Viniscius de Moraes Mulher Geminiana
O silêncio faz o pensar
o pensar é o saber
o saber quer sempre mostrar
o filosofar que precisamos para bem viver
O amor não é para os trouxas
os trouxas é que se tornam quando amam algum amor
pode haver trocas, mas não compras
quando se quer conquistar quem te conquistou
Levantou porque algo o fez cair
agora que caiu, o certo é continuar
continuar mesmo que sentir
que eles querem te ver no chão, á desabar
Calar-se e somente escutar
escutar o que os mais sábios tem a dizer
respeito é algo simples de se adotar
é a linha imaginária entre fracassar e enobrecer
Se apaixone pelo humano, não por roupas
roupas entram e saem logo de moda
mas o altruísmo é uma das formosuras de poucas
de poucas pessoas que não se prendem pelo fora
Fugiu porque queria sumir
já que sumiu, é tempo de se perguntar
faço isso pra me omitir
ou faço isso por que preciso aprender a voar?
Fazer escolhas exige responsabilidade
decisões, coragem e consciência
é fundamental não esquecer da maturidade
para entender as consequências
Diga que não ou diga que sim
mas expresse toda a repressão
tentar se adequar é mentir para sí
ser o que não é, traz depressão
Primeiro de tudo, fale a verdade
cultive em suas palavras, transparência
não se empreguimine de falsidade
cuide da sua beleza chamada inocência
Não construa um muro alto assim
por que esse prazer na solidão?
chorar ás vezes não é ruim
ruim é ver o isolamento como única opção
Tudo bem se errar
uma, duas, três ou quantas for
mas não se canse de arriscar
não se entregue como um perdedor
A decepção te torna forte
é necessário seguir
não abaixe a cabeça, nem se importe
a fórmula secreta é sorrir
A felicidade está em todo lugar
ela começa no seu interior
então relaxe e se ponha a olhar
aproveite para soltar seu ser sonhador
Com fé e um pouco de sorte
tudo o que desejar, vai conseguir
tenha paciência e não se revolte
queira portanto, se permitir
Os pássaros que lá fora voam
são felizes pelo singelo bater de asas
sem preocupação, ninguém os atormentam
o mundo inteiro é deles, a própria casa
Estou com novos olhares para a realidade
por querer, prendi os que amo em minha vida
ficava infeliz sendo só a metade
que não quis mais me machucar com as vindas e idas
Os dias, as tardes, as noites, sozinha
á procura de algo pra me completar
e com as gotas translúcidas tão somente minha
pranteava bem baixinho pra não incomodar
Era pedir demais pelo afeto
demasiadamente desejei ter alguém
seja de longe ou seja de perto
mas que dissesse genuinamente: "Eu te amo, também!"
O amor precisa de paciência
tem que lidar com a liberdade
tratar o outro com benevolência
o amor não existe sem integridade
Mas tudo bem, eu aprendi
um hora ou outra tinha que saber
que não se pode em nada exigir
nem se entregar, nem se reter
Com as chaves em minha mão, te desatei
e sequer olhou para trás
a solidão mais uma vez entrou, mas já já esquecerei
talvez quando quiseres meu amor, não terás
Sinto o aroma da minha atitude certa
é de longe, o mais aprazível
amar a mim mesma está sendo a mais linda das descobertas
percebi que isso é sim, possível
Era eu que sempre cedia
era eu que sempre compreendia
era eu que calava quando precisava ficar a sós
era somente eu, não existia nós
Segurei com forças inimagináveis
fiz coisas por ti, inacreditáveis
mas não adiantou ter feito isso, ter tentado
porque você ainda quer pertencer ao passado
Estive do seu lado nos bons e maus momentos
se esquecer, eu te lembro
quis ser seu tudo
a melhor amiga, seu porto seguro
Dizia o que queria dizer, e sumia
desejava demasiadamente saber o porque, mas não sabia
e então voltava do seu silencioso lugar
sorrindo, sem ao menos falar
Me encantava com a docilidade
Me assustava tamanha frivolidade
Tive medo da sua forma maquiável
mas precisava domar seu jeito indomável
Conhecia qualquer assunto
sobre ciências, religião, filosofia, sobre o mundo
mas ainda é leigo na arte de demonstrar
e disse a ele pra fazer as lições do capítulo AMAR
Escutou e fez o que eu pedi
dai então vi aos poucos, ele partir de mim
me perguntei se havia feito errado
mas notei que você agiu como um ingrato
Foi para um lado
e prossegui no outro
senti uma vontade absurda de não te largar
mas tive que ser decisiva, e decidi não voltar
O tempo passou lentamente
e nos encontramos novamente
será que vai dar certo? o que vai acontecer?
não faço ideia, mas vou deixar me surpreender
A sociedade não permite erros
nem mentiras, opiniões ou medos
exige de cada um, invulgar perfeição
onde somos obrigados á nunca dizer não
Deturpa a realidade
com certo tipo de obscuridade
tanto julga, tanto manipula
que desintegra-se na mente e nos perturba
O caminho que antes era bonito
agora é dantesco e estagnado
não é o mesmo, não tem sentido
regojizar-se em ser enganado
Se ela diz que é certo
você tem que aceitar
precisa ser rápido, ser esperto
pra não ser deixado pra trás, inutilmente á esperar
É uma prisão ao ar livre
quer mandar nos sonhos
mudar quem somos
controlar tudo e todos
E então, transforma em um outro alguém
que perde toda a sanidade
que não se encontra e sente inutilidade
que não sabe mais o que é felicidade
São muitas vozes falando
o que devemos ou não fazer
mas nenhuma que queira entender
que ela está aos poucos, nos trucidando
Alguém arrisca a se impor?
diante desses intocáveis poderosos
que se acham maiores e são presunçosos
arrogantes, com pose de esnobador
Quem começou com isso
com essa ideia alienada?
Não há ser humano que por dentro, concorde
ver o errado nas ruas e conscientemente limpo, se acomode
A educação tem um lapso sim
que não nos ensinam devidamente
fomos impostos a abaixar a cabeça
independentemente do que aconteça
Não digo para se revoltar
e sair por ai destruindo e quebrando regras
afinal, há maneiras de causar impacto
com a voz da razão, com a voz da humanidade
Mas não podemos aceitar, nem permitir
que façam de nós, seus brinquedos descartáveis
eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas
somos feitos de ferro único para revolucionar o mundo
Aquilo que te move
em direção á satisfação
pessoal e emocional
está lá na frente
tão distante que parece pequeno
tão concreto quanto abstrato
Mas cada vez se distancia mais
Porque você temeroso fica no mesmíssimo lugar
reclamando alto e lagrimando introvertidamente
E então você encontra estercos
um lixo que exala carniça
algo singular e azedo
que te faz enojar
O que é isso, pois
que aparece nas estradas do meu árduo caminho?
Gritando em alto e bom som, se pergunta
mesmo sabendo a resposta
o mal-cheiro é tua covardia impregnando pelos trilhos
Não admite a verdade
só você está correto
diz que os outros não sabem
não compreendem realmente
o quanto eres soberano
ao pensar duas vezes antes de agir
ao esperar a ventania passar
pra depois se reconstruir
mas olhe para si, todo inseguro e infeliz
Não importa o quão difícil seja
precisa adicionar fé em tuas metas
nesse meio há muita inveja circulando
aspirando tua queda brutal
e rindo de tuas falhas
mas não se sinta pequeno
pois acredite, dentro de cada homem
existe um guerreiro pronto para a batalha
Vá atrás então
andando, correndo, voando
do que te faz feliz
e te dá liberdade
tente quanto vezes quiser tentar
erre sem medo de errar
arrisque-se como nunca pensou em se arriscar
sonho com o possível e o impossível
e dê cada passo pensando em como realizar
Não é sem freqüência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de brotos que vem namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns 13 anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás num rabinho-de-cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de, no máximo, 16, esguio, com pastas de cabelo a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da vida. Uma coisa eu lhes asseguro: eles são lindos, e ficam montados, um em frente ao outro, no corrimão da colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos, pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na sua extrema juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há de saber a quantos milênios remontam.
Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes os jogos de mão e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua volta. Às vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre o ombro do outro, como dois cavalinhos carinhosos, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem vagarosamente as coisas em torno, numa aceitação dos homens, das coisas e da natureza, enquanto os do rapaz mantêm-se fixos, como a perscrutar desígnios. Depois voltam à posição inicial e se olham nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos de sobre a fronte do namorado, para vê-lo melhor e sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração. De repente o menino parte para uma brutalidade qualquer, torce-lhe o pulso até ela dizer-lhe o que ele quer ouvir, e ela agarra-o pelos cabelos, e termina tudo, quando não há passantes, num longo e meticuloso beijo.
Que será, pergunto-me eu em vão, dessas duas crianças que tão cedo começam a praticar os ritos do amor? Prosseguirão se amando, ou de súbito, na sua jovem incontinência, procurarão o contato de outras bocas, de outras mãos, de outros ombros? Quem sabe se amanhã quando eu chegar à janela, não verei um rapazinho moreno em lugar do louro ou uma menina com a cabeleira solta em lugar dessa com os cabelos presos?
E se prosseguirem se amando, pergunto-me novamente em vão, será que um dia se casarão e serão felizes? Quando, satisfeita a sua jovem sexualidade, se olharem nos olhos, será que correrão um para o outro e se darão um grande abraço de ternura? Ou será que se desviarão o olhar, para pensar cada um consigo mesmo que ele não era exatamente aquilo que ela pensava e ela era menos bonita ou inteligente do que ele a tinha imaginado?
É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado... Esqueço o casalzinho no parque para perder-me por um momento na observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que freqüentemente aquela que devia ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este, no entanto, passou por ela sem que ela o soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles olharam-se nos olhos por um instante e não se reconheceram.
E é então que esqueço de tudo e vou olhar nos olhos de minha bem-amada como se nunca a tivesse visto antes. É ela, Deus do céu, é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi. Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre os braços eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que mataria friamente quem quer que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.
Me distancio por alguns segundos da realidade
e começo então a imaginar
que estou á procura do bosque da verdade
com medo do que encontrar quando chegar lá
Avisto uma trilha pedregosa
coisas com espinhas, coisas traiçoeiras
que são de longe inofensivas e de perto, perigosas
assim como as declinações de curvas derradeiras
Olho para trás só pra ver o meu progresso
e viro-me depois para enfrentar de frente
o que me espera é tão oculto, tão incerto
são os ofícios da pequena semente
Cercada por ruídos tenebrosos da insegurança
dando papo á minha imaginação
que ri dessa inocente ignorância
e me tripudia. Eis aqui, o verídico truão!
Em cada obstáculo, uma nova queda
em cada queda, uma nova superação
em cada superação, uma nova meta
em cada meta, uma nova mutação
Atitude negrusca, atitude alvura
inconstante maneira de lidar
com essa arriscável e deleitosa loucura
que me faz querer errar e acertar
A noite se ilumina com as estrelas reluzentes
e guia meus pensamentos e dúvidas
desprendendo uma obsoleta carência dependente
que fazia de mim, tão sombria e enxuta
É um andar solitário, de passos confiantes
uma pequena ação, de grande conquista
é refutar sentimentos limitantes
e deixar de ser uma parasita
A estrada é longa e estreita
esburacada, com lama de decepção
persistir é o ingrediente secreto da receita
pra não fraquejar diante de uma frustração
Tenho que fazer a minha rota
onde estou e para onde quero ir
perceber minha felicidade, perceber o que importa
experimentar a liberdade e finalmente, sentir
O ilusionismo tenho que tolher
excluir toda fantasia acumulada
deixar a infantilidade e aos poucos, crescer
ser estavelmente realizada
E pra quem disse que sou desvairada
que devia ficar no conforto e não me arriscar
digo que fatiguei de ser regrada
e decidi que quero destemida, me rebelar
E mais uma vez escuto alguém dizendo para eu deixar de ser criança, deixar de ser tão ingênua e não acreditar tanto nas pessoas.
Que mundo é esse onde é considerado normal não confiar em ninguém? Que mundo é esse em que se deve viver angustiada e com o pé atrás? Quebrar a cara, todo mundo quebra, mas quem então já tentou nesse momento sorrir e pensar que na próxima vez não será assim?
Prefiro então viver em um mundo paralelo, no meu mundinho por assim dizer, acreditando que no fundo todo mundo é bom, que a pessoa que os outros chamam de “má” possa talvez ter se tornado assim por falta de oportunidades, ou as vezes até por sobra delas. Acredito que nunca deve-se negar um sorriso a alguém só porque tu não o conhece.
Ainda sonho com o dia em que possamos sair sorrindo para estranhos na rua, considerando isso natural, pois querendo ou não, eles são praticamente iguais a ti.
Utopia? Não custa sonhar...
Exagerada toda vida, sim... sou eu, sempre fui do tipo que se ama,a ama mesmo, sabe, não consigo esconder nem ter falsos amores e valores, grito meus sentimentos, vistos que sempre puros e verdadeiros... não tive muitos amores, mais estes q me tiveram sem dúvidas foram amados e muito amados, nunca ouvi dizer que amor se acaba, quando ele é verdadeiro, continua vivo mesmo que seja só em uma lembrança, uma música, um sorriso despercebido! Eu sofro muito por gostar demais e tá hoje não encontrei quem compartilhasse esse sentimento comigo, as pessoas pra mim não são facilmente substituídas. Eu me apego demais as pessoas, e sim, sofro com isso pois vivo num mundo onde pessoas descartam pessoas, não tenho muitos amigos, mas tenho os melhores... Não sou perfeita e estou longe de ser, aliás onde mora a perfeição... sabe nem quero saber! Só quero ter a certeza de que estou seguindo meus instintos, meus princípios meus valores, amando, sofrendo e tendo forças para amar novamente, sorrir novamente... Mas sendo sempre Eu, para que no final eu não me arrependa de nada, e que eu possa dizer que valeu a pena sim, e eu nunca deixei de ser EU!
A.M.A
30 dias pros meus 22!
Hoje me sinto cada vez mais motivada, hoje entendo que não devo ser empurrada pelos meus problemas, mas sim motivada pelos meus sonhos e objetivos!
Somos nós, fantasmas do underground, ou a própria marginalidade em si, quem criamos o novo, abrimos as percepções, provocamos, incomodamos, insurgimos.
Somos humanos, temos de crer nisto. Somos animais, somos espécie, por mais evoluída (os naturalistas podem achar que menos) que seja esta espécie, funcionamos como todas as demais da fauna terrena, nosso impulso primordial é a perpetuação. Com sete bilhões de pessoas habitando, neste exato momento, este mundo, a raça humana pode dispor de mim para sua continuação (imaginem, neste mesmo exato momento, quantas crianças estão sendo geradas, nas alcovas do mundo afora).
A musa é aquela que ainda virá
e saberá disso quando me vir,
estático,
trêmulo,
excitado de tanto não saber.
Sentir a poesia é algo entranho a quem lê, que transforma os versos e as imagens para a realidade de sua fantasia, e assim, o que lê não é a poesia que o poeta escreveu, é a sua, criada no momento em que leu.