Vida e Morte
Desilusão
Mas eu apenas sorri
Sem forçar
Apenas ouvi
O sussurro que vinha de dentro;
Apenas sorri
E o olhar da mulata também
E olhei, cantarolei
E o sentimento voou mais além;
Essa triste melodia que sai de mim
Define o mar de emoções que se esconde
E o choro leva o pesar que está no meu peito
Quero voar para os teus braços, querida
E me alimentar do teu amor
Respirar tua essência
Sentir teus prazeres, decifrar teus enigmas...
Mas essa distância ilude um desesperado coração
Vítima da desilusão
Não seja a vida, querida
Que se desfaz de todo sentimento verdadeiro
Ah, esse meu coração!
Há aquela velha e boa fábula que conta a história do menino que sempre alarmava um falso ataque do lobo às brancas indefesas ovelhas. O Pastor, prestativo e atento, sempre acreditava nos falsos avisos do garoto. Quase sempre, um dia o Pastor se cansou. Justamente no dia em que o ataque era verdadeiro. O menino desesperado gritava pela ajuda do Pastor enquanto as ovelhas eram mortas.
Outra versão da fábula, mas com o mesmo efeito moralizante, é a do beija-flor que sempre dava enganosos alertas de incêndio na floresta. A inconsequente ave divertia-se ao ver toda a fauna mobilizar-se a fim apagar o que nunca existiu. Até que um certo dia... todos sabemos o que aconteceu.
Transpondo a fábula à realidade, apesar de não ser o garoto ou o beija-flor, por muito tempo emiti falsos sinais. Distribuí indícios e promessas de algo grandioso. Expressei, amiúde, (com uma dissimulação de fazer inveja a Capitu) sentimentos de bem-querer. Manifestei e fiz transparecer um amor sem começo nem fim.
Tal como o beija-flor ou o garoto, talvez tenha agido com o intuito de suprimir a pungente pequenez a que estava fadado. Fomos, eu e meus personagens, por muito tempo o centro das atenções. Nos divertíamos às custas da credulidade alheia. Crédulos que, por inocência ou ignorância, sempre guardavam na memória lembranças daquilo que, de fato, nunca existiu. Exceto em sonhos.
Hoje, por ironia do destino, minha história vai terminando como a de meus caros companheiros, o garoto e o beija-flor. Somos iguais em descrédito e desgraça. Hodiernamente, por mais sinceras e eloquentes sejam nossas palavras, ninguém mais dá ouvidos a elas. Eu não matei nenhuma ovelha. Quero, assim como o Pastor, cuidar do meu rebanho de um só exemplar. O que, no entanto e infelizmente, é impossível. Transformei-me no Lobo da história.
Eu tampouco quero apagar essa chama que sempre fantasiei ter, mas que só agora a conheço verdadeiramente. [Almejos sem meios. (Sonhos vãos). Não voltam.] O beija-flor que sempre fui, apesar de ter experimentado tantas rosas, apaixonou-se por uma flor intocável. Delicada demais para um lobo; grande demais para um pequeno e dissimulado beija-flor.
E o final dessa história... eu quero mudá-lo.
Nem todas as flores têm a mesma sorte: umas nascem para enfeitar a vida; outras, a morte.
A árvore da vida pode até dar frutos quando estamos vivos, mas só iremos desfrutar da sua sombra na morte
O problema é que a gente espera tanto de nosso semelhante e o mesmo espera da gente...e nesse ínterim as almas continuam caminhando de costas umas para as outras e com passos lentos para trás a vida vai passando esperando a morte chegar...
Todos nós somos dispensáveis. Sobretudo os que se acham insubstituíveis. É só consultar as leis da natureza para confirmar.
Ás vezes, anseio partir...
Eu queria poder viajar
para longe deste lugar (aqui),
onde os amores nos deixam
e os amigos se afastam...
ir para além das realidades
que am mim se encrostam,
como se fossem
criaturas minhas.
►Mamãe Me Disse
Mamãe me disse que eu jamais deveria ter nascido
Mamãe também me disse que eu deveria ter morrido
Ela disse algo sobre métodos contraceptivos,
Que resultaram em um erro desenvolvido,
Que eu não sou seu filho
Acho que mamãe está brava comigo
Ela me mandou ir brincar lá fora,
Mas quando voltei, já havia escurecido
Mamãe havia me deixado sem blusa,
Eu estava morrendo de frio.
Gosto muito da minha mamãe
Ela sempre me deixa comer aquele pão macio
Deve ser por que ainda sou um bebê, deve ser isso
Mamãe já me deixou brincando por horas no celeiro,
Mas quando eu choro, ela não vem correndo
Penso que ela talvez esteja ocupada, ou atrasada
Mas, eu continuo gostando muito dela
Quando me bate, eu peço desculpas a ela,
Pois não quero vê-la zangada, por isso eu fico fora de casa.
Papai não mora mais com a gente
Ela me culpa, mas sei que não é de coração
Ela me disse uma vez que, quando eu nasci,
Destruí a união
Não sei se mamãe está brava, ou assustada
Agora ela está insistindo para que eu coma o pão
Perguntei o que é o pó branco sobre ele,
Ela só disse que é açúcar e segurou minha mão
Mamãe me ama, eu sabia, quando e crescer,
Vou dar a ela uma mansão.
A vida foi feita para que cada um possa escrever a sua história, mas se não aproveitar o tempo dado, não dá nem para deixar um curto bilhete de recado.
O bebê que estava na barriga foi colocado ao berço.
Ele saltou do ao chão e saiu engatinhando de quatro e segurando-se pelas paredes dando os seus primeiros passos. Ele foi até a porta saiu para brincar com os amigos, depois da escola e logo voltou ao trabalho. Dobrou a esquina e trouxe consigo a primeira namorada, que tornou-se sua esposa. Voltou e bateu a porta ao lado de seus dois filhos. Já com seus cabelos prateados, segurava já um de seus netos tão amados. Segurando aquela criança percebeu que a vida foge tão rápida quanto uma piscada, e passa apressada que dá para ser contada em poucas palavras.
Não há nada mais cruel que o relógio da existência.
Ele dura pouco e quando ele para não tem jeito, tudo está acabado.
Sua mais cruel característica, é que seus ponteiros não voltam, o que passou já se foi e não há como retorna o tempo. Cabe aos que dele dependem aproveitar cada minuto em quando o seu ponteiro gira. Não se esquecendo de uma coisa, o que vale é o tempo presente, pois, a próximo bater do ponteiro pode não mais existir.
Existe terra seca, sem vida.
Tudo foi devastado, não restou nada.
Não há nada, tudo foi acabado.
Quem ver de longe e até de perto, pensa está tudo normal.
Porém, ali não há vida.
Só quem sabe que ali nada existe, é quem ver por dentro.
Quem vê de fora, achar que ali algo existe;
Quando na verdade, o que restou foi a casca externa.
Pois lá dentro, nada mais existe e nunca mais será.
Mesmice
Depois de um determinado tempo, acabamos por notar que os eventos se repetem, não estou falando apenas numa escala anual, mas mensal, semana e quem sabe até diária. Ficamos frente à frente com o marasmo, o comum, o cotidiano em si acaba nos tornando apáticos, é nesse momento que um antigo sonho humano acaba por não fazer muito sentido, o sonho de ser eterno, abandonar a possibilidade de abraçar a morte, a qual nos aguarda de braços abertos, não sabemos onde, não se sabe quando, não parece mais tão atraente. Será que o sentido da vida é escrito em cima do manto efêmero pelo qual a vida foi tecida? Deve ser por esse motivo que os Deuses da mitologia grega sempre são retratados como seres entediados, condenados à eternidade, que acabam encontrando na humanidade uma forma de passar o tempo, experimentando os prazeres humanos, mesmo aqueles os quais não são dignos de orgulho. Altos e baixos, alegrias e tristezas, vida e morte. Será a morte uma dádiva tão grande quanto a vida que nos foi dada? Não sei, deixo a resposta com vocês.
Pode apagar a luz Celestial.
Já não há mais sentido brilhar.
A reflexão do prisma humano sai escura.
É tão denso o que há na alma.
A calma que se desprende.
Um fóton por segundo se desfaz.
Já não há mais sentido continuar a brilhar.
De tanto do quanto se busca,
porém, tudo por isso se acaba.
É tão densa as trevas, que nem faz sentido brilhar.
Todo o Amor Expressado é Desejo.
Nada é de forma Ágape, por si só: Caridade.
O desejo é reflexo da própria carne: malícia e maldade.
►Nunca Mais
Não quero mais sentir essa dor
Essa dor doí de mais
Quero que alguém diga que ela vai passar
Uma lágrima caí a cada sopro
Sinto que estou me tornando um encosto.
Não quero mais sentir
Quero deixar de existir
Perdi a conta das vezes que me feri
Não quero mais viver aqui
Que as chamas me consumam e me destruam
Minha lágrimas ardem meus olhos
Essa dor não quer ir embora.
Meu sangue está envenenado
Meus lábios perderam aquele tom avermelhado
Minhas pupilas se dilataram
E, minha pele está morta como um fantasma
Minhas mãos está fracas,
A visão tornou-se embaçada
Como se fosse um lembrete,
Me lembrando que estou chegando no fim da estrada.
Nunca pensei que poderia morrer sozinho
Que alegria, ninguém me verá assim
Sempre fui só, morrer assim é bem melhor,
O fogo transformará meus ossos em pó
Matei todas as lembranças de falsas esperanças,
Falsos amores, falsas amizades, que murcharam flores
Me alegro em morrer em paz,
Sem estar rodeado de abutres só esperando para me comer.
eu sinto, por mais que existam pessoas ao meu redor, eu vejo, mas não as sinto, isso não vai embora, por mais que eu tente, nada muda, mas eu preciso, isso não faz sentido, você não compreenderia a menos que sentisse o que eu sinto, aquele vazio, que nada preenche, já tentei de tudo, mas nada adianta, por favor, eu te imploro, me faça sentir algo, ou acabe com isso logo, eu não quero morrer, você não entende? a vida é boa, eu gosto dela, não amo a morte como você pensa, eu apenas a aceito, porque é uma realidade, naquele momento ninguém realmente quer morrer, não romantize a morte, você nem a conhece, não a encare como o fim, ela pode muito bem ser apenas o começo, mas a vida... Ah! ela você conhece, talvez tenha uma visão errada sobre, porque você não sabe como usá-la, eu sei, eu passo por isso, porque me falta algo, talvez falte a você também, então pegue a minha mão, segure firme, vamos descobrir o que falta, talvez esteja na nossa frente, então vamos abrir os olhos, eu sei, não é fácil, mas, eu acredito que vai dar certo , vamos acabar com isso de uma vez, vamos enxergar a vida da forma certa, ela é curta de mais, vamos rir, chorar, mas sem desperdiçar suas lágrimas, vamos se amar, sem perder tempo com brigas e discussões, vamos cantar, que no fim, tudo vai ficar bem.