
Braços e pernas
Paralelamente
Se cruzam
Numa insólita caminhada
Aonde uns involuntariamente
Se vão
Outros ficam
Na incerteza de um reencontro
Neste séquito
Todas as crenças etnias e diferenças
Entrelaçam-se
Os que vão, ficam,
E os que ficam, voltarão.
PARADOXO DA EXISTÊNCIA:
É filosófico saber quem eu sou
De onde vim, onde estou
E para onde vou
Meu ego, como o teu
Mutila-se
Na busca de autoafirmação
A beleza anatômica
Reflete-se nas entranhas do teu eu
O pechoso
Infinitamente reluz em tua razão
Nesse afã
Nosso ímpeto nos remete
Ao orbe de que somos
O que não seremos jamais
Que viemos de onde jamais passamos
E iremos talvez
Para um universo
Paradoxal...
AO SAUDOSO MESTRE:
Nascido em João Pessoa
Capital da Paraíba
O menino de voz rouca
Corpo esguio ou delgado
Aos seis anos de idade
Mudou-se com a família
Para a pequena Taperoá
A quem chamava o guri
Minha linda princesinha
Aonde se projetaram
Seus primeiros madrigais
Logo imortalizados
Na memoria dos mortais
Com a mãe compadecida
Das mentiras infernais
Do chicó, e seu escudeiro
Floreando os recitais
Mais tarde, já homem feito
Fazendo o erudito
Se misturar aos cordéis
Introduzindo as artes
Ao nascente ARMORIAL
Movimento que queria
Popularizar a cultura
Do nordeste e do Brasil
Associando a ela
A linguagem do sertão
Em seu cavalo de fogo
E traseiro alardeado
Se não fosse um alazão
Carregava em seu gibão
A pedra do rei congado
Como o maior legado
Do povo de seu sertão
Sem alarde,
E bem pouca cerimônia
Apenas um violino.
Tocando em reverência
A vossa triste partida
Partiste a se encontrar
No reinado da “SARON”
Com nossa compadecida
Vou encerrar com pesar
Nesse meu coração físico
A saudade desse mestre
Nas rimas que vão ficar
Eternamente inseridas
No coração ARIANO
Do nordestino aguerrido.
MINHA SUPLICA PELA PAZ NA PALESTINA.
A GUERRA "SANTA":
A beleza da ODE
Irradia-se no coração
Das almas sensitivas
E enruga-se
Na razão
Daqueles
Que fazem a guerra
Pela paz dos homens.
À PAZ:
Aqueles que não se tocam
Se abraçam ou se beijam
Não os conhecem
Uns aos outros
Tampouco, se amarão
Enquanto os homens
Dividirem territórios
As metástases da guerra
Triunfarão
E findará ao triunfo
Do único reino.
No casamento, amizade,
Ou amor
O acordo deve ser
Unilateral,
Se assim não o for,
Não haverá solidez.
MINHA UTOPIA:
Deixei o passado
Pensando encontrar o futuro
Vividos dois quartos de século
Ainda assim não o encontrei
O presente me remete ao passado
Para rever o futuro que sonhei:
Morar em shangrilar ser ator, cantor,
Ou jogador de futebol
Ter grana, dez filhos e um vô
Me perdi de volta ao passado
Na incerteza que há o futuro.
E que tudo, se não utopia,
Resume-se ao instante
Presente.
Nem sempre cursar faculdade é sinônimo de sabedoria, todavia, a leitura nos dar a faculdade do saber.
Enquanto adolescentes, colocamos em xeque o amor de nossos pais por nós, ademais, achamos que somos os donos da razão, todavia, quando nos tornamos pais, percebemos que amamos muito mais que somos amados.
SUPLICA DE UM POBRE ESPIRITO:
Encontro-me sozinho dentro de mim
Sufocando em meus fantasmas
Busco me encontrar, e não encontro
A saída...
Me auto mutilo
Na busca da razão pela qual
As pessoas se agridem
Se humilham, se regridem
Meu soluço é vão
Meu pranto seco
Meu coração enrijecido
Fenece sem perdão
Minha angustia suplica ao orbe
Clemência
Para que Minh ‘alma não feneça
Ao onipotente.
O nosso sopro de vida espiritual é um sopro eterno, é um sopro vital que está ligado a Deus, à Fonte Central que nos criou e nos alimenta de vida plena e eterna. Nós sempre existimos, e sempre vamos existir. Basta observar os nossos sentimentos de eternidade. Basta buscar em nossas memórias estes sentimentos.
Prefiro dia de chuva a dia de Sol...
muito antes da água ser elemento mais que vital para o paulistano.
Aprecio mais pão com ovo a caviar, de preferência
em uma mesa rodeada por pessoas simples e sinceras de coração.
Não adianta querer fazer de mim quem não sou...
Meu vazio é cheio de sonhos...
O meu castelo é uma cabana
Meu príncipe é um sapo
E dinheiro não vale mais que amor!
Rosangela Zorio
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