Existência da Vida
"Desconhecemos a duração de nossa jornada, mas podemos acalentar a esperança de eternizar em nossas memórias e daqueles que amamos, cada um dos nossos bons e verdadeiros afetos, então medidos não pelo tempo, mas pela intensidade do seu existir."
Queria estar morto, ou melhor inexistente: Alheio a tudo e a todos, inconsciente sobre a minha condição, indiferente à minha própria indiferença. Não querer, não sentir e não ter necessidade de nada. Imune à dor, livre da escravidão do prazer. Rijo e insensível como uma pedra, invisível como o vento. Um nada absoluto que nada quer, nada sente, nada sofre. Simplesmente um nada!
A religião nos dá algo para acreditar em meio ao caos. A ciência nos dá uma maneira de tentar entender o caos. Já a arte nos dá uma forma de existir além do caos.
Eu me enganei profundamente... imaginei que poderia sorrir e seguir adiante, fingindo que o destino se inclinaria a meu favor. Tracei um plano: almejava metamorfosear meu ser. Abraçar a existência como um ser renovado. Alguém destituído de passado. Desprovido da dor de quem viveu. Mas, a realidade se revela implacável. Os infortúnios persistem, perseguem-nos. Impossível escapar-lhes, por mais que se deseje. Resta-nos tão somente nos preparar para o bem-vindo, para que, ao chegar, o recebamos de braços abertos, pois dele necessitamos... Eu necessito.
A vida são constantes ciclos, onde cada estação traz desafios e aprendizados. Enfrentamos primaveras repletas de oportunidades, verões vibrantes de crescimento, outonos de reflexão e invernos desafiadores que nos fortalecem. Em meio a essa jornada, compreendemos a importância de evoluir. A evolução não é apenas uma escolha, mas uma necessidade intrínseca. Assim como a natureza se renova, nós também precisamos adaptar-nos, aprender com as estações da vida e transcender limites. Na busca pela melhoria, descobrimos a verdadeira essência da existência: o constante movimento em direção à melhor versão de nós mesmos.
Não desista do bem, mesmo quando a dificuldade parecer insuperável. Seja qual for o obstáculo, persista no caminho do bem, pois é nele que encontramos a verdadeira essência da vida. A dor, muitas vezes, é a porta de acesso às esferas superiores do nosso ser, uma oportunidade de crescimento e transformação.
Quando alguém te agride, lembre-se de que essa pessoa não te conhece por dentro. As palavras e ações negativas são reflexos de suas próprias lutas internas. Da mesma forma, os que te desprezam desconhecem tua verdadeira essência, aquilo que te faz único e especial. Não deixe que a ignorância alheia te abale, pois a verdade está dentro de ti.
Pense no bem e esqueça o mal. Cultive pensamentos positivos e construtivos, pois o que alimentamos em nossa mente se manifesta em nossas ações. O tempo é um grande aliado, ele encaminha e corrige tudo. Confie no processo, mesmo nas situações mais difíceis, pois o tempo traz clareza e cura.
Siga em frente, pois a felicidade de amanhã começa no pensamento que cultivares hoje. Mantenha o foco no que é positivo e construtivo. Abraça o ideal elevado, entregando-te ao bem possível em cada momento. Cada pequeno gesto de bondade contribui para um mundo melhor.
Portanto, não desista do bem. Seja resiliente diante das adversidades, pois é na perseverança que encontramos força. A vida é uma jornada de altos e baixos, mas é nas escolhas diárias, nos pensamentos e nas ações que construímos o caminho para uma existência plena e significativa.
"A vida tem dois extremos: a chegada e a partida. O que fazemos no percurso é o que definimos como realização do bem ou do mal"
" Escrever é preencher nas páginas da vida que jamais vamos esquecer, e deixar registrado no livro da existência."
Por mais talentoso ator que você seja na arte de interpretar a vida, ainda assim, será apenas mais uma cópia no vasto teatro da existência. Nós não somos definidos pelas nossas profissões; nós somos mais do que isso, seres autênticos com histórias e essências únicas.
Viver é sentir o momento
Viver é ser nós mesmos,
sem desejar ser outra pessoa,
é sentir apenas o momento,
sem comparar com outros tempos.
Viver é desejar o melhor,
sem desprezar o que se tem,
é compartilhar sentimentos,
buscando o bem próprio e alheio.
Viver é ter capacidade para recomeçar,
pintando cada dia com novas cores,
porque repetir hoje o que foi ontem,
é refazer sempre a mesma tela.
Viver não é ser escravo do passado,
ou apenas um sonho do futuro,
mas se alimentar do presente,
para ser autor da própria história.
É preciso encontrar a fonte da energia que transforma, valoriza, entusiasma e nos dá alegria de viver.
Nós somos responsáveis pela nossa própria vida, e temos que aprender a controlar os nossos sentimentos, e não o das outras pessoas.
O exercício diário da gratidão não é tarefa fácil, como pode parecer à princípio. Mergulhados que estamos na ilusão desta vida, na maioria da vezes nem nos damos conta da maravilha que é experimentar esta existência e tudo que dela podemos aprender e desfrutar.
À medida que o tempo passa, a maioria das pessoas acrescentam apenas anos a suas vidas. Por isso, viva de tal forma que mais que anos, você possa acrescentar vida à sua vida, agregar significado, valor e experiência a ela, fazendo de cada dia um dia novo, um dia único, um dia a mais e, ao final de cada ciclo, você possa olhar para trás e se orgulhar de ter vivido e não apenas ter passado pela vida com uma existência vazia.
<Coca-Cola com veneno de rato e limão capeta>
Morri aos quinze anos de idade.
Não me lembro muito bem do motivo da minha morte na ocasião.
Na noite daquele fatídico domingo,
abraçado com a enorme dor que me consumia,
saltei umas dez vezes do cume mais escuro da minha existência.
Enquanto eu caía,
pude sentir as dores nas vozes gritadas
e o sofrimento nas distorções das guitarras insensíveis e frias
que ressoavam tristes enquanto vibravam e reverberavam
através dos meus fones de ouvido.
Os mesmos fones que me protegeram em vida
e que se espatifaram mudos na solidão do meu travesseiro,
na agonia da minha jornada de pesadelos madrugada adentro,
até o desembocar na segurança da manhã seguinte,
quando o sol veio me consolar.
De todas as dores sentidas à época, a de segunda-feira,
dia seguinte ao incidente, foi a mais dolorida.
Mais até do que a dor da véspera, em tom de despedida.
Pareceu-me a morte, pareceu-me que não pararia, pareceu, parecia...
Nada comparado às feridas de agora, é claro, nem à escuridão de ontem.
E pra minha infelicidade, duas décadas depois, o meu corpo ainda está em queda livre.
E a escuridão que me habitava as noites, jamais se fez luz, um diazinho sequer.
Pior... Agora dá expediente também durante o dia.
Hoje, faz vinte e um anos que morri pela primeira vez,
e desde a minha última partida, essa é a primeira vez que comemoro em vida.