Vida e Morte
A vida,
ida,
sem saída.
A morte,
uma sorte
esculpida,
da vida.
Ida sem volta.
Volta sem vida.
Uma vida
vivida.
Sonhe com a morte,
Despeça da vida,
Cultive a sorte,
Anuncie sua ida,
Pra que a morte possa olhar
Abro a minha vida inteira
Observo e aprendo diante o sol
Deixando os galhos da minha vida secar
Pálida Morte, o que a precede?
Profana e desleal, a morte é o aborto da vida. Um caminho poeirento e sinistro, a estrada do além. Entidade fantástica, jaze a mente insegura dos incautos. Há olhos argutos sob o funesto capuz, olhos que tudo veem. Seu sorriso no entanto, é sem vida, revela natureza vil. O instrumento curvo de ceifar, aniquilador de almas, concerne o mais terrível pesadelo. Sua fome é voraz, seu desejo; incalculável. A vida é a afirmação veraz de um sinistro presságio, e a profecia da morte é mal agouro, um nefário acidente. Ainda que bela e abastada de esplendor a vida têm seu propósito, está ligada a um desfecho ordinário, ou talvez, à súplica dolente. Lançada ao desatino, ao labor insano, ela está em cada esquina, ubíquo, sem descanso.
O que a precede? O sopro da vida!
Oh Deus!
Faça-me forte como a morte
Muda a minha maldita sorte
Tira o sofrer do meu viver
Não quero mais dor
Nem desejo amor
Só quero paz, paz, paz...
Eu vou morrer. Tenho certeza disso. A morte é o último estágio da vida e certamente passarei por ele. Mas, antes de morrer, quero ter aproveitado muito essa vida. Quero ter aproveitado,quero ter arriscado, quero ter errado, aceitado... vivido! Quero olhar para o passado e falar para mim. 'Cara, como vivi!'. Posso morrer em paz comigo mesmo.
O que vem depois da morte? Com tanta beleza que a vida tem a mostrar, essa é a última pergunta a qual desejo saber a resposta.E assim será.