Viniscius de Moraes Mulher Geminiana

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TOLERO MEUS NAUFRÁGIOS

"Tolero meus naufrágios

Tentando estancar meus emolumentos

E calibrar rumores sobre astros

Que sucumbem diante dos tormentos dos voos.

Circulo na causticidade imortal,

No pavor de fixar-me corpórea e envaidecida,

Não querendo orbitar no fogo de inúmeras corridas,

E sugo o instrumento da verdadeira sombra

Que anseia por constipar meus cânticos

E comprar-me encardida sob arco-íris arbóreos."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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RELÍQUIA DEVASSA

Oh relíquia devassa,
Transmuta-me em queimadura,
Para que eu enxergue o símbolo de cegueira
Que me deste ao nascer no colo entorpecido
Pelo cumprimento daquela verdade
Sobre minhas âncoras entrópicas,
E salga-me no tempo impreciso,
Para eu não mais encontrar-te
Tão crépida e esvoaçante
Entupindo meus trópicos,
Vasculhando minhas paisagens,
Vingando todos os voos que cedem às minhas cobranças.

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FUI À MORTE

"Fui à morte para fugir de guerras em perigo,

E alucinei o esboço situado no sol da peneira

Em meu regalado ninho.

Cravei endossos em meu jazigo,

Situei sucumbências,

Desfiz divagações multipolares,

Mapeei instigações do meu viveiro

No elã purgado, seviciado e enlatado

De curvaturas em simplória despedida."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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FLOR DE SÃO-CRISTÓVÃO

Flor de São-Cristóvão,

"Teci nos teus inversos minhas proezas,

E escravizei meu chão tentando não me envaidecer

Nos teus carrilhões de pesos cruéis,

Enquanto sonhava pingar meus suores

Nas tuas rivalidades.

Se sonhasses como sou híbrida diante de ti,

Não secarias meus ritos

E não zombarias de minhas disparidades,

Pois sou tua gota mais seca,

Tua imprópria isca,

Teu poço vagaroso

Sem pôr em meu viço

Sinais de pensamentos impressionantes demais

Para serem notados por arbitrários instintos

Que requerem de nós a pista impossível de tocar

A viga que nos entortou na mesma forcadura."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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TUMBA GROTESCA

"És tumba grotesca em minha face.

Se ganhasses minhas rendeiras,

Aliviarias meus tumores

Engraçando-me com o sol mais instintivo

Para me avessar

No soco instalado

De viver e padecer

Da culpa e do escabro

Que eu mesma,

Dantesca e tenra,

Escambiei no escaldo e no avesso

De tua fundação.

Eis a força que me opila

Ganhando tudo que

Aguça e amargura,

Entalando braços na garganta

Em produção de ardores rascunhados."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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SOMÍTICO TEMPO

"Somítico TEMPO que me afaga

Tentando me embaçar

Com espancamentos em flutuosas esperas,

Cobres-me de inculpações,

Aspiras aos restos de mim

E me contornas no fito

De partir-me em sucintos pedaços.

Não outrora me batas,

Muito embora me ostentes,

Sou-te têmpora esparsa,

Adendo do teu sopro,

Estupor cálido de teus gostos,

E me afugento por querer-te frio, alagado, sem cravos,

Longínquo de minhas inspirações."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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LÁPIDES DE THEMIS

"Módicas satisfações no entremeio aberto do meu trago

Co-tabulam vencimentos gastados no espécime vulgar

De rendimentos portados no espelho.

Encandeiam júpiteres alucinados por renegar

O vício libidinoso que regula lápides de Themis

Encarregadas de vencer rosários delineados e incinerados

Por partilhas e instintivos pareceres de ovação."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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ALDEIA DESMAMADA

"Abrigo a frivolidade de apagões em conveses arrebitados,

Costuro entabulamentos de limbos do adverso,

Entorno riscos de sobriedade na aldeia desmamada,

Respiro gravames de respaldos infantes,

Sacramento espinheiras no anelo da rotulação,

Arcabouço o estalo do esmero mais cunhado

Do meu enervamento,

Almiscaro o decalque do nevoeiro realçado

Por minhas continuidades."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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TEMPESTADE EMBOLORADA

"Tocarei reminiscências trabalhadas no tempo,

Ouvirei que o favor se forçou a receber o vão do argumento,

Evanescerei por tombar o preço do alvedrio,

Temperar-me-ei com a tempestade embolorada,

Almejarei ser lhaneza que supera o alvitre do certame

Certarei na estranheza divisória entre apneias de tipicidade."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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CANTIGAS DIONISÍACAS

"Fustigo o incenso embotado em gastos sombrosos,

Desovo em luas ilesas por empunhaduras,

Fosforesço em entregas de coincidências libadas,

Lacaio nebulosidades esgotadas por cantigas dionisíacas."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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ODE A BERTHA

"És dédalo, tranquilidade, renitência e luz,

Pensamento que me coalha,

Arrefecimento que me esparrama,

Elasticidade que me lobriga,

Conicidade fustigada do meu encanto

Delação espremida do meu legado,

Entalhamento vivo dos meus penachos,

Leveza ab-rupta dos meus arrolhos,

Extensão fornida das minhas conspecções."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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TARÂNTULAS, PRENDAS E SIBARITISMOS

"Sorver do vale meu fardo incompleto

Como parte do êxodo sugado por fraternidades

É simplificar santuários relativizados

No assento espirrado.

Pinçar excitações e intolerâncias

E evacuar verdades classificadas

Vence tarântulas, prendas e sibaritismos."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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ESPECTRO DEIFICADO

"Deificar o meu espectro me torna escape

Da instalação de estradas estratosféricas.

Senão, o mesmo rio que me engolfou

Secando em desencontros do visto da janela

Me tornaria capaz de ser ao mesmo tempo

Vida de dístico, fundo do estilo,

Eixo do sinistro e prumo da embocadura."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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CANTAREIRA E IMENSIDADE

"Sem o dorso da minha cantareira,

Eu alcançaria o teto do meu argumento

No congado interesseiro e trovador.

Sem aceitar minha imensidade,

Alargaria travessas contidas

Para enfeitar salitres sodomitas e arqueiros,

Apenas para que o meu véu neófito

Fincasse força na aspiração."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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SERVIDÃO

A minha servidão inclui um conventículo de sabores
Acalorados na ventilação adormecente,
Respira em ministérios o dédalo lesionado por decoros
Repartidos em voracidades benzedeiras,
Secciona o arqueiro polido por doçuras
Encanecidas, tratáveis, aclamativas, morais,
Golpeia a normose vitrificada por enduros opiáceos,
Dó-ré-mis, irrisões, tolderias e torreações.
Declama a espuma de esvaziamentos empalmados por
Serviços de sabedoria restiforme,
Resvala as cantigas coralíneas que trafegam amofinadas por
Passeios dissaboridos nos vinhais do vento-sul.

Inserida por CAROLINE__GUTERRES

FOGUEIRAS VAIDOSAS

"Fogueiras vaidosas recolhem sonhos amotinados

Sem pressa, sem esvaimentos,

Sem copiosidades fragosas,

Sem desopilações descascadas que operam nababias.

Fidelizam entupimentos nos porões dos arganazes,

Realizam a cravação aduaneira que copia

Erupções concorridas no peito do emudecimento,

Vocalizam o retrato pantaneiro

Que partiu em plânctons e intumescimentos."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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MINAS DOS SORVOS

"Se o sol reconhecesse minas dos sorvos

Que estraçalham povos draconianos,

Saberia dizer por que a razão nunca atormentou

Tanto como quer parecer aos abrigos

Que construímos nos nossos descasos,

E acrescentaria nascedouros

Conhecedores de primazias construtivas,

Para que todo berço entristecesse apenas a salva

Que o espera zimbra e arqueada."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

Inserida por CAROLINE__GUTERRES

SOFRIMENTO INDOLENTE

"Sofrimento indolente,

Traz-me o cardume vistoso,

Encolhe-me ao nível menos simplório,

Desvirtua meus tímpanos,

Arbitra minhas agruras ao nível cêntuplo de meu viver,

E rejuvenesce minha sofreguidão,

Antes que eu colabore por um vínculo imíscível

Em que surpresas lindadas me avizinhem

Na pomarada menos parietal."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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ROUPAGEM DE QUIXOTISMO

"Ó roupagem acurada vestida de quixotismo,

Diz-me onde aportar nesta imensa aclamação

Entupida de mim, de reticências, de ansiedades,

De arpões desencabeçados, de importunações,

E acolhe-me com frieza

Sem que eu aspire a todos os receios

Que tanto me desacasalaram nesta caminhada escatológica."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

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PEREGRINOS

"Peregrinamos quebradiços por fornalhas eletrocutadas,

Desvencilhamos o momento da névoa alargada

Tocando o mastro que a perturbou,

Reprimimos o solstício da primícia-irmã do ouro

No retro porto aleijado por nossas empalações,

Contorcemos uivos por tábuas de aliteração,

Invadimos nossos próprios atolamentos

Desaviando embates órfãos de propagação."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

Inserida por CAROLINE__GUTERRES