Vinho: textos e poesias que celebram sua essência
VINHO
Escorre na taça o fim do dia
Num buquê de chuva que cai
A consciência então se inebria
Em goles de saudade que abstrai
E nesta sonolência complexa
Relaxa o sonho no tinto vinho
Quando faz a quimera perplexa
E os pensamentos em desalinho
Mergulho no meu eu, sem data
Nada encontro nem a mim mesmo
É como caminhar em virgem mata
Ou escorrer no meio fio a esmo
Tudo é início e fim de festejada festa
Nos basta: varanda, cachorro e taça
De tinto vinho, sabe-se lá o que resta
Dá-me mais vinho pois a vida passa
Luciano Spagnol
Poetar é uma explosão de alma tão intensa, que nada acalma, só papel e tinta e os conselhos do vinho...
AMOR E VINHO
O amor é vinícola, é poesia
Degustação, prazer, carinho
E, não nos faz ficar sozinho
É buquê, o querer, harmonia
Embriaga de alegria, fantasia
Que transforma, um cantinho
Um eternamente enamorado
O sedutor cochichar baixinho...
Provar do amar e ser amado
Saboreando o vinho!
Como é bom o apaixonado! (Tim Tim)
Assim, branco, tinto, espumante
Total combinação, sentir alado
De ser poeticamente amante!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/09/2021, 10’34” – Araguari, MG
Ser flores, ser vinho, ser peixe, ser mar...ser lua, ser sol, ser pássaro...ser lembrança do teu sorriso, desejo do teu olhar...ser eu me apaixonando nas idas e vindas que a vida dar.
Teu olhar vem em mim como vinho e desabrocha feito mar...entre um e outro nasce o riso, a alegria...deságua a paixão, água corrente banha meu corpo, trás teu cheiro e me carrega para jardins, flores...cheiro teu, invade meus poros, minha pele, suave, quente !
Uma taça de vinho, flores em versos e o maior amor que há. Um amor que o mundo não conhece, que não está escrito...que a história não escreveu. Um amor que nem o tempo, nem o vento foi capaz de apagar, de levar...um amor que o destino traçou errado e colocou eu e você, separados.l
Não beberei mas do teu vinho
Não arrancarei mas tua roupa
Nem sonharei mas com tua cama
Quebrando xícaras
Jogando pratos
Arremessando taças
Jogando garfos
Não brindarei mas com o teu sorriso
Nem farei festa com o teu olhar
Estraçalhando lembranças
Pisando saudades
Rasgando sonhos, jogando fora.
Rasguei casacos, atirei panelas...
Se dá deu, se não deu não dá.
Tudo tem medidas,
Copos
Vinho
Marcas
Se a taça encheu
Transborda, derrama...
Quem sabe
Depois...mais tarde
De novo a gente se encontra.
Não vou a tua festa, não quero do teu vinho
Não vou
Te vê em abraços, em outros...
Não vou.
Sou mas a minha companhia
E por ser você meu melhor prato
Por ser você meu melhor vinho
Por ser você meu amor sonho,
Meu consumo
Por ser você meu vicio
Meu cigarro
Baseado
Meu trago
Por ser você que me leva
Carrega,
Por ser minha festa
Lá vou eu...
Jogo taças, tomo vinho...tento apagar das minhas digitais
o desejo
de tocar teu corpo, abraçar tua pele, senti...
cheiros, dos teus lenções.
Acalmar meus medos, vontade do teu corpo, saudade !
Saudade dos teus olhos, tua voz...
voz que me envolve, me leva em canções.
Saudades...de tudo do nada,
tim-tim
brindo a loucura de amar um sonho
querer o impossível,
cantar minhas vontades de nós !