Viniscius de Moraes Mulher Geminiana
Agora
são dois caminhos
cada um segue
para um lado oposto e distinto
cada um busca
o seu labirinto
sua tentativa e forma
toda própria de chegar
Não terás
minha mão guiando teus passos
não terei que dividir fracassos
e
as noites serão mais vazias
o retornar uma coisa fria
de quem sabe
que não tem onde chegar.
Agora
há o silêncio
e a mim parece
que jamais foi diferente,
porque juras que se acabam
são juras de quem mente.
E assim foi
e assim apartaram-se nossos caminhos
em direção a um eterno desencontro
em direção ao convicto nunca mais.
Quando a noite veio
O frio da ausência
De quem ainda não conheço
Tomou conta da casa
Que pertence
A quem jamais a habitou.
E nos corredores
Onde deveria haver vida
Não mais se ouvia
Do que os soluços
Do choro sentido
Do que chamamos
De solidão.
E a luz
Que com o passar das horas
Deveria ter sido apagada
Manteve-se acesa
Tal como um farol
Que espera e procura
Por um navio
Que nunca virá.
E estas palavras
Foram ditas
Como o grito
De quem não quere
E não pode mais
Esperar.
Assim nascem
As mortes do ser.
Onde foram todas as coisas ?
Onde estão aquelas pessoas ?
Abro os olhos e vejo a minha volta
Um mundo vazio
E não fossem as doces cantigas
Que alentaram a infância
E como podem – sustentam a vida
Diria que não nasci.
Onde estão todas as pessoas ?
Para onde foram todas as coisas ?
Eu que segui o mesmo caminho
Não encontro nada de familiar.
Teriam todos morridos
Nas guerras do ter ?
Ou estariam bem escondidos
Em lugar que não posso ver ?
Era bem ali a linha do começo
E ali havia tanta gente
Tantas coisas
Tantos sonhos.
De repente a vida veio
E levou um a um
E no lugar deixou desencanto
E só este delírio
Este fingir que não sei
Me restou.
Para onde foi à moça pura
Que um dia ia para o altar ?
Onde ficou o amigo que ia mudar o mundo
E hoje vende a inteligência
Para ganhar o que não precisa ?
Porque não tive tempo
De falar com o amigo
Que ficou preso em meio à overdose ?
Era bem ali a linha do começo
Servia também de linha
Para pique bandeira
E quando só estavam as meninas
Prestava-se a queimada.
Onde eu estive
Que deixei que todos se fossem
Que a menina só
Fosse jogada para fora do caro
Na noite escura
Na estrada que hoje é preta.
O que eu fiz
Quando os filhos dos menos sortudos
Foram caindo pouco a pouco
Mereço a solidão
Como premio pela covardia
Mereço o pouco amor
Pela ausência de fraternidade.
Mas a linha ainda está ali
Havia um campinho de futebol
E nele a ONU parecia ser possível
A velha ponte caiu
A praça que era bela
Virou trevo
E os carros que passam por ali
Depressa
Não tem respeito pela memória.
A vida passou
E eu esqueci de ir.
Busco a sua simplicidade
aquilo que a boca nega em palavras
mas olhos entregam pelo brilho.
Não há mais como negar
nem mesmo como deixar de ser
não há qualquer possibilidade de seguir
sem ao meu lado ter você.
Conheço o seu sol.
Vasculho a sua intimidade.
Sem palavras, ouço mais uma vez seu silêncio
tradução de sua leveza
retrato de sua impressão
de apenas agora ter tudo começado.
Muitas vezes ainda irei lhe cercear
sitia-la
buscar o seu ser tão longe
tão dentro de você.
Muitas vezes, eu sei,
terei que passar por caminhos ásperos
para por fim
encontrar sua docilidade.
Muitas vezes terei que ouvir gritos
para navegar depois
em sua serena sensibilidade.
E você
que nada mais é do que alguém para mim
irá sempre fugir
irá sempre se ocultar
sem saber de fato a importância,
embora vivendo,
de por inteira se entregar
Trago em mim toda a agonia no mundo
Um tempo de incertezas
O medo da noite escura
O sentimento de não ter
Uma mão para segurar
No derradeiro momento.
Não há outros olhos
E não tenho mais coragem
Para olhar-me em algum espelho.
Não cheguei a ser quem queria
E não me engano com minhas estórias.
Trago em mim toda a agonia do mundo
E isso não importa de fato a ninguém
A consciência dos que barbarizam
Tem mais sorte nas madrugadas;
A eles é mais fácil entender
A forma rude de todas as coisas.
O escuro tem razoes para ser
O silencio tem algumas explicações
As verdades dos fatos
Tem muito mais chão
Do que toda
Toda filosofia.
No momento
Em que todos somos rudes
A vida se explica
E os caminhos apenas se distinguem
Pelas escolhas
Que não temos certeza
Se são de verdade ou não
Mas já é tarde demais
Para voltar e errar tudo
E ter certezas.
Enquanto caminhas para mim
por ruas que não sei
por noites onde choro
por estreitos passeios de mentira
meu coração se enche diante da ilusão
minhas lágrimas secam
minhas mãos estendem em sua direção.
Não sou mais do que uma coisa
e assim
amo a coisificação.
Poucos como eu
sabem sobre a alma
muitos
se perdem em corpos.
Torno-me comum
nos que há de mais prazerosos
no lugar comum.
Enquanto caminhas para mim
não se importa, eu sei
com o que sonhei
pelas quedas já vividas
pelo levantar sem porque
ou melhor,
pelo mero sobreviver.
Meus olhos enxergam apenas a fumaça do cigarro
simbolo único e próximo
de tudo quanto sei sobre amor.
Não sou mais do que um desamado
e assim, só sei supor amor.
Poucos como eu
desejaram amar.
Muitos como eu
só conhecem o prazer
Torno-me amante
como se meu corpo
representa-se em algum momento que fosse
uma alma pródiga de sentimentos.
Entre os meus dois eus
há um lago sereno
alimentado por um rio violento
que uma hora acaba
num imenso mar
sem sentido qualquer.
Entre o pai que não tive
E o pai que não sou
Há uma avenida que separa
o perder do ter perdido.
Não sei bem o que move.
Talvez seja medo
Talvez seja comodidade
Talvez seja a convicção
De não ter de fato o que dar.
Entre o pai que se foi
E o pai que jamais fui
Há uma relação de intima similaridade.
As vezes penso: Meu coração é repleto !
Por todo tempo tenho certeza: ele tem muros !
Muros com imensa capacidade de nada deixar sair
E ao mesmo tempo, nada até ele consegue chegar.
As vezes pego-me mudo, mesmo podendo e sabendo falar.
No entanto não me basta saber falar
se para o assunto não encontro palavras
As vezes, sinto-me cego, mesmo sabendo de onde vem a luz,
Porque não me basta ver quando sobre certos assuntos
Tão pouco consigo enxergar.
Entre o passado e o presente
Há não mais do que uma linha, linha forte,
Que me assusta pela suposta fragilidade,
Que me prende pela força sútil.
Sendo livre encontro-me preso, em dois tempos.
Em dois distintos e distantes papeis.
Tendo a quem dar,
não sei mais onde são os caminhos.
Por isso, sempre peço que nada me perguntem.
Por isso me calo diante daquilo que não entendo.
Por isso peço que me entendam
Que me desculpem
Pois embora esta pobreza me doa
Jamais soube como fazer para encher as mãos.
Há certas manhãs, quando ao acordar
os pássaros parecem cantar
uma Ave Maria de Felicidade.
Há um tempo dentro de mim
que as vezes parece ser maior que a eternidade
e apenas segue...
segue...
segue...
Tempo de você
constante manhã de sol e luz
caminho que a sedução me conduz
tempo de ser apenas aquilo
que meu coração pede e deseja.
Há certas noites, onde o escurecer
apenas trás mais tranqüilidade e harmonia
e dentro de mim
silenciosa alegria
me faz ver que o dia
não foi em vão.
Tempo de você
por todos os meus caminhos
pedaços de raras rosas e tantos espinhos
agora tão diferentes
depois do seu chegar.
Há uma vida que segue
lugar onde encontro cada vez mais
noticias sobre quem de fato sou.
Há um encontro
uma comunhão
há de fato você
para por fim a solidão.
Uma coisa interessante de nossas vidas
São as primeiras vezes
O primeiro olhar
O primeiro beijo
A primeira saudade
O primeiro encontro
O primeiro contato com a morte.
O tempo faz com que a graça
Das primeiras vezes pouco a pouco nos deixem
Mas nada é pior
Do que o dia que você descobre
Pela primeira vez
Que não já não consegue mais chorar.
Lamentavelmente nenhum de nós poderá acompanhar o próprio enterro.
Nós, que temos vivido com tanta pompa e preocupação com o futuro, não poderemos estar de pé neste momento onde todos nossos momentos resumem-se e finalmente e oficialmente, tornaremo-nos iguais aos demais.
Será frágil o momento derradeiro, nossa mão de aço e alma de ferro nada poderão fazer por nosso orgulho recém deixado nesta terra.
Alguns irão chorar, infelizmente talvez só possamos ler pensamentos, e eles dirão mais do que as lágrimas momentâneas.
Neste tempo, apenas teremos sido.
A ausência fará de nós uma coleção rápida de esquecimentos sucessivos.
Estarão lá os supostos amigos
todos em meio as partes interessadas.
De fato será um bom momento para não ter como intervir.
Pegarão nas alças do caixão e nela com certeza irão sentir a frieza de um último aperto de mão.
Muitos não sentirão qualquer diferença,
Embora seja... um adeus de carne e ossos dado a uma alça metálica.
Nenhum de nós irá ao próprio enterro.
Caberia, se fossemos, questionar como alguém que era tão importante pode virar pó.
Caberia, se servíssemos ainda para alguma coisa, perguntar porque o fim não permite qualquer distinção.
Tanto o caixão como a cova, sem contar os enfeites externos, são comuns a todos.
não há lugar para o orgulho, para a exploração e para o ódio.
Triste fim, para um anfitrião de corpo presente.
Talvez sinta-se até.... vontade de morrer !
Minha vida é uma casa imensa
cheia de espaços a serem ocupados.
De janelas e porta abertas
minha vida tem coisas incertas
como o amanhã dos que não tem esperança.
Minha vida é um imenso jardim
cheio de flores e pedras, voltados em direção ao céu.
São espaços sagrados ocupados pelo profano
ao lado da razão e do conceito
no mesmo espaço vive o insano.
Minha vida tem pessoas que nem mesmo eu sei
de onde surgem e porque.
Minha vida é um lugar imenso
com espaços e cativeiros
com caminhos jamais percorridos
com lugares ainda inexplorados.
Minha vida é a loucura
de quem deseja um dia se encontrar.
Se você pudesse mudar algo, o que mudaria?
O que vale a pena pra você?
Se você mudaria algo no passado, é porque deve valer muito a pena ter de novo ou nem ter o feito.
Você não pode mudar o seu passado, mas pode mudar o seu futuro.
Faça acreditar que o que diz vale a pena e que tudo poderá ser diferente.
E se você pudesse ter uma nova chance?
O que faria?
Por: Silvia Godoi
E então vai ser assim
num dia não combinado
num lugar não escolhido
mas que um lugar florido
finalmente vou lhe encontrar.
Eu, já um tanto cansado
de tanto haver procurado
Você já muito cansada
por jamais ter sido amada.
E então vai ser assim
como nunca a lua vai brilhar
a noite terá muitas estrelas
e juntos vamos tê-las
vivendo enfim um grande amor.
Eu rebuscando em mim forças
para viver o amor sonhado
Você, derrubando os muros do medo
para ser feliz ao meu lado.
E então vai ser assim
que vai ter fim a minha
e a sua solidão.
E então vai ser assim
uma noite, uma vida
um amanhecer sem despedida
um amor que não terá mais fim.''
Você é o que é, mas deixa de ser quando diz que é, mais fácil falar o que não sou do que falar o que realmente sou.
Se você me ama, é porque tem mil e uma qualidades, encantos.. Inúmeros motivos.. Mas não sou perfeita.. Também tenho mil e um defeitos, pensamentos dos quais se divide em bom e ruim.. Estou aqui, mas posso não estar mais.
Por: Silvia Godoi
Mesmo que tudo entre nós tenha acabado...venha me procurar
Mesmo que passe um...dois...trinta-e-um anos...venha me procurar
Mesmo que nossos sonhos se transformaram em pó...venha me procurar
Mesmo que...essa vida tenha acabado para mim...eu irei te procurar,porque,eu só quero te ver...para ter a minha felicidade outra vez.
Era uma vez o Medo e a Vergonha que dominava uma pessoa..
Toda vez ao concluir alguma coisa o Medo chegava até ela e a Vergonha do que as pessoas acharia também.
Por muitos anos ela se prendeu, deixou seus sonhos de lado, pelo Medo e pela Vergonha que a dominava. Tinha um jeito de cantar e um jeito de tocar tão bonito que tudo se tornou nada. Se reprimia atoa..
Deus deu tudo o que precisava.
Ei minha filha vai até lá é mostra ao mundo tudo o que eu te dei, você esta sobre as minhas asas, não tem o porque temer. Que todo o seu Medo vai embora diante de mim ( Deus ) e que a sua Vergonha se torne o seu charme. E que depois de muito tempo sendo lapidada. . Você se torne o meu Diamante. Pois foi pra isso que te enviei a terra!
Por:Silvia Godoi
SER MÃE *** Poetetra desafios da alma 35 ***
Ser mãe, sincera felicidade
Tristeza quando não há maternidade
Mas adoção maravilhosa solução
Vivendo todos em cumplicidade
SER MÃE *** Poetetra desafios da alma 35 ***
Ser mãe, sincera felicidade
Tristeza quando não há maternidade
Mas adoção maravilhosa solução
Vivendo todos em cumplicidade
Ser alma beleza apaixonada
Por vida presente abençoado
Toda relação completando ser
Ser lágrimas puras dedicando
Ser mãe, única compreensão
Quando todos vão embora, acalento
Não abandona fica rezando
Pés da cama, doença, insistente
Mesmo perdendo a fé, recuperação
Céus e terras, buscando, movimentando
Sabedoria e amor, paz consolo
Torcendo com alma, motivando
Mãe mulher divina abençoada
Sempre no cuidado simplesmente
Almas pequeninas, dependem vidas
Vidas cruzadas na luz intensamente
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Devemos aprender
Mostrei para você
Que você não vive sem mim
Passei muito tempo fazendo isso
que se esqueceu de mim
Fui falar com você
E nem me deu moral
Vou mostrar pra você quem tem moral
Devemos aprender
Que não devemos sofrer
Por pessoas felizes sem você.
Por: Silvia Godoi
Data:15/08/2011
Existe tanto mal nesse mundo que todos estão ficando acostumados a ver e a não fazer nada. Mas quanto mais eu vejo, com mais ódio eu fico das pessoas, me pergunto cade o coração dessa pessoa ? Existe pessoas que não tem, que mesmo se sofrer será pouco, quem não tem coração não tem sofrimento. Chego a ter vontade de matar cada uma delas, mas com esse pensamento eu seria uma delas, porque o único que pode tirar a vida de uma pessoa é só Deus. Mas cada um tem sua sina, que aqui se faça aqui se paga, não precisa ter pressa porque o seu castigo vai chegar e será cada vez mais lento.
Por: Silvia Godoi