Vinho: textos e poesias que celebram sua essência
Olha, o sabadão ai, gente...Uhul!
Ah, beba o sábado como se fosse vinho.
Mastigue-o como se fosse boca.
Devore-o como se fosse o outro.
Verá que o domingo nunca chega.
O vinho é como a música, pois ambos tem a magia de nos fazer viajar em nossos pensamentos, nos fazendo alcançar profundas dimensões, com acordes e ritmos que nos aquece a alma, e nos transporta para nosso universo interior, despertando as mais recônditas emoções.
PIGMENTO
O tempo, o vento, uma taça de vinho tinto e um só pensamento... - há muito tento e só lamento, não consigo mais, mesmo que não falte talento, seguir atento, noite dia na ebulição de tal intento. Definitivamente, vivo outro momento. Definitivamente deixo para trás os moinhos de sonhos e argumentos, perdidos nas pás multifacetadas das minhas ilusões prostradas nas sarjetas dos meus tormentos.
Deus está presente em teu coração?
Deixa-O entrar, e tua vida se transformará do vinho para a água.
Viver melhor é aprender a amar o próximo.
Gosto do vinho. É como um batom desbotado, sinal de algum acontecimento, bom ou ruim. É o puro sentimento transformado em líquido, que retorna para nossas almas. O sangue, símbolo de um fim ou de um novo começo. Gosto do vinho, que minhas emoções acalma e assim adormeço.
Em cada vinho que consumo.
Gostas de sabedoria inspiram dentro de mim.
Partículas de amor, saudade, alegria, e paixão.
Todas compartilhadas com sua presença, querido e amado vinho.
Tu és o meu vinho.
Tem a fragrância e delicadeza de um rose, aromas florais e minerais de um vinho branco, teus beijos têm a refrescância de um espumante e são gostosos como morangos, têm a doçura de um vinho de sobremesa.
És o meu encorpado vinho tinto, com taninos presentes, marcantes e inexplicáveis. Assim defino você! Igualzinho a um lindo e precioso vinho.
O tempo e a rotina
Que o dia não corrói
O homem e a raça
A parede e a traça
O vinho e a taça
O bairro e o mundo
O universo e o infinito
Tudo parece mais bonito
Quando as coisas dão certo .
Por certo; tens de crer
Ores querido!
Para que, ao ouvir o bramido
Não seja o teu gemido de infelicidade.
O bairro venceu.
Lástima! lástima, lástima.
Mágoas a lamentar
A plateia não era...
não era definitivamente
minha!!!
050424
SONETO DE INVERNO II
Frio, uma taça de vinho, face em rubor
No cerrado ivernado, pouco se aquece
Um calor de momento, o licor oferece
E a alma velada, enrolada no cobertor
O arrepio no corpo, a infusão apetece
Para esquentar a noite até o seu alvor
Acalorando o alento do clima estritor
Num cálido agasalho que o afeto tece
Ah, ó estação de monocromática cor
Tão Agarradinhas paixões, em prece
Os mistérios, os desejos, os sentidos
Assim, embolado nas lareiras, o amor
Regado de vontade, no olhar floresce
Junho, ventos gelados e frios sonidos
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 junho, 2023, 19'34" – Araguari, MG
Início do inverno