Vida e Morte
Infância
Um fato importante sobre nós é que todos já fomos criança um dia, pode ser que por algum acaso do destino alguém não se torne adulto, mas já nasce na melhor fase de todas, Deus sabe o que faz. Nascemos com uma dependência total dos outros, mas como tudo na vida, isso tem algum sentido. Somos alimentados, cuidados, banhados e acariciados, mesmo que após alguns anos nossa vida não seja feliz, lá no início, na gênese de cada um provamos do doce fruto do amor, a semente foi plantada, cabe às experiências vividas fazerem a semente florescer ou não. A medida que crescemos, vestimos a roupa de adulto, a criança cada vez mais ficará sufocada em meio a tantas obrigações, a criança fica encarcerada, triste, ela sente saudade do amor que lhe foi dado na infância, mas a criança ainda vive envolta nesse turbilhão de responsabilidades, cabe a cada um deixar a criança sair ou não.
Veja-me sempre no transcender da tua própria singularidade, ou ver-me-á com as lentes de tuas idealizações, sentimentos e vivências; não se abstendo de si, verás meu semblante como um espelho distorcido e, quando a tua ilusão se extinguir - dado o caráter efêmero da utopia - derramarás tua culpa sobre mim ainda que saibas, medianamente, que toda a responsabilidade pertence-te. Então tu te emergirás na inautenticidade, apanhando todo e qualquer entretenimento que torne mais inconsciente o teu autossacrilégio a ponto de, no acúmen da cegueira voluntária, sofreres da morte - a mais angustiosa morte - aquela que se efetiva contígua à vida.
A vida tem espetacularmente cada vez mais um preço fictício mais alto e choros cada vez mais breves e temporais bem próximos da corriqueira contumaz banalidade em uma sociedade atônita, indefesa e letárgica perante tanta corrupção, impunidade, insegurança e ilegalidade. O pedido de justiça só perdura provisoriamente em tempo limitado, enquanto arrebanha votos oportunistas, remarcam antigas bandeiras ou vendem mais revistas, noticias e jornais.
Mesmo que as mãos, que eu peço, não se estendam, por àquilo que espero: EU SEI QUE CHEGAREI "LÁ".
Com elas, ou sem elas.
Calma! Ser normal hoje em dia, no Brasil, não te fará permanecer ilibado (a).
De fato, o dom, de ser artista, em inúmeros gêneros e facetas, é um dos mais poderosos escudos, ante essa normalidade caótica atual.
Na vida, ninguém é perfeito (a), mas, a partir do momento que encontramos uma pessoa que, completa com qualidades os nossos "defeitos", a nossa vida segue na soma, e não na falência.
Chama de consolo
Sentei-me à beira da cama
Um cigarro em meus lábios
O frio retraindo meus vasos
A me aquecer só o fumo e sua chama.
E como um grito no vazio, suplico
Universo, querido, por que comigo?
Bem sabes que sou fraco
Sabes que não tenho abrigo
E que deste mundo amargo, infelizmente sou mero inquilino
Por que entregas a mim este amor inimigo?
Dentre tantos pensamentos onde poderia estar
Vejo tornar-se inferno o que um dia me foi riso
Agora colmado de conformidade
Meu destino não resume-se a um altar
Se meu calor interno já não basta
Se sinto a vida deixando-me ir
Se o que acrescenta também maltrata
Ainda assim não consigo deixar partir.
Thaylla Ferreira (Sou nós)
Ela gritou tão alto
Não tinha ninguém para ajudar
A porta fechada a luz apagada
Sentada no quarto só sabia chorar
Seus olhos tinham um brilho profundo similar a solidão
Achava que o fim era a única solução
Os sonhos acordados eram pesadelos fantasiados
E não sabia quem era o culpado
E do lado só podia lamentar
Como isso aconteceu, era algo que não queria lembrar
E no cotidiano automático, nada podia aliviar
Quem saberia que ia ser assim
Não era um teste, apenas fatos reais sem fim
Podiam até contar, mas morreria antes de começar
Talvez ela encontre uma solução
Seus olhos sangravam e diminuía sua emoção
Ninguém sabe o que aconteceu
Mas tava acontecendo, sem nenhuma razão.
<Coca-Cola com veneno de rato e limão capeta>
Morri aos quinze anos de idade.
Não me lembro muito bem do motivo da minha morte na ocasião.
Na noite daquele fatídico domingo,
abraçado com a enorme dor que me consumia,
saltei umas dez vezes do cume mais escuro da minha existência.
Enquanto eu caía,
pude sentir as dores nas vozes gritadas
e o sofrimento nas distorções das guitarras insensíveis e frias
que ressoavam tristes enquanto vibravam e reverberavam
através dos meus fones de ouvido.
Os mesmos fones que me protegeram em vida
e que se espatifaram mudos na solidão do meu travesseiro,
na agonia da minha jornada de pesadelos madrugada adentro,
até o desembocar na segurança da manhã seguinte,
quando o sol veio me consolar.
De todas as dores sentidas à época, a de segunda-feira,
dia seguinte ao incidente, foi a mais dolorida.
Mais até do que a dor da véspera, em tom de despedida.
Pareceu-me a morte, pareceu-me que não pararia, pareceu, parecia...
Nada comparado às feridas de agora, é claro, nem à escuridão de ontem.
E pra minha infelicidade, duas décadas depois, o meu corpo ainda está em queda livre.
E a escuridão que me habitava as noites, jamais se fez luz, um diazinho sequer.
Pior... Agora dá expediente também durante o dia.
Hoje, faz vinte e um anos que morri pela primeira vez,
e desde a minha última partida, essa é a primeira vez que comemoro em vida.
Desabrochar da vida
Envelhecer também é uma forma de fazer poesia;
Envelhecer é a descobrir o mundo que nos rodeia;
Envelhecer é conhecer a nós mesmos de forma completa;
Envelhecer é aprender a amar verdadeiramente pois o tempo de meios amores já se foram;
Envelhecer é conhecer a dor da perda por isso valoriza cada pessoa ao teu lado;
Envelhecer é conhecer o valor do tempo, por isso aproveita todos os instantes de forma intensa;
Envelhecer é simplesmente a poesia da vida.
Quando há existência
Cromossômica, a única
certeza que resta é que, os
descansos são obtidos:
Na Dormida ou Na Morte.
Fora isso, tudo é batalha.
Finitude
Nascemos sabendo que vamos morrer, mas a consciência sobre este fato na maioria das vezes vem tarde demais.
Entender que somo finitos não significa fechar-se para a vida a espera da morte, mas sim viver para que o tempo que nos for dado seja de paz e plenitude em tudo aquilo que possa nos fazer bem.
Todos queremos paz, mas vivemos guerras pessoais com inimigos que criamos ao longo da vida. O pai e a mãe que não nos deixam fazer o que queremos, o professor que nos persegue, o chefe que não reconhece o nosso valor, a pessoa que escolhemos para ser par que nos sufoca, os filhos que consomem nossas forças e limites. Mas o que seria do nosso tempo sem todas estes momentos para serem superados?
Enfrentar cada momento como uma oportunidade para realmente ter paz e felicidade é possível?
Acredito que sim, pois a forma como olhamos e lidamos com as adversidades diz muito como vamos enfrentar o momento que a morte se mostrar mais próxima, quando o remorso e o lamento darão espaço para a gratidão e paz para encarar o que será inevitável.
Buscar a todo instante realizar nossos sonhos, mas sempre olhando para frente e aproveitando cada instante,e principalmente olhar o outro com empatia.
Passar a vida lamentando o que não deu certo, só nos faz perder tempo e nos impede de ver a beleza que é acordar todos os dias e ter a chance de buscar realizar nossos sonhos.
Dizem que nunca é tarde para mudar, mas é melhor não demorar. Não sabemos quanto tempo nos resta.
Finitude não significa paralisar-se. Finitude significa viver em harmonia, cultivar alegria, espalhar amor, olhar para frente sem medo e com a certeza de que estamos fazendo valer a pena cada segundo.
A vida é muito mais que esperar que o amanhã traga o que queremos, a vida é viver o hoje com determinação e busca pela realização. E quem fica lamentando o que não fez ou o que não tem, com certeza sofre mais. E como cada momento merece ser tratado com carinho, não o desperdice com lamentos.
A ordem é ser feliz enquanto dure.
O que é a vida senão um raio que cruza os céus e toca o chão, na mesma velocidade em que podemos piscar os olhos. A maioria das pessoas desconsidera a hipótese de refletir sobre o fim da vida, a “desconhecida” morte. Pouco se fala sobre isso, temos medo de “atraí-la”. Vemos alguns vivendo como se fossem durar para sempre, desperdiçando a grandiosa oportunidade de viver. Por que viver causando mal ao estar ao próximo? Por que viver querendo ter a vida, a família ou o patrimônio do outro? Ou até mesmo, por que viver desejando o mal para outras pessoas? Se houvesse preocupação com a própria vida e as próprias atitudes, muitos se tornariam seres “mais evoluídos” e pessoas melhores. Mais aqui estamos, jogando nossas vidas fora, dia após dia, gastando nossa saúde e energia admirando o que a maioria diz ser o melhor, a verdade absoluta. Além disso, passamos anos nos preparando para ganhar espaço na elite social, e encher nossos bolsos com dinheiro. Patrimônio esse que de nada adianta se não tivermos equilíbrio, sabedoria e saúde. Pois bem, sempre há tempo para mudarmos nossas concepções, desde que haja vida, vida para ser vivida.
O homem nasce com duas certezas na vida
A primeira é que algum dia ele vai amar!
E a segunda é que algum dia ele vai morrer!
Aquele que odeia des-existe. Desiste de ser, pois existe para não viver, e sem amor resta-lhe apenas des-existência. E nesse estado há apenas a morte como cenário para a vida.
Aquele que odeia traz em si a obsessão de que só terá vida plena quando for compensado pela perda causada. E quando esperar em Deus não é mais uma opção no coração de quem odeia, parte então para o justicismo.
Então vem a morte daquele que intenta o mal. Causar danos ao “inimigo” vira o objetivo da “não vida”.