Vida e Morte
Chama de consolo
Sentei-me à beira da cama
Um cigarro em meus lábios
O frio retraindo meus vasos
A me aquecer só o fumo e sua chama.
E como um grito no vazio, suplico
Universo, querido, por que comigo?
Bem sabes que sou fraco
Sabes que não tenho abrigo
E que deste mundo amargo, infelizmente sou mero inquilino
Por que entregas a mim este amor inimigo?
Dentre tantos pensamentos onde poderia estar
Vejo tornar-se inferno o que um dia me foi riso
Agora colmado de conformidade
Meu destino não resume-se a um altar
Se meu calor interno já não basta
Se sinto a vida deixando-me ir
Se o que acrescenta também maltrata
Ainda assim não consigo deixar partir.
Thaylla Ferreira (Sou nós)
Ela gritou tão alto
Não tinha ninguém para ajudar
A porta fechada a luz apagada
Sentada no quarto só sabia chorar
Seus olhos tinham um brilho profundo similar a solidão
Achava que o fim era a única solução
Os sonhos acordados eram pesadelos fantasiados
E não sabia quem era o culpado
E do lado só podia lamentar
Como isso aconteceu, era algo que não queria lembrar
E no cotidiano automático, nada podia aliviar
Quem saberia que ia ser assim
Não era um teste, apenas fatos reais sem fim
Podiam até contar, mas morreria antes de começar
Talvez ela encontre uma solução
Seus olhos sangravam e diminuía sua emoção
Ninguém sabe o que aconteceu
Mas tava acontecendo, sem nenhuma razão.
<Coca-Cola com veneno de rato e limão capeta>
Morri aos quinze anos de idade.
Não me lembro muito bem do motivo da minha morte na ocasião.
Na noite daquele fatídico domingo,
abraçado com a enorme dor que me consumia,
saltei umas dez vezes do cume mais escuro da minha existência.
Enquanto eu caía,
pude sentir as dores nas vozes gritadas
e o sofrimento nas distorções das guitarras insensíveis e frias
que ressoavam tristes enquanto vibravam e reverberavam
através dos meus fones de ouvido.
Os mesmos fones que me protegeram em vida
e que se espatifaram mudos na solidão do meu travesseiro,
na agonia da minha jornada de pesadelos madrugada adentro,
até o desembocar na segurança da manhã seguinte,
quando o sol veio me consolar.
De todas as dores sentidas à época, a de segunda-feira,
dia seguinte ao incidente, foi a mais dolorida.
Mais até do que a dor da véspera, em tom de despedida.
Pareceu-me a morte, pareceu-me que não pararia, pareceu, parecia...
Nada comparado às feridas de agora, é claro, nem à escuridão de ontem.
E pra minha infelicidade, duas décadas depois, o meu corpo ainda está em queda livre.
E a escuridão que me habitava as noites, jamais se fez luz, um diazinho sequer.
Pior... Agora dá expediente também durante o dia.
Hoje, faz vinte e um anos que morri pela primeira vez,
e desde a minha última partida, essa é a primeira vez que comemoro em vida.
Desabrochar da vida
Envelhecer também é uma forma de fazer poesia;
Envelhecer é a descobrir o mundo que nos rodeia;
Envelhecer é conhecer a nós mesmos de forma completa;
Envelhecer é aprender a amar verdadeiramente pois o tempo de meios amores já se foram;
Envelhecer é conhecer a dor da perda por isso valoriza cada pessoa ao teu lado;
Envelhecer é conhecer o valor do tempo, por isso aproveita todos os instantes de forma intensa;
Envelhecer é simplesmente a poesia da vida.
Morre se um pedacinho a mais por vez toda vez que nos sentimos esquecidos, diferentes e isolados. A tristeza não é uma doença e sim uma licita inspiração mas a solidão que nos corroí de mansinho é o mais antigo, amargo e lento, veneno.
A humanidade educada e sensível pelas novas gerações, infelizmente se acovarda por insegurança diante da mais antiga lei da sobrevivência. Os mais fortes escravizam ou devoram os mais fracos, com consciência ou não.
Nessa terra quente e fria
cai bombas que matam crianças
fere pessoas e destroem famílias,
e em meio a destruição
o sofrimento é munição que acaba com a vida em forma de fome, sede, morte e fogo de artilharia que derrama sangue inocente neste triste chão chamado Síria.
Nessa terra quente e fria
onde a esperança começa quando dia termina, mais uma vitória, mais uma ferida,
mais um dia de vida na triste Síria e o medo germina nas pessoas por não saberem se acordaram vivas.
Nessa terra quente e fria
sobre este chão carregado de desunião um conflito sem sentido, crianças se ferindo e morrendo pelas mesmas mãos de quem destrói o futuro de uma nação. Quem diria que nessa guerra vazia, onde os ideais não existem mais a gente veria,
pais matando os filhos de uma terra que não existe futuro e sobre os escombros de casas e muros, vidas perdidas de civis inocentes que só queriam um mundo de paz.
Nessa terra quente e fria
imagina como seria
crianças e seus pais
sem guerras banais
livres e felizes num mundo de paz
imagina como seria
imagine a Síria.
CURTINHA SOBRE A PALAVRA DEPOIS
Para onde vamos depois?
Não posso garantir que existe algo depois do ‘depois’, mas posso acreditar que sim; crer é o primeiro e mais importante passo para ser verdade, a nossa verdade, que é o que importa. Um dos sentimentos básicos é poder estar certo de que tem para si, a qualquer momento desta vida, um lugar para ficar – “o descanso do guerreiro é o seio da mulher amada”; o da guerreira é o seio do homem amado, sei-o eu.
‘Um lugar para ficar’ para o ‘depois’ é uma promessa bíblica, onde “... há muitas moradas...”.
Não era bem isso que eu queria dizer sobre o ‘depois’, mas sim que, enquanto estamos aqui, precisamos fazer o máximo que pudermos, para não nos arrependermos quando bem próximos do ‘depois’, ou antes, quem sabe?
Começamos a morrer tão logo nascemos. A vida é uma academia onde nos exercitamos para morrer. Alguns exercícios, como deixar de aprender, nos fazem atingir mais rapidamente a meta.
"A vida é como uma folha no Outono, ao longo da estação a folha apodrece, sendo que algumas das folhas são invisíveis ,outras possuem uma beleza divina"
Se o conhecimento de causas custaram muitas vidas, o desconhecimento das mesmas custaram muitas mortes. O que vai ser então?
Nós vivemos, nós morremos. Em algum lugar ao longo do caminho, se tivermos sorte, poderemos encontrar alguém para nos ajudar a aliviar a carga.
Último suspiro
Eu até tentei
Não desfocar
Tangenciar o olhar
Em linha reta
Eu até consegui
Tocar
A minha vida
Tendo-te no centro da esfera
O problema é que
O destino toma
A forma de devaneio
E vem pra te confundir
Desculpa
Não tenho culpa
Mas eu gosto de te ver cair
É que eu tentei
Ir contra
Os meus instintos
Mas você sabe
Sou mulher
Tenho meus desejos
Então cá estou
De volta
Ao meu bom vinho
E a estas boas noites
De sexo ruim
Entre bons beijos
E algumas doses de gin
Enquanto você aí
Me manda
Umas mensagens confusas
Umas rosas murchas
E um amor morno
Bem diferente
Do que eu sempre gostei
Como aquela água ardente
Na cabeceira
Da minha cama
Que desce quente
Queimando tudo
A mesma
Que você usou
E derramou
Entre soluços
Pra incendiar
E destruir meu mundo.
Thaylla Ferreira cavalcante {Lições sobre os vícios}
De repente a Vida acaba!
De repente a vida acaba. Num bueiro que explode ou no prédio que desaba.
De repente o tudo é nada, e nem sempre tudo finda como nos contos de fada.
Um restaurante que explode um quarteirão todo sacode, uma vida é ceifada,
Uma vida inocente caminha calmamente sem saber que está marcada.
Marcada para morrer, sem ao menos antever a tragédia anunciada.
O que pensava no momento? Qual seria o argumento no momento da cilada?
Cilada do acaso, destino, fim do prazo ou a hora da chamada?
De repente um bloqueio de artéria, decreta o fim da matéria que logo se decompõe.
Um coágulo ambulante rompe um vaso importante e um reinado enfim depõe.
Não importa se for Nobre, seja rico ou seja pobre, De repente a morte vem.
Num Cruzeiro em alto mar, num barquinho a velejar, num automóvel ou num trem.
De repente a morte chega, na favela ou Ilha Grega, não importa o lugar.
Um segundo é o bastante, a morte ceifa num instante não há como explicar!
Vida e Morte, azar ou Sorte não se pode deduzir os motivos ou razões
De repente a vida vai entre os dedos se esvai, contraria as previsões.
Quem tem medo de morrer, não consegue bem viver, é escravo da Incerteza
Sobrevive nesse mundo, não tem sentido profundo, não desfruta sua beleza.
Há também outra história, quem conduz sua trajetória e vive sempre ao Léo da sorte,
Seus limites não respeita, os conselhos não aceita, passa a procurar a morte.
O Autor de Tudo isso exigiu um Compromisso com o Nosso pai Adão
Deu-lhe um Sopro no Nariz, um Jardim Pra ser Feliz, e lhe outorgou a Criação.
Mas o nosso pai humano desprezou de Deus o plano e escolheu o Mal ouvir
Quis o fruto proibido, e por isso foi banido sem poder o bem fruir.
A escolha derradeira trouxe a sina verdadeira, Morte certa para o corpo.
Só a Alma é infindável, é o ser interminável é de Deus aquele Sopro.
A Alma é luz que não apaga, mas recebe sua paga pelo bem ou mal que faz.
Lei da Semeadura é a realidade dura que a colheita sempre traz.
Colhe o bem quem vive amando e a Vida vai levando sob a as asas da Verdade
A Verdade que liberta, mostra sempre a estrada certa, para toda humanidade.
Não se trata de ilusão, é a mais pura razão, é a Única Saída.
Mas o homem não se importa, busca entrar por outra porta e acaba com a vida.
Vida longa ou fugaz, adversa ou de paz o que importa é bem viver.
Viver cada momento evitando o lamento, e a Verdade obedecer.
Quando a Vida acabar, nessa Terra ao pó voltar, a alma segue seu trajeto.
Vida Eterna de prazer só pra quem obedecer, Ao Grande autor e seu Projeto.
Projeto de Vida abundante, plena, rica e transbordante, Garantida a quem buscar.
Buscar com dedicação, com mente corpo e coração, e a Verdade se Entregar.
Religião ou ritual, não tem valor real para a Vida enfim salvar
O que Salva é A Verdade que Liberta e transforma quem a Ela aceitar.
Luis Claudio Serenado 03/02/2012
www.oamoremovemontanhas.blogspot.com/