Vida e Morte
A sedução pela morte está na mesma proporção em que a vida torna-se medíocre. Lutar contra é em vão, pois ela sabe o quanto você já está cansado da sua própria insignificância.
A transição da morte se dá no túnel do tempo para um novo ressurgimento. Somos seres mutáveis em constante transformação, somos metamorfose ambulantes nesse caminho, que ao sairmos do casulo (corpo) vamos pousar como borboletas nas mãos de Deus...e Ele nos sopra novamente onde somos acolhidos no círculo gestacional da vida.
A culpa da morte é a vida.
Primeiro veio a vida, ai ela viu que precisaria morrer para sobreviver.
Assim, à morte foi incumbida a manutenção da vida, até mesmo o simples ato de alimentar a vida --com morte-- foi dado à morte.
A vida é alimentada pela morte, com a morte.
A culpa da morte é a vida.
E os abutres não estão aí pela carniça, são atraídos pela crueldade imoral da vida com a vida.
Não deveria a morte ser temida, mas a vida, pois nela está todo o sofrimento, todo o maltrato, todo o estúpido humano.
E mesmo assim a vida sempre será, "la vie en rose".
A morte pode ser mais que o fim da vida, vindo se tornar a esperança para aqueles que espera por uma segunda chance de vida.
O que tu queres? Instinto de vida ou de morte?
Queres me conhecer ou me matar?
Queres me conhecer ou me derrubar?
Queres me amar ou me odiar?
Queres construir comigo ou destruir tudo que construí?
Queres somar ou me diminuir?
Queres me erguer ou pisar em mim?
Queres acreditar em mim ou fazer eu desacreditar em mim?
"Quem gosta de dar vida a melancolia, seja feliz nesta escolha. Eu escolhi a vida e não a morte (escuridão)."
Eu vi a morte, ela não é como dizem. Ela é silenciosa, rápida é não deixa vestígios ou rastro de vida. Ela anda pelas estradas do mundo, os anjos de Deus são os únicos capaz de livra-nos de suas mãos. Não faças planos quando a morte te visitar, na agonia da morte reconhecemos o quanto somos errados, até planos de mudanças fazemos. Porém isso se faz na plena vida, não na beira da morte. Esse é o maior erro do ser humano deixar Deus para ultimo dia.
Grand Finale: Vida e morte em quatro quartos. (25 - 50 - 75)
No final do primeiro quarto, aos 25 anos, aproveitando ou não, deixamos para trás na vida, a verdadeira e real melhor idade. Após termos curtido uma feliz infância, sobrevivendo as turbulências da adolescência, galgamos a maioridade. Lançado nosso barco em alto mar, só nos restou navegar, pois já desperdiçamos nossas melhores oportunidades do nosso tempo, ou não, no primeiro quarto. O gato tem sete vidas, nós só temos quatro quartos. E no primeiro deixamos nossos brinquedos, nossa melhor bicicleta, nossa linda namorada, todas nossas maiores aventuras, nossas bolas de gude, todas aquelas alegres tardes no parque, nossas cafifas, nossas bolas, nossos skates e patins, nossos melhores tablets, quiçá, nossos melhores amigos.
No final do segundo quarto, aos 50 anos, já com filhos da idade do nosso primeiro quarto, ou mais, ofegantes de tanto trabalhar e saudosos do que perdemos de vitalidade, somos aconselhados a tomar suplementos energéticos, pois tudo já vai começar a despencar, daqui até a metade do quarto seguinte, ninguém mais nos segura.
No final do terceiro quarto, aos 75 já estamos bem desgastados, mas bem experientes e velhos, o suficiente, para sermos considerados sábios e bem pacientes, em todos os sentidos, pois é neste momento que descortinamos todo o universo, como se o mundo estivesse na palma de nossas mãos, já bem delicadas, mas compreendendo como tudo funciona, de verdade, sem crer mais em todas aquelas mentiras que, desde a tenra infância, fomos obrigados a acreditar e engolir, goela a baixo, sem sequer poder pestanejar.
Quarto quarto, bem, duvido que a maioria esteja viva neste último quarto, este foi reservado aos possuidores de juizo perfeito, que cuidaram da saúde desde a primeira infância, ou tiveram pais inteligentes ou geneticamente saudáveis e não jogaram esta parte da vida fora, quando iludidos foram por falsas curtições com bebidas, cigarros e alucinógenos mil, inclusive os que, suposta e prejudicialmente, lhes forneceriam asas, sobrevivendo talvez a algum naufrágio do passado. A esta altura do campeonato estaremos todos mortos e caminhando para o devido esquecimento do que, para a maioria, foi uma inútil e miserável vidinha, só nos restando dormir, para sempre, sem ir para lugar nenhum, muito menos lá em cima, uma vez que estaremos todos sem nossas lembranças, sem cérebro e coração, a energia pifou, restou nada para sonhar, melhor esquecer, inclusive dos impostos para pagar, ou não, quem sabe não vão nos cobrar no enterro pela rasa cova, já que nem um crematório público, decente, existe neste país, mas isto já fica para outros cuidarem, fechem a tampa que vamos todos dormir. Ave Caesar morituri te salutant.
Autor: José Elierre do Nascimento
Quando alguém se nega a pensar na morte, ele está senão mostrando-se indisposto a amar a vida, e se negando ao preparo final.
Mais um texto fadado ao insucesso!
Deveríamos encarar a morte por uma perspectiva natural pois é isto que ela é, faz parte da vida.
Você nasceu, cresceu, se tornou adulto e teve que descobrir como viver, com quem casar, quantos filhos ter, como educá-los, como envelhecer.
Mas já parou para se perguntar sobre como lidar com a morte, seja ela prematura ou na velhice?
Todos sabemos viver e que hábitos saudáveis podem nos dar mais uns anos de vida.
Para quê? Com que finalidade você quer viver mais, se com oitenta ou noventa anos não poderá fazer nem uma fração do que foi capaz enquanto jovem ou adulto e em muitos casos terá que ser ajudado por um cuidador ou cuidadora?
Muitos preferem evitar o assunto morte. Esquecem que a violência está à nossa porta ou que podemos morrer vítimas de um acidente a qualquer momento.
E por falar nisso, o que é morrer de velhice? Ter uma morte saudável?
A morte faz parte da vida. Se não morrermos agora em decorrência de uma fatalidade, morreremos mais tarde em decorrência de alguma doença que já pode estar crescendo dentro de nós ou que aparecerá daqui a uma década, ou mais, dependendo de sua idade.
Não importa em que entidade divina você acredite, o que come ou deixa de comer, quem você ama ou por quem é amado ela virá, pode ser hoje, pode ser daqui a muito tempo.
Você acha que será melhor ser surpreendido do que estar preparado?
Muitas vezes sou recriminado por escrever o que penso sobre a morte.
Eu não perderia esse rico assunto, um dos melhores para observar e refletir sobre a vida.
Como podem ver, estou falando de vida!
A morte tem uma agenda de visita a que nenhum mortal tem acesso. Muitos passam a vida esperando a morte chegar e ela não chega. Outros, por serem jovens, fortes e cheios de vida, desprezam a morte, e julgam que ela vai chegar para eles só depois de muitos anos e nessa despreocupação, quando menos esperam dão de cara com ela na esquina.
A Vida nos ensina: Se tentar-me entender irá sofrer... Viva antes que minha irmã “A Morte” enciumada beije a vossa face no descuido da próxima esquina.
Vivem instantes e num instante nada viverão.
Até na morte amarei, nada breve esquecerei, sei que nunca morrerei!
O jovem que curte as drogas não curte a vida, mas a morte!
O jovem que curte Jesus curte a vida verdadeira, plena e eterna.
... Não seria a morte uma barreira invisível, intransponível, intangível e que nos leva ao limite de todo nosso ser?
ou seria a morte um obstáculo que para ser vencido precisa se conhecer e se perder nesse paradoxo inexorável...
eu venci a morte e ela me venceu, agora somos um... sincronizados pelo fim da batida incessante dentro do meu peito...
agora jaz o vazio e o fim de todas as coisas, de certo, ainda que sem vida...
Será este o fim?
Pena não me lembrar do começo...