Violência
Consciência Negra: Há o que comemorar?
Precisamos compreender que fomos educados dentro de uma cultura “branca”, onde a Escola é Branca, o Hospital é Branco, onde o Símbolo da Paz é Branco, onde Deus é Branco! Onde o termo “negrice” é aceito com a maior naturalidade, e o termo “denegrir” é usado em documentos oficiais...
Recentemente foi publicado um estudo intitulado "Mapa da Violência 2015", sobre a violência contra a mulher. Neste mapa destaca-se a acentuada diferença entre a agressão à mulher branca e à mulher negra, no Brasil.
Importante deixar claro que qualquer tipo de violência é abominável! Contra a mulher, contra a criança, contra qualquer Ser Humano, contra animais... Porém, há que se refletir sobre os resultados deste "Mapa da Violência 2015".
Quando pensamos na questão da Consciência Negra, somos, irremediavelmente, remetidos a um passado recente, quando nossos irmãos negros eram espancados até a morte, em praça pública, transformando o dia em feriado, para que todos pudessem assistir à maldade branca, à maldade dos senhores e serviçais desalmados, de ontem e de hoje, sem qualquer consciência sobre sua demência, sem qualquer consciência sobre o fato de que qualquer poder sem amor é loucura, é doença.
E quanto poder sem amor se espalha por este mundão de Deus! E quanta hipocrisia!
Por que não se fala sobre isso nas Escolas Ituanas e Brasileiras? Por que isso não está nos livros de história?
Continuo me perguntando se nas comemorações feitas em Itu, uma cidade aristocrática, de ontem e de hoje, haverá espaço para pedidos de desculpas pelas maldades em praça pública, ou para agradecimento aos verdadeiros construtores dos casarões, das igrejas, e das praças onde eram espancados.
Será que a dignidade, enfim, falará mais alto, e se curvará à verdade, reconhecendo um passado recente, que nos enche de vergonha?
Quando me vejo cristão e me compadeço com o sofrimento do Cristo, nosso exemplo maior, me pergunto se o sofrimento ao qual foram submetidos centenas de milhões de irmãos nossos, não só nas Américas, mas em todo o mundo - e continuam sofrendo, não é digno, também, de compadecimento e reconhecimento público.
Mas existem outros pontos a serem discutidos, a serem colocados “à prova de consciência”, antes de nos colocarmos a defender isso ou aquilo para os nossos irmãos negros.
Por exemplo: Você concordaria que sua filha, branca, se casasse com um negro? Você receberia sua neta, branca, com o parceiro negro, para posar em sua casa, almoçar à sua mesa, com a mesma disposição que a receberia se estivesse com um parceiro caucasiano? Você respeita seu genro negro? Seu chefe negro? Seu comandante negro? Seu médico negro? O policial negro? O pedreiro negro?
Quanta hipocrisia, meu amigo! Quanta hipocrisia!
Aliás, quantos de nós aceitam fazer consulta com um médico negro? Quantos de nós aceitam um professor negro? Quantos de nós aceitam que nossos filhos e filhas frequentem a casa de amiguinhos negros, e vice-versa?
Indo um pouco além: Em uma Sociedade com 51% de negros, quantos vereadores negros temos, prefeitos negros, deputados negros, senadores negros, promotores negros, professores negros, juízes negros?
Há muito que caminhar, ainda, e esta é a CONSCIÊNCIA QUE PRECISAMOS TER. Precisamos compreender que fomos educados dentro de uma cultura “branca”, onde a Escola é Branca, o Hospital é Branco, onde o Símbolo da Paz é Branco, onde Deus é Branco! Onde o termo “negrice” é aceito com a maior naturalidade, e o termo “denegrir” é usado em documentos oficiais...
Aliás, que tal levantarmos TODOS os termos pejorativos aos negros e pedirmos que sejam retirados dos dicionários de língua portuguesa?
Tenho a honra e a alegria de ter tido, em minha infância, inúmeros amigos negros, de ter recebido, em minha casa, na minha juventude, colegas negros de Ensino Básico e Médio, para estudarem comigo. Tenho a imensa honra de viajar, semanalmente, e trocar impressões, com uma gentil amiga negra, uma mulher de imenso valor, Educadora das mais destacadas. Não cito seu nome aqui, por não estar autorizado, mas ela sabe do respeito que tenho por ela e por todos nossos irmãos negros. Um beijo terno a você, doce amiga, onde quer que esteja agora.
Consciência, negra consciência!
Consciência!
Negra!
Consciência sobre um passado
Negro!
Um passado negro de negras ações
Negras atitudes de um branco com alma negra
Um negro passado!
Consciência!
O negro passado a limpo
O príncipe, negro
Com um passado limpo
Limpando a alma, lavando o espírito
Um príncipe, vários príncipes!
Guerreiros, heróis, crianças e velhos
Homens e mulheres, príncipes e heróis
Fantoches de um branco sem consciência
Consciência!
Consciência sobre a maldade
Consciência sobre o passado
- O passado, passado a limpo!
Feriado!
O passado em praça pública
Para assistir à maldade inconsciente
De um branco onisciente, de um branco insano
Agredindo ao negro
Em praça pública!
Agredindo ao negro de alma branca
Que lhe traz a consciência de sua alma negra
Negra nas intenções
Negra nas ações
Negra nas maldições
Maldições que hoje voltam
Vão e vem, em um vai-e-vem sem fim
Até que haja a consciência, plena!
E a aceitação...
Consciência!
Lavando a alma, trazendo a calma
A esta alma negra
Lavando um passado e construindo um futuro
Consciência!
Em uma só palavra, a ciência, conosco
Conosco o conhecimento, sobre nós mesmos
Sobre o que fomos e o que somos
Consciência, paz, amor
Com ciência!
Nunca tive depressão diagnosticada, porque fujo de médico a todo custo. Mas já tive muitos sintomas. Costumo dizer que depressão é falta de porrada. Porrada bem na cara da vida, das coisas e das pessoas que nos fazem sentir assim.
"A maioria dos estupros acontece por “brincadeira”, porque não levaram a sério o “não” da vítima. E, às vezes, ela não teve a chance de dizer não."
Mas...
...trocaram olhares.
...sorriu pra ele.
...fez charme.
...aceitou o drink.
...usava saia curta e decote.
...andava sozinha.
...não pediu pra parar.
...estava bêbada.
...ela provocou.
Sem "mas".
O mundo real é diferente do conto de fadas que vivemos na internet, enquanto uns escrevem com letras outros escrevem com sangue, nesse mundo cão em que vivemos!.
Nós, homens de verdade, devemos proteger nossas mulheres de alguma forma com as armas que temos, seja no aspecto jurídico, seja com nossa arte, seja indo às ruas, seja brigando por leis mais eficazes ou, quem sabe, denunciando situações suspeitas - mesmo que o meliante seja alguém próximo.
Quando se comete um crime à honra de um ser humano, você também esfaqueia objetivos, privacidade, planos, vigor, dignidade, autoestima e, claro, toda integridade física e psicológica.
Enquanto houver uma sociedade machista, retrógrada, que pensa no próprio umbigo e trata as mulheres com inferioridade, deve haver o feminismo!
Diante da comoção gerada, nestes dias, pelos atos de terror perpetrados em território francês, somos convidados a rejeitar veementemente toda forma de violência como solução dos problemas, a resistir à tentação do ódio e da vingança, a superar ideologias e fundamentalismos e a nos engajar em prol de uma sociedade marcada pela solidariedade, pela inclusão e pelo respeito às diferenças, à justiça e à paz.
O terrorismo é um modo de impor a própria vontade por meio de atos de terror. Ele emprega sistematicamente a violência para fins políticos, promovendo a desorganização da sociedade e desejando a tomada do poder. Diante da violência absurda por ele produzida, somos, mais uma vez, convocados a construir percursos de compreensão, diálogo franco e cidadania, fundados em valores comuns, base de toda a convivência pacífica.
Porque quando uma mulher é estrupada, é como se sua alma fosse arrancada da maneira
mais brusca que se pode imaginar
Tire a dignidade de alguém e esse alguém não terá nada...
Insistem em culpar a vitima, ela usava roupa curta, usava batom forte, saia com vários homens ... Bom,
essa é sua desculpa para infligir o corpo de alguém ? Esse é seu melhor argumento ?
Você não imagina a dor que um estrupo causa, não somente no físico... mas também no psicológico...
a pessoa deixa de confiar na humanidade, nos amigos e em qualquer homem que se aproxime, imaginando
que pode voltar a sofrer, e sempre passa um filme em sua mente daqueles momentos dolorosos...
Eu sou mulher e a sociedade faz isso ser o pior castigo... Há sempre os que dizem pra você imaginar
sua mãe ou sua filha na mesma situação... Mas eu quero que VOCÊ se imagine sendo estuprado, seja
homem ou mulher... Imagine sua roupa sendo arrancada sem seu consentimento e seu corpo se sujeitando a
dolorosas sessões de dor...
Você se depara com seu corpo banhado por sangue e seu emocional já não reage mais...
Agora me diz , Alguém merece ser estuprado ?
Do topo do morro
Uma vista maravilhosa
O sol iluminando
E eu cercado de rosas
Daqui vejo tudo
Mas ninguém me ve
Respiro um ar puro
Folhas verdes por todos os lados
Cenas que não mostram na tv
Aqui no topo não tem luta pela sobrevivência
Só natureza e natureza
E me pergunto
Com tanta beleza pra que optar pela violência?
É Possível
É possível ser gente
Decente, inteligente, diferente
É possível ser feliz
Usar o giz, fazer o que nunca fiz
É possível surpreender
Dizer o que eu nem podia entender
É possível encantar
Cantar e fazer o instrumento soar
É possível bailar
Mesmo que eu nem consiga andar
É possível ir além
Também levar comigo outro alguém
É possível ter o impossível
Desde que eu acredite no incrível.
É possível sarar
Daquela doença terrível se livrar.
É possível ganhar o troféu
Completar a corrida e ganhar o céu.
Combater o bom combate,
Com argumentos vencer o debate.
É possível formar a família
Pai e mãe amigos do filho e da filha
É possível a amizade
Florir bem linda em toda comunidade.
É possível viver a bondade
Em cada rua e praça de cada cidade.
É possível um mundo saudável
Quando a convivência é bem saudável.
É possível dissipar a violência
Extirpar da terra toda maledicência.
É possível viver todo dia
Com fé, paz, saúde, amor e alegria.
É possível fazer poesia
Misturando as palavras com alquimia.
Aberio Christe
O sistema do SISTEMA
Grito... Grita, grita alto, mais alto, mais alto ainda!
Não que o teu grito não seja alto o suficiente
para ser escutado por todos.
É muito mais alto do que tu podes imaginar.
O sistema é que se cala, finge-se de morto.
O problema não está no teu grito e sim na deficiência do sistema,
que finge não haver qualquer problema em seu engenho magnífico.
Que finge não ouvir o quão alto e desesperado são os teus gritos
e o de todos que gritam, mesmo que gritem por dentro, em silêncio
silenciados, inauditos, sob interdição.
O sistema é a máquina mais perversa e controversa já criada.
Mais até que a bomba atômica - que só é utilizada em ocasiões especiais.
O sistema é uma máquina criada para operar na dimensão do perverso
sua função não é trucidar os sujeitos, nem moê-los feito insetos
nem mesmo criar monstros sociais totalmente adaptados à sua incoerência.
Isso é deficiência humana mesmo!
Provocada por mal caratismo, ingerência e incompetência ao manuseá-la.
Em seu modo cotidiano mata, estripa, dissimula...
Inaugura placas de cobre com letras douradas, estátuas e totens
em homenagem a seus feitos incríveis.
Por fim, ostenta em praça pública toda essa maldade.
O que é o homicídio?
Para mim é uma coisa medieval e de outros tempos.
No futuro as pessoas não vão acreditar que existiam aqueles que matavam uns aos outros, assim como nós ficamos chocados com muitas coisas e modos de ver que existiam no passado.
Aquele que mata o próximo é alguém que não sabe resolver seus problemas, um covarde. Ainda piores aqueles que fazem guerras, não sabem resolver os problemas e ainda envolvem várias pessoas, a maioria inocente.
Violência é uma lembrança de que somos todos animais e de que não somos muitos superiores a nenhuma outra espécie.
Eles deviam perceber que nós não somos violentos por ser pobre, na maioria das vezes é pela sensação de injustiça que os ricos provocam em nós.
Esse negócio de assalto está deixando muita gente de cuca fundida. Também não é pra menos. Estão assaltando a luz do dia em plena via pública e nas horas de maior movimento. Os ladrões concluíram que a Polícia Militar enrustida nos quarteis e a Polícia Civil desaparelhada e indisposta já nada podem fazer contra eles. Consequentemente, há em diversas regiões, centenas de pessoas amedrontadas e complexadas com os assaltos. E foi com um desses complexados que aconteceu o assalto, mais fora de série dos últimos tempos, em Nova Friburgo. Certo cidadão cujo nome, obviamente não vou citar, passou a andar armado até para ir ao boteco comprar cigarro. E foi justamente quando se dirigia à padaria do bairro, já na boca da noite, sem lua, que o nosso herói foi esbarrado por um sujeito negro, com 1,80 de altura por 60 de largura. Após a trombada, o nosso amigo saltou para o lado para fugir do corpo a corpo e, rápido, ao sentir falta da carteira de dinheiro, sacou do revólver, e irado, ele que já fora vítima de um “trombadinha” na praça Demerval Barbosa Moreira, havia menos de um mês, gritou: “Para aí, moleque safado; passa a carteira.” E o negro, apavorado com a reação do “assaltado” não titubeou e, diante do cano do 38, passou-lhe a carteira. “Agora corre moleque, antes que eu lhe estoure com uma bala…” O negro não esperou segunda ordem. Sumiu num salto triplo diluído no negrume da noite. Tremendo, ainda sob efeito da reação, como sói acontecer com os indivíduos pacatos, o nosso homem correu para casa em direção oposta a do assaltante. E lá chegando, aos berros disse à mulher: “Tá vendo, você vive me criticando por andar armado. Mas, se não fosse o revólver, eu, há pouco, seria roubado.” E contou a esposa o ocorrido, já agora sobre os olhares de alguns vizinhos. E aí vem o desfecho da história: O assaltado havia deixado a carteira em casa… E o herói, agora mais nervoso e envergonhado, remexeu a carteira de sua “vítima” na busca de um endereço ou telefone. Achou. Telefonou e a resposta veio mais perturbadora: “Meu marido não pode atender agora. Ele está muito traumatizado, pois acabou de ser assaltado e quase foi morto em plena rua.” Desculpas, explicações, calmantes para os dois, abraços e início de novas amizades. Moral da história: assaltar não é difícil, só carece de motivação.
NOTA DE REPÚDIO
Venho através deste, declarar meu total repúdio ao processo de “Jagunçagem” instalado no transporte público coletivo, por ônibus, na periferia da cidade de Belo Horizonte. E reforçar minha total repulsa ao ofício destes “Leões de Chácara”, que andam tocando o terror na população usuária deste modal de transporte, principalmente na linha 712, que atende ao bairro São Bernardo e adjacências.
Se não bastassem os valores absurdos do transporte público em Belo Horizonte, os consecutivos e ‘ilegais’ aumentos no apagar das luzes e o total desconforto e falta de segurança dentro desses veículos, ainda mais essa, a contratação de homens “sem rostos”, absurdamente despreparados e aparentemente orientados para tocar o terror em qualquer um que se aventure permanecer na parte da frente dos ônibus. Mesmo que tenha a passagem em mãos ou o cartão BHBus, devidamente carregado com o valor da tarifa. Ou ainda, mesmo que tenha em mãos um valor bem maior, por exemplo, uma nota de cinquenta reais. E aí, nesse caso, corre-se o risco de ser surpreendido pelo agente de bordo, que alegará não ser obrigado a abater em valor tão alto o valor desta tarifa vexatória, que é quase um tapa na cara da sociedade, e respaldado por imbecis feito esses jagunços já citados anteriormente, plantados pelas empresas nos ônibus para garantir sobre qualquer meio (ameaças, agressão moral, física, etc.) que todos os usuários sobre coerção, avancem a roleta e paguem a passagem, mesmo que ainda não tenham chegado em seu destino final. Diante de tal prática, ilícita perante nossa legislação, relato o caso do usuário “Guilherme”, de dezenove anos, que foi covardemente agredido e submetido a todo tipo de situação vexatória que se pode imaginar, quando se deslocava dos arredores do bairro São Bernardo sentido Estação Pampulha, na linha 712.
Ao chegar à Estação Pampulha, o usuário Guilherme, foi impedido pelo dito fiscal de bordo (não identificado nesse primeiro momento) de desembarcar. Mesmo tendo em mãos uma nota de cinquenta reais para pagar a passagem, foi seguro e impedido de descer ou rodar a roleta (a agente de bordo alegava que não tinha troco para o valor dado a ela) e que não era obrigada a cobrar a tarifa, sob pena, de ter ela mesma de pagar o valor ao caixa da empresa depois. Com o respaldo do Jagunço que fazia a segurança do dinheiro da empresa, o mesmo foi mantido em cárcere privado por mais de dois quilômetros, apesar de outro usuário incomodado com a situação, ter quitado junto à cobradora do ônibus o valor da tarifa. Mesmo assim, foi impedido de descer e conduzido por pasmem, mais de dois quilômetros longe da estação, onde faria a integração com o MOVE para seu destino final. Após ser privado de descer em seu destino inicial, a Estação Pampulha, e ser obrigado a descer tão longe, continuou a ser ameaçado pelo dito fiscal da empresa que estava dentro do ônibus; e ao descer na Avenida Pedro I, em frente ao estacionamento do centro de compras ‘Via Brasil’, foi covardemente perseguido e agredido pelas costas a socos e pontapés. Diante de tão gratuita e covarde agressão, o que se viu foi um clima de total indignação dos demais usuários, que prontamente reagiram e desceram do ônibus, assumindo uma postura de defesa do rapaz. Apesar de tanta gente ter se indignado, apenas um ou dois sujeitos permaneceram no local apoiando e adotando as providências necessárias para um desfecho ao menos justo para toda aquela desumanidade presenciada. O rapaz perdido diante de todo aquele vendaval que invadiu a sua vida naquele instante, permanecia sem reações lógicas e racionais e esbravejava sua inconformação por ter sido a vítima da vez dessa situação toda. Ele chorava e falava do medo de andar de ônibus, devido aos perigos normais existentes, para qualquer usuário deste modal no dia a dia. Dezenove anos, dezenove... Covardemente agredido por estar no caminho de um imbecil, que pensa estar agindo de acordo com a lei, defendendo o patrimônio de abutres carniceiros que sugam e mamam nas tetas da população, prestando um serviço de quinta categoria em veículos extremamente desconfortáveis e insalubres.
O que conforta, é saber que a população está atenta e não aceita mais injustiças e covardia. Que a polícia, em seu ritmo próprio, apoia o oprimido e cumpre com seu papel de atender e proteger as vítimas de atos que venham ferir a lei e as individualidades dos sujeitos. Que apesar das injustiças e perante tanta ignorância e falta de senso, existem ainda pessoas lúcidas e capazes de surpreender a todos por sua capacidade de ser humano, de se colocar no lugar do outro e assumir com ele suas dores e angústias, visando a um bem comum em sua relação com o coletivo da sociedade.
Espero, angustiadamente, que esse rapaz leve a frente esse processo e que essa situação seja observada de perto pelas autoridades competentes, para que outros sujeitos não sejam agredidos também. Para que se evite uma tragédia futura, e para que os direitos das pessoas que se arriscam todos os dias a usar, após pagar tão caro por este serviço, sejam garantidos e mantidos no rigor e limite previstos em nossa legislação.
Não pensem que acho correto as pessoas andarem de graça por aí, à custa dos outros, pois não acho certo também! Apesar de entender que se os impostos pagos por nós fossem melhor investidos, talvez tivéssemos não apenas um modal de transporte decente, e sim vários; integrados, eficientes, confortáveis, seguros mesmo que não fosse barato tudo isso! Pois, hoje já não o é. E você, o que faria se deparasse com situação semelhante? Aliás, devido à expansão desse processo de Jagunçagem nos ônibus da periferia de Belo Horizonte, e aos frequentes relatos de agressão e desmandos dessas pseudo-autoridades, será que você já não foi vítima e se calou, ou se calou diante de outras vítimas? Você tem algum parente, jovem, que estuda na escola Três Poderes? Esses têm sido vítimas frequentes deste tipo de agressão. Certo ou não, converse com ele, tente escutar da boca de um conhecido se procede ou não tais relatos.
Aconteceu hoje, dia 31 de agosto de 2015, uma verdadeira tragédia.
Mas, estamos de olho!
Obrigado pela atenção!
Doze balas
Todos os tiros disparados a queima roupa.
Doze disparos a esmo,
antes mesmo de o dia amanhecer.
Enquanto o sol ensaiava uma entrada triunfal,
o brilho do metal criava os contornos da silhueta das mãos,
mãos que tremiam mais que as pernas de uma criança no primeiro dia de aula.
Os raios de sol atravessavam as perfurações
e acenavam seu brilho aconchegante em nossos rostos
completamente embriagados de sono.
Dava pra ver as luzes das casas se acendendo
e as pessoas acordando do outro lado.
Toda aquela confusão formada
e os esquivos malfeitores saindo da cena de fininho,
se esquivando e camuflando-se nas sombras do fim de noite.
Dava pra ver... Se alguém olhasse veria! Mas ninguém se arriscou.
E antes mesmo de o dia clarear e a noite chegar ao fim...
As janelas e cortinas se fecharam
e ninguém sabe dizer o que aconteceu daí em diante.